Série “Gêneros Musicais”: Como a Música Transforma Emoções e Culturas

Os gêneros musicais fazem parte da nossa rotina de forma tão natural que, muitas vezes, nem percebemos o quanto influenciam nossas emoções e comportamentos. A música está em celebrações, estudos, momentos de descanso e trabalho — uma arte viva e constantemente presente em nossas vidas.

Pessoas ouvindo diferentes gêneros musicais em situações do dia a dia
A música está presente em todos os momentos da nossa rotina.

A bem da verdade, isso nem sempre foi assim. Se olharmos para a história perceberemos que a música, na antiguidade, era usada em ritos e festas, mas não tinha um apelo cotidiano como hoje. Era um tipo de arte mais restrita e, dependendo do tipo de música que era aprendido, ganhava um status de sagrada. De certo modo, essa ideia ainda persiste hoje, afinal, existem gêneros musicais próprios para falar de aspectos religiosos e, dependendo da religião que se pratica, há músicas que só podem ser tocadas em ambientes específicos como templos e cerimônias. 

Por outro lado, em seu aspecto mais comum, a música se faz presente em praticamente todos os momentos do nosso dia e cumpre muitas funções que vão além do gosto pessoal ou da apreciação artística. Para provar essa ideia, façamos um pequeno exercício de imaginação: Pense em um cenário comum. O despertador toca às 5:00 da manhã. Lá fora, o céu ainda está meio escuro, e você sente o peso do dia que vai começar. 

Entre uma xícara de café e o planejamento das tarefas do trabalho, seus dedos tocam no celular e, em poucos segundos, a sua música favorita começa a tocar. De repente, aquele cansaço dá lugar a um leve sorriso. Naturalmente, você começa a cantar; possivelmente, a depender da música, seu corpo vai querer se mexer e dançar. É quase mágico. Esse é o poder da música: um alimento poderoso para a alma.

A música como alimento da alma

Por que isso nos ocorre? Como podemos entender pelo exemplo acima, a música afeta não somente nosso corpo, mas principalmente mexe com nossa psique. É por isso que desde as primeiras civilizações a música possuiu um lugar de prestígio, pois é capaz de tocar nossas emoções de modo direto e fazer com que nosso estado emocional seja alterado. Tribos indígenas, por exemplo, usavam tambores para rituais de cura e celebração; monges entoavam cantos gregorianos para elevar o espírito; famílias inteiras se reuniam ao redor de instrumentos para cantar e gerar momentos de convivência e fraternidade. Mesmo hoje, milhares de anos depois, recorremos à música quase instintivamente para preencher vazios, aliviar dores e amplificar alegrias.

Em momentos de luto, a música de tons suaves e letras profundas serve como um colo invisível, nos abraça em nossa fragilidade e afaga um pouco da saudade que aquele ente querido deixou. Já durante um casamento, a marcha nupcial anuncia um novo começo e desperta lágrimas de emoção, tanto dos noivos como de quem está na cerimônia. É o momento que marca a união de duas pessoas, e para uma ocasião tão importante a música não poderia deixar de estar presente. Ao termos um filho, é natural buscarmos canções de ninar para embalar o sono tranquilo do bebê. Os exemplos são inúmeros e poderíamos passar dezenas de páginas apenas elencando-os; porém, é evidente que não importa o momento de nossas vidas a música está sempre lá, traduzindo o que sentimos, mesmo quando não encontramos palavras.

E há algo muito especial nesse poder da música: quando escutamos uma canção que toca fundo em nosso coração e mente, sentimos um alívio quase físico, como se cada nota massageasse as nossas emoções. É como se a alma dissesse: “Agora sim, eu entendi o que você precisava”. Não é raro ouvir alguém dizer: “Essa música me lembra daquela viagem inesquecível”, ou “Essa canção sempre me faz pensar na minha infância”. Isso ocorre não apenas pela memória do indivíduo, mas principalmente pelo fato de que a música é capaz de gerar estados emocionais e, consequentemente, se torna mais fácil de ser impregnada pela memória.

