Nascido no dia 19 de março de 1959 na cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Gleiser é, sem dúvidas, uma das mentes mais brilhantes dos nossos dias. Possuidor de um impressionante currículo, Marcelo é professor, escritor, roteirista, astrônomo, físico e membro da Academia Brasileira de Filosofia. Além de sua formação acadêmica de alto nível, Gleiser também conta com inúmeros prêmios internacionais como o Presidential Faculty Fellows Award, da Casa Branca, por sua dedicação à pesquisa e ao ensino. A nível nacional, o pesquisador recebeu o prêmio Jabuti pela obra “A dança do Universo”, em 1998, e “O fim da terra e do céu”, em 2002.
Sendo um cientista, a primeira impressão que Gleiser pode passar é de ser um homem cético, radicalmente negacionista sobre a existência de Deus, tal qual o estereótipo que temos, infelizmente, do profissional dedicado à ciência. Entretanto, este rótulo não se encaixa nele. Gleiser é um homem que usa a ciência como meio para tentar responder as perguntas que permeiam a Humanidade desde sempre: De onde viemos e para onde vamos? Assim, a busca de Gleiser aproxima a ciência da religião, uma vez que ambas buscam responder nossas dúvidas existenciais.
Seu trabalho, especificamente, busca desvendar três origens primordiais: a origem do Universo; a origem da matéria e a origem da vida na terra e no cosmos. Suas pesquisas nos últimos trinta anos o levaram a compreender que a ciência pode oferecer respostas acerca do Universo, mas que não podemos desprezar a fé e a religião como definidoras do Ser Humano.
Após décadas de investigação, Gleiser passou a compreender que a ciência, nossa principal ferramenta para desvendarmos os Mistérios do Universo, possui um limite e consequentemente, nunca poderá nos levar à uma resposta final. Segundo o astrônomo:
“Nós conhecemos o mundo por causa de nossos instrumentos. O problema é que toda máquina tem uma precisão limitada. É impossível criar uma teoria final porque nunca vamos saber tudo. Temos de aprender a ser humildes com relação a nosso conhecimento de mundo, que sempre será limitado.”
Partindo disso, podemos refletir sobre a importância de reconhecer que, no final das contas, é muito provável que não saibamos de tudo. Essa postura de Gleiser não tira o mérito dos avanços científicos, muito menos os confronta com uma percepção religiosa, apenas mostra que a Vida, o Universo e todas as grandes questões que nos cercam estão para além do nosso domínio.
Compreendendo essa postura de humildade frente ao desconhecido, Marcelo Gleiser cria uma ponte sólida entre ciência e filosofia, uma vez que, salvaguardando todas as comparações, quanto mais se sabe sobre o Universo mais percebe-se que ainda há para se saber. Em resumo, relembra-nos a clássica frase de Sócrates: só sei que nada sei. Essas questões por si só já nos mostram que Marcelo Gleiser não é apenas um cientista, mas verdadeiramente um filósofo, ou seja, um amante da Sabedoria, um buscador da Verdade.
Com uma abordagem profundamente filosófica e um grande respeito pelas tradições de todas as “escolas”, Marcelo realiza seus estudos científicos sem deixar de lado ensinamentos milenares como os do Budismo, por exemplo. Desse modo, ele tenta unir esses ensinamentos milenares com a ciência. O cientista também aponta que ciência e espiritualidade não são opostos, mas complementares na busca de aproximar-se de uma Verdade maior acerca do Universo. Assim, Gleiser considera que a intuição e a percepção Humana através de seus conhecimentos acadêmicos são importantes aliadas nessa busca.
Em todas as suas publicações, tanto literárias como científicas, Marcelo Gleiser sempre nos traz a certeza de que o Homem, e tudo o que existe, fazem parte de uma obra inteligente que conecta a todos. Visto isso, não é exagerado dizer que a sua vida, ou uma parte dela, pode ser considerada dedicada a entender os Mistérios ainda incompreensíveis do Universo. Marcelo Gleiser, entretanto, não está promovendo o “casamento” entre a ciência e a religião, mas o seu modo de investigação, marcado pela sincera busca por respostas e sem arrogância, consegue espelhar a inquietação que existe em todos nós de saber de onde viemos, porque estamos aqui e para onde vamos.
Talvez essa seja a sua principal contribuição para a nossa sociedade: mostrar que o Universo está integrado e que nós, Seres Humanos, somos partícipes desse movimento da Natureza. Desse modo, Gleiser aponta que não somos uma espécie superior ou mesmo dona do meio natural, mas que necessitamos aprender a conviver harmonicamente com a natureza, sendo integrantes dessa dança cósmica.
Descobrir o nosso papel dentro dessa dança é o que move a busca do doutor Marcelo. Todos nós compreendemos essa ânsia de encontrarmos as respostas que possam justificar as nossas existências e certamente a história guardará um lugar especial para esse grande estudioso, que com a sua Dedicação, Honestidade e Humildade, está ajudando a Humanidade a compreender e se aproximar um pouco mais de sua verdadeira origem. Para além disso, e talvez o mais importante, é conseguir fazer isso sendo, acima de tudo, um exemplo de como o Ser Humano é, por natureza, um buscador.
Essa eterna busca pela resposta sobre quem somos nós sempre fará parte da realidade do Ser Humano e, quem sabe, com a ajuda de homens como ele, estejamos bem mais perto do que imaginamos de serem respondidas. Por fim, temos certeza de uma coisa: somos um só em matéria, espírito e essência. Instintivamente sempre soubemos disso, mas o doutor Marcelo Gleiser está, de uma maneira leve e até poética, ajudando a Humanidade a se conectar com a Inteligência Suprema que faz com que sejamos Todos Um. Que possamos ajudá-lo, diariamente, nesta constatação de quem somos, e assim, descobrir o nosso papel frente ao mundo.