Geração Z: Quem São, Como Pensam e Por Que Estão Transformando a Sociedade

A transformação é uma lei da natureza, e a Geração Z é o maior exemplo disso. Tudo está mudando, inclusive a forma como os jovens pensam, vivem e atuam na sociedade. Compreender essa geração é essencial para quem deseja acompanhar as transformações do mundo atual. Isso ocorre dentro de nós, já que a todo momento novas células surgem e vivemos o desafio de nos renovar, mas também ocorre fora de nós, na sociedade, na forma que os jovens pensam e nos seus anseios.

Não precisamos ir tão longe para compreender essa realidade. Basta pensarmos na nossa infância e compará-la com as crianças atuais: as brincadeiras são outras, a maneira de falar, de se portar e até mesmo seu entendimento do mundo é completamente distinto do nosso quando éramos ainda infantes.

Essa mudança ocorre em todas as gerações e, em linhas gerais, se mostra extremamente benéfica para o avanço da sociedade, apesar dos conflitos que inevitavelmente ocorrem. Precisamos aceitar que estamos vivendo uma mudança de época, e isso se torna claro com a chegada da famigerada Geração Z. Não é raro ouvir elogios e críticas a essa nova geração, que  cada vez mais assume protagonismo nos novos centros de trabalho e ditam a moda e o pensamento da juventude atual. 

Jovens da Geração Z conectados em ambientes diversos
A Geração Z em ação: conectividade e transformação

Quem são esses jovens? Por que eles despertam tanto interesse e até certa apreensão dos mais velhos? E o que podemos aprender com suas virtudes e limitações? É fato que para compreender qualquer movimento, ideia ou mesmo outra pessoa precisamos nos aprofundar em seus aspectos e, por isso, só poderemos conhecer a Geração Z e sua nova forma de enxergar a vida quando mergulharmos em seus dilemas. 

O que é a Geração Z?

Primeiramente, precisamos definir o que estamos chamando de Geração Z. Via de regra, enquadra-se nessa geração as pessoas nascidas, aproximadamente, entre 1995 e 2010. Isso significa que, em 2025, os mais velhos dessa geração têm cerca de 30 anos e os mais novos estão entrando na adolescência. Apesar de usarmos como parâmetro o tempo, é fato que a mentalidade vivida pela Geração Z vai muito além disso, afinal, há muitas pessoas que não estão nessa faixa de idade e, ainda assim, identificam-se com essa geração.

Visto isso, podemos dizer que a Geração Z é, atualmente, uma das que começaram a atuar no mercado de trabalho nos últimos dez anos e que, em muitos casos, ainda estão nas universidades e são influenciados pelo boom das redes sociais ocorrido nos últimos quinze anos. Logo, é uma geração que tem sido formada a partir desse novo paradigma, o que reflete em sua postura e visão de mundo.

Diferente das gerações anteriores, os “Zs” já nasceram em um mundo globalizado e com acesso à internet. Isso pode parecer chocante para algumas pessoas, mas essa geração já não entende como o mundo poderia existir sem internet, redes sociais ou sem acesso rápido à informação. Para eles, consultar algo no Google e assistir a vídeos no YouTube são coisas tão naturais porque cresceram dentro desse processo, o que é, de fato, um impacto gigante para quem viveu sua infância no século XX, sem toda tecnologia atual disponível.

Jovem da Geração Z consumindo conteúdo digital
Naturalidade digital: como os Zs consomem conteúdo

Essa familiaridade com o digital moldou a Geração Z. Desde sua forma de aprender, de se relacionar e até mesmo de perceber o tempo, afinal, hoje vivemos em um mundo acelerado, em que tudo parece urgente – e essa geração se moldou a isso.  Ao mesmo tempo, porém, parece existir uma resposta dessa geração a essa vida acelerada: não se sujeitam a uma vida extremamente produtiva e que, muitas vezes, nos sufoca.

Um exemplo disso está no mercado de trabalho. Muitos gestores relatam dificuldade em lidar com jovens que não se adaptam a ambientes hierárquicos rígidos ou que buscam sentido e propósito mais do que estabilidade financeira. Por causa disso, uma nova tendência do mundo do trabalho são horários mais flexíveis, com disponibilidade de trabalho no modelo home office, ou seja, que não exija tanto a presença física, mas a entrega da sua produção.

Jovem em reunião de trabalho com modelo híbrido
Flexibilidade no trabalho: uma exigência da Geração Z

Apesar das preocupações – natural quando há um choque de gerações –, a Geração Z traz consigo potenciais transformadores que merecem ser reconhecidos e valorizados e que, por vezes, são colocados em segundo plano.