Representação visual das emoções provocadas pela música
A música ativa emoções e cria conexões profundas com nossa memória.

Nesse sentido, podemos dizer que a música cria pontes diretas com a nossa memória. Um simples acorde pode nos transportar no tempo e lembrar de pessoas, lugares e até mesmo de um mundo que já não existe mais. Cientificamente, explica-se que a música ativa áreas do cérebro ligadas à memória e à emoção, o que apenas comprova o que os antigos – e nós mesmos, pela experiência – já tínhamos como evidência. 

Diante disso, é inegável que a música está presente em praticamente todos os momentos de nossa vida. Desde o simples sair para caminhar de manhã até dirigir, seja por poucos minutos ou por horas, sempre há uma playlist do momento que nos faz companhia durante esses trajetos. Até mesmo em momentos difíceis, a música nos faz companhia.

Outro aspecto interessante é como a música é capaz de nos dar ânimo, que, consequentemente, se converte em energia. Você já percebeu como as academias, por exemplo, tocam músicas com batidas aceleradas? Não é por acaso. O cérebro responde ao ritmo, aumentando a liberação de dopamina e adrenalina, dando-nos mais disposição para os exercícios. Da mesma forma, festas começam “mornas” e vão ganhando vida à medida que o DJ acerta o ritmo certo. A pista de dança se enche quando aquela música “chave” toca, criando uma explosão coletiva de alegria.

Academia com música animada e pessoas se exercitando com energia
O ritmo musical influencia diretamente o desempenho físico.

Em casa, após um dia exaustivo, colocar a sua banda favorita pode funcionar melhor do que qualquer chá calmante. Aquela voz familiar, a batida conhecida, a letra que você sabe de cor: tudo isso cria uma sensação de segurança emocional. Você já não precisa manter a tensão que normalmente se tem no convívio social, podendo agora relaxar e aproveitar a música e aquele momento.

Os gêneros musicais como formas de expressão de ideias

Nesse aspecto, podemos afirmar que cada pessoa tem um universo próprio de gêneros e canções favoritas. Apesar do nosso gosto pessoal, os gêneros musicais carregam em sua gênese ideias e propostas específicas, capazes de nos fazer dançar, refletir e mesmo entender uma ideia por meio de suas canções e melodias.

A diversidade de gêneros musicais é um reflexo da nossa pluralidade enquanto humanidade. Assim como existem diversas culturas humanas, também os gêneros musicais foram criados para representar, dentro do tempo e espaço, culturas específicas, ideias e ideais que necessitavam existir em determinada época. Desse modo, cada estilo representa uma forma de pensar, sentir e se posicionar no mundo.

Falar de todos os gêneros seria impossível, uma vez que demandaria um estudo detalhado e profundo acerca de centenas de milhares de expressões musicais. Por isso, nós da Feedobem, criámos uma série de textos para abordar alguns gêneros que marcaram a história da música, tanto em nosso país como no exterior. 

Nosso grande objetivo não é conhecer todos os gêneros musicais, isso seria uma tarefa impossível. Entretanto, queremos mostrar de maneira prática como o ritmo, as melodias e as canções podem nos conduzir para ideias, pensamentos e desejos específicos. Esse é o poder da música que se esconde pelos acordes e notas. Passaremos pelos gêneros de maior expressão nos últimos séculos, como a música erudita, o jazz, o samba, o rock e o pop. 

Compositores clássicos e gêneros musicais marcantes ao longo da história
A música como forma de expressão atemporal.

Dito isso, devemos compreender que a música tem algo que poucas artes conseguem alcançar com tanta força: a imortalidade. Obras musicais atravessaram gerações, sobreviveram a guerras, a mudanças culturais e tecnológicas. Beethoven, mesmo surdo, compôs sinfonias que emocionam milhões até hoje. Por isso, a música guarda um grau de relação com aquilo que é atemporal, que não se perde, nem é somente fruto de uma cultura, mas sim uma compreensão de leis da natureza quando vivida em seu máximo esplendor.

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