Reflexões sobre a Natureza da Verdade

A busca pela Verdade, pela Essência por trás de cada coisa sempre foi algo muito presente na Vida do Ser Humano. É como uma espécie de Intuição profunda, onde cada Indivíduo busca entender a si mesmo e o Mundo que o cerca. De Sócrates à Filosofia Moderna, todas as Doutrinas abordam o conceito dessa Essência. Para alguns Filósofos, é impossível a existência de Verdades absolutas, já para outros, principalmente os Antigos e Clássicos, há graus de Verdade, que cada ser humano deve conquistar, aprender e compreender dentro de seu momento presente e de sua necessidade. Na Filosofia Clássica, para compreender a Verdade absoluta, é preciso ter alcançado a Sabedoria. No nosso caso, ainda caminhamos nessa direção, aprendendo com tudo e com todos. O que nos cabe é compreender o grau da exatidão proporcional à necessidade da experiência que nos compete, aqui e agora. Pois, dela virá a evolução da Consciência necessária para o passo seguinte. Essa é a dinâmica do nosso processo existencial.

Immanuel Kant, um dos principais Filósofos da Modernidade, tem uma frase que pode nos ajudar a ver como é importante o comprometimento com as pequenas Verdades que vamos aprendendo, ao longo de nossas experiências. Segundo Kant, dentro do âmbito das coisas que podia ver e compreender, ele se comprometia a ser Veraz. Ou seja, em tudo que ele poderia experienciar, era imprescindível que houvesse coerência entre o que sabia e o que praticava.

Essa Ideia de Kant nos desperta para a importância do nosso compromisso com todas as coisas que chegaram até o nosso campo de Consciência. Por exemplo, quando tomamos uma atitude brusca ou falamos algo sem pensar, e logo, em seguida, percebemos que tal coisa magoou, feriu o outro, deveríamos chegar à compreensão de que não poderíamos repetir aquela ação, porque agora estamos conscientes de que podemos deixar alguém triste. E esse é um grau de Verdade que possuímos e que adquirimos através de nossa síntese. Deveríamos manter essa compreensão como Genuína, até que outra experiência nos traga novos fatos que possam alargar o nosso campo de percepção para ampliar nosso grau de Verdade.

Mas, se a Vida nos possibilitou várias formas de experiências que nos permitiram ter acesso a um grau de Verdade sobre qualquer área e, por algum motivo, não agimos com Autenticidade, o que acontece é que passamos a não honrar a Prática com a Verdade que possuímos. E, certamente, não ampliaremos a nossa percepção diante da Vida e diante dos fatos que ela nos trouxe, tendo em vista que para dar o passo seguinte na caminhada, ou seja, evoluirmos, exige-se a Assimilação e a Integração das Verdades que já conquistamos.

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O interessante é que, se formos muito sinceros conosco, chegaremos a um ponto comum de que quanto mais buscamos saber, mais temos a aprender. Talvez seja por isso que a máxima de Sócrates, “Só sei que nada sei”, ainda seja tão atual. Todavia, embora tenhamos várias percepções e vários olhares para a Vida, sabemos que há uma Essência por trás de cada coisa. Cada elemento do Universo, cada Ser da Natureza tem o seu Sentido, tem a sua Verdade por trás de suas aparências.

E, neste caso, qual é a nossa Verdade enquanto Seres Humanos? Para Sri Ram, Filósofo Hindu, essa deveria ser a nossa mais importante busca. Pois, compreender a Essência que está por trás de nossa aparência humana nos dará a chance de enxergar e compreender o que está fora de nós. Dentro dessa lógica, encontrar o nosso Cerne e conectá-lo à nossa aparência é mais do que uma simples União, é a pura expressão da Lealdade a nós mesmos, e de nossa Identidade mais profunda. Em geral, fazemos a lógica inversa desse caminho… Tentamos adequar a nossa Natureza à nossa aparência, que acaba ficando presa a modelos, formas e esquemas sociais, impedindo-nos de toda e qualquer possibilidade de sermos quem realmente somos. Passamos assim, a reproduzir projeções externas e tomá-las como nossas, e vamos nos afastando de nossa Verdade mais profunda.

A consequência disso são os diversos distúrbios psicológicos e comportamentais que desenvolvemos ao longo de nossas vidas, como depressão, ansiedade, estresse, transtornos alimentares etc. Cada coisa no Universo se justifica na natureza a partir de sua função em relação ao todo. Cada pessoa é única, e dentro de sua singularidade deve acrescentar ao todo o que carrega dentro de si. Ou seja, cada elemento dentro da existência tem algo a nos ensinar e a compor nessa orquestra que toca a música da Evolução da Vida. Os minerais, com a sua Lei de Resistência; os vegetais com a sua Energia e Vitalidade; os animais com as suas Expressões Afetivas; e os humanos com tudo o que pode elaborar e organizar para compreender as Virtudes, as Sabedorias e os Valores.

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Por fim, como ficarmos atentos para apreender os graus de Verdade que a Vida nos exige, no momento presente? Primeiro, e antes de qualquer coisa, devemos conceber que existimos dentro de um Universo que é composto por diversos outros Seres Vivos e que, assim como nós, têm o direito de existir e participar desse plano Evolutivo, o qual todos nós estamos sujeitos. Precisamos entender que tudo tem uma Finalidade, e de acordo com as Tradições Humanas, a nossa é Avançar. E não se chega à Sabedoria de uma hora para outra. A Evolução é progressiva e vamos conquistando, à medida que vamos desatando e conhecendo os pequenos mistérios da Vida. 

Ao se sentir parte do todo, o segundo passo é, enquanto Humano, compreender qual é o nosso papel. As várias Tradições nos deixaram pistas quanto a isso. Por exemplo, a Grega nos legou a capacidade do uso da Razão para vivermos além da nossa existência, e, com Inteligência, assimilarmos as grandes Leis Universais Humanas. Desse modo, através do uso da Compreensão das Leis que incidem dentro e fora do Ser Humano, poderemos chegar ao mais próximo das Verdades que precisamos e, só assim, entender a nossa Essência. E, finalmente, depois de interpretar a função Humana, ao lado dos outros seres imersos no Mundo; depois de buscar se aproximar o máximo que puder do nosso Eu mais profundo, só nos resta o Compromisso de vivermos Lealmente e de forma Consciente tudo o que sabemos, porque viver é ainda mais importante do que saber, tendo em vista que só se vive o que foi integrado e assimilado. 

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Em resumo, só podemos ver as pequenas Verdades que a Vida nos traz se estivermos dispostos a nos comprometermos com o que aprendemos; se assimilarmos e integrarmos, até que uma nova síntese seja conquistada, e o nosso espectro de Revelação se amplie, dando à nossa Consciência uma expansão. Portanto, fiquemos atentos à Vida e a tudo o que ela nos traz. Estejamos conscientes das nossas adversidades diárias e da importância de encontrarmos respostas ou soluções para os problemas que nos são trazidos. As provas diárias podem ser uma porta para nos mostrar as Verdades mais Profundas e Misteriosas. Compete-nos apenas Atenção, Consciência e Ação para revelarmos as faces das Verdades, porque são as sínteses que fazemos delas que nos garantem ou não os passos seguintes.

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