Os Porquês do Corpo Humano

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(Créditos: Toda Matéria)

A natureza é perfeita, disso não temos dúvidas. E dessa perfeição surge um fruto com funcionamento infalível, tal qual uma máquina: o corpo humano. Algumas pessoas dizem que a melhor comprovação que tiveram da existência de uma “Inteligência Superior” foi observando o corpo humano, pois os processos são tão meticulosos, tão detalhados, tão minimamente executados, que só faz sentido funcionarem tão bem porque existe “alguém” que planejou tudo.

Por exemplo, você já se perguntou por que nossos dentes possuem formatos diferentes? Eles possuem formas diferenciadas para processar diferentes comidas, os caninos, mais pontudos, para desfiar a carne, e os molares para triturar a comida. É por isso que os animais carnívoros possuem caninos tão afiados!

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(Créditos: Nogueirense)

Sabe por que ficamos com o coração acelerado quando estamos com medo? O nosso sistema nervoso tem várias subdivisões, e uma delas é em sistema simpático e parassimpático, que regulam os movimentos dos nossos órgãos. Em situações específicas, esses sistemas são acionados, e definem os estados do nosso corpo, se é de tensão ou de relaxamento. Por exemplo, se passo por uma situação assustadora, meu sistema simpático é acionado e me deixa em estado de “preparar para fuga ou luta”, com isso, ele faz com que meu coração bata mais rápido para que o sangue chegue mais rápido em todo o corpo, dilata a pupila para que enxerguemos melhor e estimula a liberação de adrenalina pelos rins para dar mais energia ao corpo. 

Poderíamos usar diversos exemplos de como o nosso corpo é, de fato, uma máquina perfeita e em que tudo funciona harmonicamente. Entretanto, cabe refletirmos profundamente sobre sua finalidade. Como podemos perceber, o Ser Humano não é somente um ser biológico, uma vez que dentro de nós há funções e subjetividades que perpassam tais questões. Estamos falando das nossas emoções e pensamentos, que por mais abstratas e “invisíveis”, ainda nos comandam completamente. Uma prova da veracidade disso é quando sentimos uma alegria ou tristeza profunda. Tais estados emocionais acabam por nos afetar biologicamente, sendo por vezes a causa de doenças e disfunções deste nosso organismo.

Nesse sentido, apesar de possuirmos um corpo praticamente autônomo em suas funções vitais, ele está subordinado a outras partes da nossa existência. Atualmente, um campo do conhecimento que busca desvendar a subjetividade humana e trava contato direto com esse aspecto interno em cada um de nós é a psicologia. Voltada a entender os motores psicológicos e as doenças que afetam nossa mente e emoções, cada vez mais observamos a necessidade de se curar física e mentalmente. Essa ideia, porém, não é fruto de um tempo moderno. A bem da verdade, desde as mais antigas civilizações, já se sabe que o Ser Humano não tem como sentido de vida o seu corpo físico. 

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O poeta romano Petrônio, por exemplo, já nos alertava da necessidade de ter um corpo são e uma mente sã. Sua famosa frase “Mens sana in corpore sano” é, em verdade, uma percepção mais antiga, advinda da Grécia e do pai da Medicina, Hipócrates. Para Hipócrates uma doença física era, em verdade, a manifestação de uma doença psíquica, em seu sentido mais subjetivo. Dessa maneira, o que chamamos de “enfermidade” em nosso corpo físico é apenas um reflexo de uma doença mais profunda, difícil de combater e que não é facilmente diagnosticada.

Quando observamos mais profundamente a percepção grega acerca do Ser Humano, podemos perceber de maneira mais clara essas ideias. Isso porque na Grécia Antiga tinha-se a concepção de que cada Ser Humano era constituído por três partes: uma física, outra psicológica e uma espiritual, geralmente associada à racionalidade. Assim, a máquina biológica que é o nosso corpo era, em verdade, apenas uma das partes que constitui nossa existência. Mais importantes que o corpo – que era para os gregos apenas uma maneira da alma existir no mundo – eram os outros dois aspectos, considerados mais sutis e superiores em nós.

Dito isso, é admirável percebermos como atualmente colocamos nosso sentido de vida apenas em desenvolver nosso aspecto físico. Criamos remédios e procedimentos estéticos para combater doenças e a inexorável velhice que chega a todos nós; passamos centenas de horas em academias para desenvolver nossos músculos, mas cada vez menos buscando em nós a finalidade para o qual estamos desenvolvendo tanta força física. Em contrapartida, continuamos adoecendo em nosso mundo psicológico e, ao que nos parece, conseguimos conviver cada vez menos com pessoas distintas de nós mesmos. Desse modo, o crescimento do desejo por um corpo físico perfeito – representante dessa máquina biológica que funciona em harmonia dentro de nós – é diretamente proporcional à nossa falta de habilidade e conhecimento sobre nossa psique e espiritualidade.

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Que deixemos claro: é fundamental cuidarmos do nosso corpo físico, pois sem ele não podemos viver de forma plena e cumprir com nossos objetivos. Logo, o fato de podermos conhecer em detalhes o funcionamento do nosso corpo é um grande sinal de evolução, o que nos possibilita atuar de forma mais precisa no combate a enfermidades e evitar uma série de debilidades. Junto a isso, porém, não podemos abrir mão dos nossos aspectos mais sutis, que estão sucumbindo frente ao culto ao corpo. É preciso, portanto, saber a necessidade e a finalidade de cada uma dessas partes para que possamos existir de maneira completa no mundo. 

No fim, somos muito mais do que as partes que nos compõem; e se começarmos a observar a nós mesmos desse modo, poderemos atingir um grau de consciência extraordinário sobre nós mesmos. Em síntese, devemos pensar que não somos o nosso corpo físico, mas que ele é um veículo através do qual nos expressamos. Assim como nossas emoções não são o que somos e muito menos os nossos pensamentos. Eles são elementos de nossa composição, mas quem verdadeiramente somos está para além desses aspectos, dirigindo todas essas partes de modo a sermos cada vez mais autênticos.

Quando nos dermos conta dessa realidade poderemos distinguir as necessidades do nosso corpo físico, emocional e espiritual, sabendo quem deve estar no comando de nossa própria existência. Enquanto não tomamos consciência disto, continuaremos a cultuar o corpo como uma máquina biológica, mas sem saber quem, de fato, deve dar os comandos a essa incrível invenção da natureza.

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