Como Ser Diferente em um Mundo de Superficialidade?

O que é ser diferente para você? É ter cabelos pintados de cores que ninguém mais tem? É se vestir fora de qualquer moda ou padrão social? É gostar de músicas que ninguém mais gosta? É aceitar seu corpo como ele é, escapando assim do padrão de beleza que nossa sociedade adotou?

Muitas vezes, ao pensarmos nessa temática, restringimos nossas mudanças em aspectos externos, como os citados acima. Será, porém, que ser diferente é necessariamente mudar algo fora de nós, nossa aparência? Sabemos que na perspectiva comum essa é uma imagem vívida e válida, uma vez que o “diferente” nada mais é do que aquilo que está fora de um padrão estabelecido; logo, ao mudarmos a cor dos nossos cabelos, ao assumirmos roupas que fogem da moda, estamos buscando esse ideal fora dos padrões. 

Entretanto, há um mundo de ações, gestos, sentimentos, valores e virtudes que são ignorados por nós. Será que o “ser diferente” não cabe também nesse mundo interno? E uma vez que assumimos essa postura e buscamos encontrar, dentro de nós, algo diferente, poderemos colocá-lo a serviço da humanidade? No fim, ser diferente é simplesmente se distinguir ou, de maneira positiva, ser partícipe de uma realidade maior do que a de nós mesmos? É sobre isso que iremos refletir hoje.

Papeis com varias emoções de tristeza e um diferente com felicidade

O desejo de ser diferente

Como sabemos, o ser humano é um ser social. Isso significa, a rigor, que desejamos fortemente estar em grupos, pois sobrevivemos a partir de associações. Se, do ponto de vista físico, isso é uma realidade, o mesmo também ocorre em nosso mundo interno, ou seja, em nossos aspectos psicológicos. Naturalmente, procuramos nos associar a outras pessoas que tendem a sentir o que sentimos, a pensar como pensamos. Entretanto, até que ponto os ideais que assumimos, a forma de expressar nossas emoções e nosso comportamento são, de fato, autênticos? Ou será que simplesmente copiamos uns aos outros para que assim possamos nos sentir parte de um grupo?

Essa é uma questão profunda e sobre a qual devemos refletir. Se nos vestimos ou nos comportamos de um modo que não é o adotado pela maioria, por exemplo, acabamos nos diferenciando e isso, em um primeiro momento, pode parecer algo bom. Porém, nosso desejo de pertencimento nos alerta que ao sermos diferentes podemos não ser aceitos; logo, há uma outra força que nos puxa de volta ao “padrão” e, comumente, ficamos divididos entre o desejo de sermos nós mesmos e a busca pela aprovação das outras pessoas.

O que nos leva ao desejo de sermos diferentes? Podemos estabelecer dois motivos iniciais: um deles é não se importar com o que está na moda, seja em questões de vestimenta, comportamento ou qualquer outra coisa. Desse modo, usamos qualquer roupa e, por isso, nos diferenciamos. O outro motivo é usar essa diferenciação como um protesto, como uma reclamação, um grito de guerra ou uma crítica ao mundo. Esse lado rebelde, muito comum aos jovens, busca mudar os padrões e estabelecer novos conceitos; porém, na maioria das vezes, tal atitude acaba simplesmente trocando um modo operante por outro, não dando assim uma verdadeira mudança nas estruturas.

É interessante notar que focamos muito nas diferenças físicas, ou melhor dizendo, nas diferenças personalísticas e materiais. Por exemplo, existem muitas campanhas sobre aceitar e amar nosso corpo como ele é, e não submetê-lo aos padrões ilusórios das revistas, da mídia e da televisão. Nesse caso, como mostra a figurinha abaixo, a gente se olha no espelho, sente-se diferente do normal, mas gosta e fica feliz.

Pessoa se olhando no espelho, aceitando sua própria aparência.
Aceitar a própria aparência é apenas o primeiro passo para ser verdadeiramente diferente.

Nesse aspecto, percebe que é preciso aceitar a própria aparência para ser verdadeiramente diferente, afinal, em um mundo que busca um padrão estético a qualquer preço, é válido reconhecer e se aceitar como é. E não há nenhum problema nisso, devemos ter o corpo que nos é próprio, sem fantasias. O problema nasce quando paramos por aí e achamos que a mudança precisa se restringir apenas ao aspecto físico.

Dentro dessa perspectiva, podemos entender que ser verdadeiramente diferente é lutar contra a massificação e o senso comum em diferentes campos: desde o nosso corpo até as ideias que aceitamos como verdades absolutas e que, no fundo, não passam de percepções equivocadas sobre a vida e nosso modo de existir. 

Como fazer a diferença no mundo em que vivemos?

Frente a isso, urge a necessidade de buscar algo mais transcendente, devemos relacionar essa busca não ao corpo, mas à Alma. Não com as roupas, mas com as ideias, com as Virtudes. Se eu quiser ter um cabelo preto, ou amarelo, ou verde, isso pouco importa. Porém, que não seja essa a minha ferramenta de diferenciação, que não seja essa a característica que define a minha Identidade, e sim que sejam as minhas Virtudes os elementos que definem quem Eu Sou. Dessa forma, a verdadeira diferença que há não é demonstrada por meio da aparência, mas sim por meio da capacidade de expressar meus verdadeiros valores no mundo, que infelizmente tende a correr para a direção oposta.

Num mundo repleto de competitividade, egoísmo e corrupção, o diferente é aquele que é Virtuoso, que honra seus compromissos, que não julga, que é amoroso, que é honesto. Esse é o “ser diferente” que temos de propagar e viver hoje em dia. E acreditem, num mundo em que tudo se resume a superficialidade da matéria e das vidas virtuais, tentar cultivar Virtudes e Princípios e tentar compreender a sua própria essência e a do outro Ser Humano são atitudes que vão fazer com que nos sintamos “os diferentões”, e como diz a imagem, temos que “gostar disso”.

c5cb3e 65af802e9a5a45c88df972d8018465aa mv2

Ser diferente, portanto, não é uma busca por se diferenciar apenas para chamar atenção, mas sim por construir dentro de si uma forma de vida única, capaz de refletir com pureza aquilo que se é de fato. Em um mundo em que a aparência parece ser um grande valor, as atitudes de bondade, generosidade e identidade devem ser realmente o nosso diferencial. Ser diferente nesse aspecto mais profundo é difícil, já que não é possível fazê-lo em poucos minutos, como um corte de cabelo ou a escolha de uma roupa chocante. Requer esforço e uma busca sincera sobre o que, de fato, somos.

Ao fazermos isso, podemos aprender a gostar de ser diferente. Em meio ao mundo que não valoriza esse aspecto humano, se diferenciar exercendo sua identidade e virtudes que nos aproximam desse aspecto é maravilhoso, pois, independente do contexto, do cenário, ou das companhias, não vamos abrir mão de quem realmente somos.

No fim das contas, tentar mudar tanto a imagem para parecer diferente, já é ser igual à massa. Para ser verdadeiramente diferente, a sua aparência não tem importância, pois basta conhecer o que habita na sua Essência e ser fiel a isso. Seja diferente! Seja você mesmo!

Comentários

Compartilhe com quem você quer o bem

MENU

Siga nossas redes sociais

Ouças nossa playlist enquanto navega pelo site.

Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência, de acordo com a nossa Política de privacidade . Ao continuar navegando, você concorda com o uso de cookies.