Você provavelmente já ouviu o ditado “nem tudo que reluz é ouro”, correto? Ele nos fala que as aparências podem nos enganar, que nem sempre aquilo que parece ser bom de fato o é.
No mundo em que vivemos, esse ditado está cada vez mais presente, uma vez que investe-se tanto em aparência e pouco na essência humana. Porém, o fato da sociedade ter essa característica nos faz pensar: são os seres humanos que estão mais superficiais ou é o mundo que nos torna assim?
Polêmicas à parte, é curioso pensar que podemos criar uma infinidade de produtos, arte, filmes, séries e formas de interação, e, ao mesmo tempo, a profundidade e qualidade essencial de todas essas formas de expressar a nossa humanidade estão tão baixas. Em um mundo de efeitos especiais, perde-se o valor do roteiro, das belas narrativas, dos valores.
A consequência natural desse declínio está em não conseguirmos distinguir uma boa obra de arte – seja de qual expressão ela for – de um péssimo trabalho. Assim, somos facilmente confundidos em achar que estamos consumindo algo bom apenas pelos seus efeitos visuais e sua técnica.
Queremos deixar claro que esse não é um manifesto contra o mundo em que vivemos, afinal, sempre podemos encontrar ótimos e brilhantes exemplos em diferentes áreas do conhecimento. A questão levantada é se realmente percebemos como o consumo dessas obras, que aparentemente são incríveis e com custo milionário, é benéfico para a nossa saúde psicológica.
Como diferenciar aquilo que faz bem ou não para nossa psique?
Primeiramente, devemos entender que a nossa psique não é tão racional quanto imaginamos. Isso significa dizer que ela não consegue distinguir tão bem o que é real do que é imaginação ou fantasia. Basta pensarmos em um sonho que tivemos. Nem sempre sabemos afirmar se estamos sonhando, correto? Naquele momento, as imagens que nossa psique produz parecem tão reais quanto as que vivemos quando acordados.
Sendo assim, sempre que estamos diante de alguma cena forte, mesmo que seja um filme, foto ou pintura, nossa psique grava aquela cena e em nosso subconsciente ela é fixada. Esse é um bom primeiro critério para saber aquilo que nos faz bem e aquilo que não nos faz.
Comparando com nosso corpo físico, o que ocorre com pessoas que não se alimentam bem? Naturalmente, o corpo vai adquirir, ao longo da vida, uma série de doenças relacionadas à dieta. Por que achamos que no nosso mundo psicológico isso não pode ocorrer?
Frente a essa perspectiva, devemos começar a selecionar aquilo que vai alimentar bem a nossa psique, que realmente vai elevar nossa saúde e não nos colocar em outros vícios, sejam diretos ou indiretos. Será que alimentamos bem a nossa mente?
Não significa dizer, entretanto, que devemos viver alienados do mundo, muito menos consumir apenas conteúdos “bobos” e que nada falam da realidade. O que nos cabe, sim, é perceber o que nos motiva a consumir tais conteúdos. Muitas vezes, somos levados por modismos, por uma crítica positiva feita por especialistas ou por indicação de amigos. Entretanto, todas essas opções não garantem que o que estamos assistindo seja, de fato, saudável para nós.
Como manter a psique saudável?
Frente a esse cenário, o que nos cabe fazer? Um grande passo é reconhecer aquilo que adoece a nossa psique e evitar o seu consumo. Mesmo que ainda não saibamos reconhecer o que faz bem, evitar aquilo que faz mal já é um avanço. Um dos sinais mais nítidos que podemos observar é se, ao entrar em contato com o que está sendo consumido, aquilo lhe causa um impacto negativo ou não. Ou seja, se lhe deixa triste, ou com compulsão, e se reverbera em sua mente por muito tempo.
Todos esses sinais são sintomas de que a sua psique está sendo afetada negativamente. A longo prazo, deve-se pensar os efeitos que isso pode causar, como morbidez, ansiedade etc. É importante identificar tais tendências, pois é apenas assim que podemos começar a nos educar e combater aquilo que faz à nossa psique.
Desse modo, poderemos perceber que algum tipo de arte ou produto, apesar de sua beleza estética ou qualquer outro atributo, pode estar contaminando nossa psique. Assim como não se deve julgar um livro pela capa, muito menos um alimento pela sua aparência, é válido sempre entendermos como aquele tipo de conteúdo pode afetar nossa mente. Esse cuidado deveria ser primordial sempre que vamos escolher um filme ou série, por exemplo, para não sairmos em desenganos.
Ficou curioso para saber mais? Não se preocupe que a reflexão que trouxemos aqui vai deixar tudo mais claro e pode até te surpreender! Você nunca mais verá uma obra de arte da mesma forma!