Um dos aspectos positivos é a capacidade de mobilização que essa geração conseguiu por meio das redes sociais. Por viverem dentro de um mundo globalizado, a Geração Z domina completamente essas formas de comunicação e navegam por tais águas virtuais de maneira sublime. Isso pode ser usado, como bem sabemos, para o bem e criar movimentos para alertar sobre uma causa social, porém, também pode cultivar o que se chama de “cultura do cancelamento”, ato muito praticado entre os jovens.

Assim, o fato de serem capazes de se mobilizar por meios das redes sociais possui um grande potencial. Porém, ao mesmo tempo, pode ser usado como uma ferramenta de difamação e ódio, o que também preocupa toda sociedade. 

Entretanto, acima de qualquer aspecto geracional, é fundamental que todos nós, seja em qual geração vivemos, saibamos exercer nossas virtudes. E isso a Geração Z parece estar aprendendo. Em ambientes corporativos, por exemplo, é comum ver jovens de 20 anos ensinando profissionais mais velhos a lidar com ferramentas digitais ao invés de simplesmente ignorarem os pedidos deles. Essa capacidade de cooperação – diferente do paradigma de competição que vemos no mundo corporativo – é bem próprio da Geração Z.

Outro aspecto muito interessante dessa geração é o fato de que, em linhas gerais, são pessoas despidas de preconceitos. A Geração Z cresceu ouvindo que “ser diferente é normal”. E mais do que aceitar, eles celebram as diferenças. É comum ver jovens que não se prendem a rótulos de gênero ou orientação sexual, que consomem músicas em diferentes línguas, que se interessam por outras culturas e que tentam viver com um código moral em que o respeito à diversidade é lei. Isso, sem dúvida, é um grande passo a favor da harmonia social e entre os seres humanos, algo que por muitas décadas foi quase esquecido.

Diversidade e inclusão na Geração Z
Respeito à diversidade: valor fundamental da nova geração

Dito isso, fica evidente que as reflexões sobre a Geração Z estão muito além do mundo do trabalho. Essa geração não quer apenas “ter um bom emprego”, mas deseja fazer a diferença. Muitos rejeitam a ideia de “vestir a camisa da empresa” se isso significar abrir mão da própria identidade, logo, é fundamental estar em um ambiente que tenha os mesmos valores que os seus. Caso contrário, facilmente podem abrir mão de um bom emprego.

A mudança de geração é benéfica à sociedade

Agora que entendemos um pouco sobre a Geração Z, devemos refletir sobre o valor da mudança de mentalidade dentro de uma sociedade. É natural que a mudança ocorra, porém, igualmente natural é a nossa tentativa de preservar o passado e a “tradição” tal qual ela é. Como diria um antigo cantor, “o novo sempre vem”, e não tem como evitar que essas transformações cheguem.

Como lidar com a nova geração? Será que viveremos esse eterno “cabo de guerra” entre os jovens e os antigos? Entre aqueles que querem mudança e aqueles que desejam que nada mude? O fato é que toda a história humana é composta de mudanças e tradições, ou seja, há sempre um aspecto que se preserva, que se mantém, enquanto outro muda. Se a mudança não fosse boa, ainda estaríamos vivendo em cavernas. Logo, devemos abraçar o novo e pensar em meios de como fazer valer o que realmente importa: os nossos valores humanos.

Pouco nos importa a cara da nova geração, desde que ela seja capaz de manter o valor humano. O que não pode mudar nunca são nossas virtudes, aquilo que realmente valorizamos. Assim, a forma de se vestir, de como trabalha e vive é naturalmente diferente, afinal, é a primeira geração criada em um mundo completamente novo.

E se olharmos um pouco para um passado não tão distante, perceberemos que, em outros tempos, nós fomos os jovens afeitos à mudança. É possível que alguns dos leitores tenham vivido os anos 1960 e a onda hippie; ou talvez os anos 1980 e a ascensão do Punk; ou, provavelmente, sejam millenials que viveram o auge dos anos 1990 e 2000. Agora é a vez da Geração Z.

Para os que não fazem parte dessa geração é obrigação entendê-los, refletir que já fomos nós os jovens e que a juventude precisa se expressar, ter o seu lugar e poder experienciar. Esse é um exercício de empatia, escuta e diálogo. Em vez de apenas tentar moldá-los ao mundo que já existe, talvez devêssemos nos perguntar: como podemos ajudar a construir, juntos, um mundo novo com as perguntas que eles estão fazendo?

Por fim, aceitar os mais novos é sempre um exercício de paciência e de amor. Não precisamos ficar em seu caminho, deixemos que a juventude passe e ganhe os holofotes para que ela possa moldar um mundo melhor.

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