Goste ou não de futebol, é fato que o Brasil é o país do futebol. E não falamos isso apenas por nossas seleções, os grandes jogadores que formamos ao longo de gerações, mas sim pelo enraizamento desse esporte em nossa cultura. O brasileiro, de uma maneira geral, respira futebol, seja jogando na rua quando criança, indo para o estádio torcer pelo seu time ou mesmo acompanhá-lo à distância, via rádio, pela TV ou internet.
Mesmo aqueles que não gostam são diretamente impactados pelo futebol. Um exemplo claro disso é o período da copa do mundo, uma vez que jogos do Brasil se tornam quase feriados e todo o país fica grudado em frente à TV para acompanhar a nossa seleção. É nesse período que fica muito evidente a paixão do brasileiro pelo futebol e o impacto desse esporte em nossas vidas. Assim, mesmo quem não tem um time, que não entende tanto das regras, não tem como evitar a influência do futebol nas suas vidas.
Apesar disso, por muitas décadas o futebol foi visto como um esporte essencialmente masculino. Não por acaso, em nossa memória, surgem, quando pensamos em futebol, nomes de grandes jogadores brasileiros, mas poucos nomes femininos de destaque. Quem não se lembra, por exemplo, dos dribles desconcertantes do Mané Garrincha? E as jogadas geniais de Zico, aquela comemoração inesquecível de Bebeto em homenagem ao seu filho recém-nascido em 94 e a seriedade e fortaleza do goleiro Taffarel também em 94?
Percebe que essas referências são todas masculinas? Será que não há mulheres de destaque no futebol? É evidente que sim, elas existem, mas por muito tempo o futebol feminino foi deixado no escanteio, longe dos holofotes, enquanto o futebol masculino foi uma grande referência aos brasileiros, se tornando até símbolos nacionais. Não por acaso, os jogadores citados se tornaram ícones do esporte. Junto a isso, eles e tantos outros incríveis jogadores faziam com que a gente sentisse que, de alguma forma, todo o Brasil também estava ali no campo, jogando junto. Apesar de serem bem diferentes entre si, eles eram brasileiros comuns, eram a nossa cara e o nosso jeito de ser sendo apresentados ali para o mundo todo.




Chegou a hora, porém, de conhecermos mais sobre a força feminina no futebol e reconhecer que essas damas também foram – e ainda são – fundamentais dentro da construção e paixão pelo esporte. Muitas delas são referências e mostram para outras meninas que uma carreira no mundo do futebol é possível e não é uma exclusividade dos homens. Vamos conhecê-las?
As brasileiras que encantam o mundo dentro das quatro linhas
Seria impossível escrever esse texto sem falar de Marta, a nossa rainha do futebol mundial. A atleta brasileira foi eleita a melhor do mundo por 6 vezes, superando qualquer outra jogadora da história. É indiscutivelmente a nossa grande estrela feminina na história da seleção brasileira, inspirando gerações de pessoas a sonharem em ser jogadoras e jogadores de futebol. Marta encantou com seus dribles rápidos, sua capacidade de liderança e belos gols, colocando o futebol feminino pela primeira vez em evidência e rompendo barreiras importantes. Veja abaixo alguns dos seus grandes lances.
Todos sabemos, porém, que o futebol é um esporte coletivo. Além da genialidade de Marta, temos que destacar a garra de Miraildes Maciel, mais conhecida como Formiga. A grande volante da nossa seleção defendeu o Brasil em 7 copas do mundo, um feito impressionante visto que essa competição ocorre a cada 4 anos. Assim, por 28 anos Formiga foi uma das nossas grandes referências do futebol feminino brasileiro, entregando grande parte de sua vida para a evolução e reconhecimento das mulheres no futebol. Além das copas do mundo, ela também competiu em 6 edições dos jogos Olímpicos.
Poderíamos passar páginas inteiras citando outras tantas jogadoras, mas faremos apenas mais alguns destaques. Como sabemos, o Brasil é um país que, em geral, possui uma realidade social difícil e marcada por desigualdades. Sendo o futebol uma via de acesso entre todas as classes sociais, algumas jogadoras têm como pano de fundo difíceis histórias de vida, como é o caso da atacante Ludmilla. Vindo de uma situação familiar delicada, a jogadora chegou a morar em casas de abrigo e viveu muitas dores ao longo de sua existência. Apesar disso, hoje, ao pisar nos gramados, ela mostra como superou esse contexto e alcançou o sucesso por meio do futebol.
Sua história de vida nos inspira, pois, no fundo, sabemos que também devemos seguir o seu exemplo. Devemos superar todas as dificuldades que a vida trouxe, colocar um grande sorriso no rosto e trabalhar duro para que as próximas gerações tenham uma vida mais branda.

