De Onde Surgiu a “Sexta-feira 13”?

Se você é supersticioso, com certeza fica de olho no calendário dos meses que apresentam uma sexta-feira 13! É comum sentir um leve arrepio quando falamos a expressão “sexta-feira 13”, talvez pela sequência de filmes de terror iniciada nos anos 80 com o assassino Jason e aquela temida máscara.

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(Créditos: Entretenimento – Uol)

Muitos se perguntam de onde surgiu essa má fama da sexta-feira? Realmente é uma superstição, ou algo ruim, de fato, aconteceu em alguma sexta-feira 13 do passado? O mais curioso é que existem várias origens para essa má fama: religiosa, mitológica e histórica!

Começando pela religião, a sexta-feira não é um dia de bons presságios no cristianismo. Eva comeu o fruto proibido neste dia, Caim matou Abel também numa sexta, o grande dilúvio aconteceu numa sexta e a morte de Cristo, na sexta-feira da Paixão. Este dia da semana, por si só já carrega má fama… Isso sem falar do número 13. No Livro do Apocalipse, é no 13º capítulo em que se fala dos símbolos da besta, do anticristo. Este é também o número de pessoas que participaram da Última Ceia de Jesus, onde estavam presentes o Cristo, 11 discípulos e o 13º integrante que era Judas, o traidor. Talvez seja esse o motivo de você nunca ter visto um jogo de louças, ou talheres para 13 pessoas. Existe essa crença de que um jantar com 13 pessoas não é seguido de bons acontecimentos. Dessa forma, fica claro que para os religiosos não faltam motivos para temer este dia!

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(Créditos: Estadoonline- Para)

Já no campo da mitologia, surgem outras supostas origens para essa má fama. Duas histórias relacionada aos deuses nórdicos relatam a relação do número 13 com mau presságio. Odin realizou um banquete para os deuses no Valhala e convidou 12 divindades, com exceção de Loki. Por não ter sido convidado, Loki gera uma confusão no jantar, que resulta na morte de Balder, o mais amado de todos os deuses. A partir daí associou-se o número 13 com má sorte. Dizem também que Frigga (de onde vem o nome “Friday” – sexta-feira em inglês), deusa do amor e da fertilidade, teria sido “demonizada” e considerada uma bruxa pela Igreja durante a Idade Média, e como “vingança”, ela, um demônio e mais 11 bruxas saíam nas sextas-feiras para praguejar contra os homens. Quem conhece bem a cultura nórdica sabe que atos tão banais e vingativos não são coerentes com o mito de Frigga, mas mesmo assim, essas “fake-news” medievais convenceram muita gente.

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(Créditos: weheartit)

E ainda temos uma terceira origem para este dia, mas que se sustenta num acontecimento histórico do século XIV. Na sexta-feira, 13 de outubro de 1307, o rei da França Filipe IV, se aliando ao papa Clemente V, declarou como ilegal a Ordem dos Templários. Esta declaração causou a prisão, tortura e morte na fogueira de muitos cavaleiros da ordem.

É curioso observar que em várias épocas e culturas diferentes o número 13 e a sexta-feira se associaram de forma negativa… Talvez mostrando que essa relação realmente exista, e que a possibilidade de má sorte neste dia seja muito grande. Ou diferente disso, querendo nos mostrar a origem das superstições, que elas nascem quando fazemos associações entre fatos que não tem relação causal, ou seja, quando são simplesmente coincidências.

Mas existe mais uma relação com o número 13 que pode nos dar uma boa compreensão sobre este assunto. No tarô, a carta que acompanha este número é a morte. Antes dela vem o 12, que é a representação de um ciclo completo (12 meses, 12 casas zodiacais, 12 trabalhos de Hércules, etc), então, o 13 representa aquilo que vem depois do final de um ciclo, ou seja, a morte que dá início a um novo ciclo. E por ser novo, é cheio de mistérios desconhecidos, e justamente por serem desconhecidos, não podemos dizer se são bons ou ruins. Naturalmente, quando o ser humano é movido pela mecanicidade, pela apatia e pela covardia, ele teme e odeia o que não conhece. Na verdade, é desta mesma mentalidade supersticiosa e rasa, que nascem todos os preconceitos e intolerâncias.

Independente de qual seja a sua crença, pode ter certeza de que uma coisa é certa: A sexta-feira 13 vai chegar e muitas coisas ruins acontecerão neste dia… E também acontecerão várias coisas boas. Esse é o nosso mundo: dual. Agora, se a nossa vida será boa ou ruim, isso depende da nossa consciência, de como lidamos com as coisas que a vida nos traz, e não das coisas que acontecem, muito menos do dia da semana.

Às vezes, mesmo uma situação considerada “ruim”, pode ser o gatilho para que várias coisas boas aconteçam na nossa vida, por isso é muito relativo dizer se um acontecimento é fruto de boa ou de má sorte. Quantos casos não conhecemos de pessoas que se livraram de um acidente de avião por causa de um engarrafamento no trânsito, outras que, após uma grave doença, passaram a perceber as coisas boas da vida e se tornaram muito felizes, outros que iniciaram relacionamentos com pessoas que conheceram numa batida de carro… Ou seja, se tal acontecimento é bom ou ruim, é só o futuro que vai dizer.

Por outro lado, se nós encaramos uma situação de uma forma negativa, com certeza a experiência será ruim, independente do que aconteça no futuro, pois, no presente, já estaremos sofrendo na mente o suposto infortúnio que nos aconteceu.

Se quisermos ter uma vida livre de qualquer tipo de “maldição” ou “mau agouro”, seja na sexta 13, sábado 14, domingo 15 ou em qualquer data, deveríamos seguir o conselho do grande filósofo romano, Epíteto:

“O caminho para a felicidade é parar de preocupar-se com o que está além do nosso poder.“

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(Créditos: Mega Curioso)

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