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As emoções podem determinar as nossas ações?

Para a nossa sociedade atual o amor à primeira vista é considerado algo fora de moda. Mas para os românticos de plantão, o amor sempre unirá os corações mais diferentes nos momentos mais inusitados. Esse é o tema do curta “Butterflies”, da Abby Boyce, uma artista da Ringling College of Art and Design. A animação conta, de maneira leve, divertida e colorida, a história de amor à primeira vista entre Peter e Robin.

Robin é uma garota que dirige um café na praça local. Ao vê-la, Peter sente borboletas azuis no seu estômago que vão aumentando, junto com sua ansiedade, por não conseguir conversar com a jovem. Entretanto, enquanto Peter tenta se livrar das borboletas, expressando uma resistência para conhecer Robin, as borboletas insistentemente empurram Peter no caminho da garota. Você pode conferir o curta logo abaixo.

Para além da narrativa, o curta “Butterflies” pode nos ajudar a refletir sobre a importância de aprendermos a lidar com as nossas emoções e a importância de nos abrirmos para as novas oportunidades que a Vida oferece. Seja com novos amores, novos empregos, novas leituras ou novas ideias, geralmente, diante do novo, temos medo do desconhecido e ficamos paralisados diante das situações. Esse estado nos leva a perder várias oportunidades de crescimento. Aprisionados pelo medo, estagnamos e perdemos o fluxo da Vida. Mas por que temos tanto medo de viver, de se relacionar com novas pessoas e lidar com situações desconhecidas? Por que é tão difícil vencer os nossos medos?

Podemos dizer que, na verdade, assim como Peter, nem sequer sabemos quais são os nossos verdadeiros medos. Vivemos cada vez mais alienados de nós mesmos, e esse total desconhecimento interfere diretamente na nossa vida cotidiana. Visto isso, é imprescindível conhecer quais as nossas emoções e aprendermos a lidar com cada uma delas.

É preciso compreender, primeiramente, que todas as emoções que sentimos são importantes e cumprem um papel específico para a regularidade da nossa existência. Segundo a psicologia, há seis tipos de emoções básicas: amor, alegria, tristeza, raiva, medo e nojo. Conhecer cada uma delas, classificá-las e canalizá-las com inteligência é um dos grandes desafios que em algum momento teremos que enfrentar.

Embora não percebamos, tudo o que nos propomos a fazer ou o que deixamos de realizar tem por trás uma motivação, a qual está diretamente ligada ao nosso campo afetivo. Assim, cada emoção tem sua relevância adaptativa e evolutiva a depender das circunstâncias, do contexto ou do interlocutor com que estejamos mantendo contato. A verdade é que a afetividade é intrínseca à condição humana e todos nós temos um campo afetivo, o que, consequentemente, nos torna passíveis às influências de uma ou de várias emoções ao longo do dia.

Quando as emoções começam a determinar as nossas ações passamos a ser dominados por elas e não mais pela razão. E sem a razão ficamos como um barco à deriva, e, assim como na animação, matamos borboletas sem saber o porquê ou quais as razões reais para silenciá-las naquele contexto. Por isso precisamos aprender a lidar com as emoções que sentimos, buscando compreender quais as razões por trás delas. Só assim poderemos aproveitar cada oportunidade advinda da Vida.

Quando criança aprendemos a manusear o nosso corpo físico: andar, falar, comer ou movimentar os nossos membros. O que parece hoje ser um hábito sem importância como andar, por exemplo, foi largamente aprendido e praticado desde a mais tenra infância. Porém, pouco nos ensinaram sobre como manejar as emoções. Não sabemos lidar com as perdas, os medos, os fracassos ou as rejeições. Como não fomos educados a lidar com essas emoções sofremos e, por vezes, nos desestruturamos psiquicamente pelas nossas carências ou os nossos excessos.

A influência das emoções em nossa vida é gigante. Entretanto, apesar de sua força para direcionar nossas ações, dificilmente conseguimos lidar com elas, uma vez que os elementos que atuam e movimentam a nossa psique não podem ser vistos ou tocados. Desta forma, ficamos à mercê de um mundo psíquico que oscila entre bons e maus momentos, nos levando a depender da casualidade e das circunstâncias externas. Quando compreendemos isso, aproveitamos as adversidades e as transformamos em oportunidades, caso contrário estagnamos e somos arrastados pelo Fluxo da Vida.

Mas o que chamamos de psique? Utilizaremos o olhar da filosofia clássica e os ensinamentos deixados pelos seus mestres orientais e ocidentais, para quem a psique é um complexo de vivências que estão para além do corpo físico e se manifestam através das emoções, dos pensamentos, dos desejos e das ações motivadas pela vontade consciente do Indivíduo.

A partir desse conceito, fica claro que o Ser Humano não é apenas um complexo biológico, mas também é composto por um corpo emocional e que, assim como no físico, tem suas próprias leis. Desta maneira, podemos resgatar o conceito grego que diz que todo Indivíduo é construído por um pensar, um sentir e um agir e que está devidamente Harmonizado numa imprescindível Unidade. Em resumo, tudo o que pensamos ou o que sentimos impactam as nossas ações, pois há uma Unidade interna que relaciona o que pensamos, o que sentimos e o que fazemos. E todas as vezes que essa Unidade não se estabelece, há fragmentações e estados desarmônicos.

Hoje vivemos uma sociedade afundada em problemas emocionais, onde são crescentes os distúrbios psíquicos e comportamentais. A busca por profissionais, terapias alternativas e remédios farmacológicos são sintomas de que conseguimos lidar e gerenciar cada vez menos as nossas questões afetivas. Se partimos do pressuposto que um Indivíduo com saúde só pode sê-lo se for em todos os aspectos, podemos deduzir que, atualmente, poucas são as pessoas verdadeiramente saudáveis. Visto isso, devemos reunir as condições necessárias para essa integralidade, que está para além do nosso corpo físico. Nessa jornada em busca da saúde o autoconhecimento é um importante caminho para essa conquista.

Quando nos conhecemos, adquirimos a capacidade de reconhecer, descrever e avaliar o que sentimos. Consequentemente, passamos a enfrentar os nossos medos e estados de angústias de maneira mais direta. Assim, temos muito mais chances de controlar os pensamentos e sentimentos negativos canalizando-os para ações mais produtivas. A isso chamamos de Inteligência emocional, conceito que a psicologia descreve como a capacidade de reconhecer, avaliar e gerenciar os sentimentos internos.

Como no curta “Butterflies”, o nosso estado emocional pode afetar o nosso comportamento e comprometer a nossa Vida social. Portanto, surge a necessidade de aprendermos a manejar conscientemente nossas emoções. Que possamos nos comportar com a maturidade necessária agindo e não reagindo às circunstâncias. Educar a nossa psique é urgente e, quanto mais consciente estivermos dessa missão, mais domínio emocional adquirimos, mais poder teremos para formar esses elementos e atuar no nosso comportamento. Como no curta, poderemos Unir o nosso coração ao coração de cada pessoa ou coisa que encontramos no caminho.

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