Poderíamos passar páginas inteiras citando outras tantas jogadoras, mas faremos apenas mais alguns destaques. Como sabemos, o Brasil é um país que, em geral, possui uma realidade social difícil e marcada por desigualdades. Sendo o futebol uma via de acesso entre todas as classes sociais, algumas jogadoras têm como pano de fundo difíceis histórias de vida, como é o caso da atacante Ludmilla. Vindo de uma situação familiar delicada, a jogadora chegou a morar em casas de abrigo e viveu muitas dores ao longo de sua existência. Apesar disso, hoje, ao pisar nos gramados, ela mostra como superou esse contexto e alcançou o sucesso por meio do futebol.
Sua história de vida nos inspira, pois, no fundo, sabemos que também devemos seguir o seu exemplo. Devemos superar todas as dificuldades que a vida trouxe, colocar um grande sorriso no rosto e trabalhar duro para que as próximas gerações tenham uma vida mais branda.

O futebol feminino e o verdadeiro amor pelo futebol
Apesar das histórias de sucesso que contamos acima, a realidade é que o futebol feminino ainda é esquecido pela população. As poucas ligas existentes e o baixo investimento mostram isso. Em parte, entendemos que o futebol, assim como muitos outros esportes, se tornou um comércio lucrativo e, dentro desse jogo econômico, o futebol feminino não é visto como um bom investimento. Por isso, percebe-se que grande parte dessas jogadoras que atuam em seus clubes o faz por um verdadeiro amor pelo futebol, pois as cifras dos seus contratos não se assemelham em nada com as do futebol masculino.
Esse, talvez, seja um dos grandes problemas do nosso esporte no mundo atual. O futebol, que antes era visto como um símbolo nacional, agora é uma grande casa de apostas, um grande comércio em que o amor pelos clubes são moedas de troca. Assim, é fato que o futebol não tem mais servido como este símbolo para o povo brasileiro e, naturalmente, nem tem nos enchido os olhos de orgulho.

Jogadores se tornaram celebridades, e o que fazem fora de campo parece ter muito mais importância que o futebol em si. Como esse mercado movimenta cada vez mais dinheiro, a honra de vestir a camisa verde e amarela é algo secundário, ou talvez nem exista mais para muitos jogadores. O que importa são os contratos milionários que vão manter a vida de popstars. Talvez, por isso, nós não nos sentimos tão representados quando a seleção entra em campo.
Urge, portanto, resgatar o verdadeiro amor pelo futebol. Para isso, é importante, sim, ter investimentos, ter melhores condições de vida e de praticar esse tão amado esporte. Entretanto, acima de tudo, é fundamental que resgatemos esse símbolo nacional. Não se trata de ganhar títulos, de sermos sempre os melhores, mas de honrar o manto da seleção e proporcionar aos torcedores um verdadeiro exemplo esportivo com honra, garra, coragem e honestidade.
As nossas jogadoras são grandes exemplos disso. Por isso, o futebol feminino é extremamente importante nesse resgate do futebol brasileiro, pois histórias como as que contamos nesse texto nos servem para lembrar que, no fundo, o futebol não é só um esporte: é uma verdadeira ode a à alegria e ao orgulho de sermos brasileiros.
Por fim, devemos lembrar que, dentro das quatro linhas, todos os jogadores, sejam eles homens ou mulheres, representam cada coração brasileiro. Representam as mães, pais, filhas, filhos e esposas e maridos brasileiros no dia a dia: fortes, imbatíveis. E, apesar de muitas vezes não serem valorizadas(os), é o seu esforço delas(es) que mantém nosso país junto!

Que nossa querida seleção volte aos tempos áureos, que reconheçamos a força feminina que emana pelo futebol e que possamos fazer, cada vez mais, uma forte torcida pelo que realmente importa: Superação, Amor e União!