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Mantra

(Créditos: Youtube)

A gente costuma falar de mantra sempre como sendo algo ligado à cultura oriental. O termo nos remete a algo melodioso, calmo e que se repete; que tem a ver com busca de bem-estar, relaxamento, espiritualidade, etc. Esses são os limites do universo semântico em torno da palavra “mantra” no senso comum da cultura ocidental.

Ao falarmos sobre poesia, sobre a natureza filosófica das palavras, sobre ondas e sua propagação no espaço, ou sobre sonoridade, adentramos em um “universo” completamente diferente daquele outro associado à palavra mantra. Pensamos em João Cabral de Melo Neto, em Manoel Bandeira, em nosso professor de física, em algum documentário científico a que assistimos… Não parece que esses assunto tem alguma coisa em comum.

Mas e se mantra, poesia, ondas, vibrações, propagação de energia e chakras estivessem ligados de alguma forma? Será que todos esses fenômenos não estão profundamente relacionados entre si?

(Créditos: eusemfronteiras)

Ao unirmos esses universos de sentidos, percebemos que todos esses aspectos são faces de um mesmo invólucro: o fenômeno mântrico. Assim, veremos que os mantras, diferente do que comumente pensamos, não é algo distante, escavado do terreno cultural e religioso da Índia antiga, mas que sempre esteve presente em nossa vida, desde que nascemos.

Aquela cantiga de ninar quando éramos criança; os sussurros no ouvido de quem está apaixonado; a emoção que sentimos diante de uma boa declamação de poesia; os aplausos diante de uma peça de oratória arrebatadora; as palavras que nos ferem; as que nos alegram; as que nos jogam para baixo; as que nos elevam o ânimo, tudo isso está relacionado ao fenômeno mântrico.

As fraternidades milenares do oriente aprofundaram o conhecimento do ser através de caminhos muito diversos dos que foram trilhados pela modernidade ocidental. O que lhes permitiram descobertas profundas sobre o Ser Humano. Para aquela cultura, as palavras são vibrações que se propagam como ondas pelo campo energético que envolve o indivíduo e se comunicam de algum modo com os centros energéticos, os quais conhecemos como chakras. Desse modo, é possível selecionar palavras que ao serem cantadas em certo compasso e de forma repetitiva podem provocar efeitos determinados em nosso corpo físico, em nosso ânimo, em nossas emoções e em nossa mente. Inclusive a expressão “mantra” tem a ver com a ideia de domínio da mente.

Esse princípio faz muito sentido, pois se observamos as experiências que acontecem conosco no dia-a-dia, percebemos esses efeitos de forma bem nítida. Observem que tem certas músicas que ativam em nós estados de ímpeto, entusiasmo, alegria, tristeza, ou que nos leva ao sono, dependendo das palavras que a compõem, casadas com o ritmo, o compasso e a melodia. Imagine os efeitos provocados em uma pessoa por letras de funk, ou por um rock psicodélico ou por uma canção de ninar? São efeitos muito diferentes, proporcionados pelas vibrações emitidas.

(Créditos: Sua Inspiração)

No livro A República, Platão ao falar de uma sociedade ideal, tratou da necessidade de se cultivar o gosto por músicas que fomentassem a virtude da fortaleza nos guardiões da cidade e não músicas que os enfraquecessem. Na cultura judaico-cristã também percebe-se os efeitos da sonoridade das palavras nos salmos, muitos dos quais eram cantados diuturnamente como meio de fortalecimento do povo no reino de Davi, e até hoje é um dos conjuntos de poesias mais lidas e declamadas em todo o mundo. Na cultura africana também percebe-se o uso de músicas determinadas em seus rituais religiosos. O mesmo ocorre entre os árabes. Esse princípio mântrico, de que palavras são vibrações e se propagam na constituição do ser humano é uma percepção profunda, sofisticada e muito coerente tanto com o universo de experiências do nosso cotidiano quanto com todas as culturas: egípcia, grega, judaica e ocidental.

Este texto é um convite para que você desperte consciência para as palavras, atentando para sua sonoridade, sua beleza e sentindo seus efeitos não somente em sua constituição física, mas também nos campos emocional e mental. Essa percepção desperta em nós sobre a importância de escolhermos bem as músicas que escutamos e, principalmente, as palavras que falamos.

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