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A Ficção Científica e suas Previsões sobre o Futuro da Terra

Como você imagina que será o futuro? Essa é uma pergunta que todos nós já travamos contato em algum momento de nossas vidas. Quando crianças, somos questionados sobre o que queremos ser quando “crescermos”, e a isso vêm uma série de imagens à nossa imaginação. Quanto ao futuro do nosso planeta e da nossa sociedade, também fazemos esse mesmo exercício e acabamos, invariavelmente, imaginando-o como uma extensão do nosso presente. Assim, se hoje vivemos num mundo repleto de tecnologia e inovação, é natural pensarmos que o futuro, seja daqui a dez ou mil anos, terá como pressuposto as mesmas bases científicas e que teremos uma tecnologia ainda mais avançada. Não por acaso os filmes reproduzem essa perspectiva ao criarem suas ficções – sendo o termo “ficção científica” um próprio gênero do cinema – imaginam carros voadores, a colonização de outros planetas e sistemas solares, além de outras tantas invenções que só poderão ser realizadas se avançarmos ainda mais no campo científico.

Uma diferença crucial, porém, está entre o que imaginamos sobre o futuro e como ele, de fato, será. É evidente que, por definição, não podemos saber como o futuro será, visto que ainda não aconteceu, mas podemos ampliar esse exercício e pensar em como outras civilizações pensavam que seria o futuro. Por exemplo, se perguntássemos a um homem medieval que viveu em 1022 como seria o ano de 2022, o que ele provavelmente responderia? Observando ao seu redor o poder da Igreja, a força dos feudos e as grandiosas construções de basílicas e outros templos, seria previsível que ele respondesse que em mil anos as igrejas fossem tão altas quanto as nuvens, e os feudos tão poderosos que se converteriam em verdadeiras nações de nobres e servos.

Hoje, porém, não é o que vivemos. As igrejas não são tão grandiosas quanto um arranha-céu e os feudos já não existem mais. Partindo disso, podemos entender que é muito provável que o futuro não seja como imaginamos, visto a dinamicidade que existe dentro da própria história humana. Mas quais são as previsões que fazemos em nosso momento atual? Qual a perspectiva de futuro que imaginamos? Uma delas, como já comentamos no início do texto, é a de uma sociedade ainda mais tecnológica. Outra perspectiva, no entanto, nos leva para um cenário um tanto quanto desanimador, que é a de um mundo pós-apocalíptico, com grandes problemas ambientais, guerras e apresenta-se uma regressão do nosso nível civilizatório em que as diferenças passam a ser maiores do que nossos pontos em comum e, consequentemente, fomenta-se um estado de guerras contínuas. 

Do mesmo modo que pensamos o futuro tecnológico como uma extensão do presente, também acreditamos que esse futuro pós-apocalíptico nasce de uma ampliação dos elementos que vivemos atualmente. Em um cenário de cada vez mais tensão entre os países, em que as pautas ambientais mostram-se mais urgentes visto a degradação dos recursos naturais, o futuro desse ponto de vista parece ser a escassez de água, a poluição da atmosfera e invariavelmente a disputa bestial pelos últimos redutos da natureza. 

Frente a isso, é preciso pensar quais são as perspectivas que possuímos para o nosso futuro enquanto espécie, e principalmente a nível global. Mesmo que o futuro talvez não seja exatamente como imaginamos, ele só pode ser alterado a partir de uma mudança de perspectiva que nasce no presente, no coração e na mente de cada ser humano. Não trata-se, pois, de negar ou diminuir as estatísticas que indicam o caminho que estamos tomando, mas sim compreender o nosso papel diante da responsabilidade para com o Todo. 

Dito isso, nos parece fato que a exploração dos recursos naturais de maneira intensa está levando o planeta a um desgaste acelerado. Se o imaginarmos como um ser vivo, podemos perceber que a Terra vem se comportando como alguém que fez um grande esforço físico e para isso precisa gerar condições de se manter equilibrada. Um corpo humano, nessas condições, aumenta sua frequência cardíaca, passa a suar para diminuir a temperatura, aumenta a respiração e demais processos para uma contínua geração de energia. Porém, mesmo o mais preparado dos corpos, ainda irá render-se ao cansaço e à exaustão depois de uma atividade prolongada. Com o planeta, apresenta-se cenário semelhante, em que o ritmo de atividades naturais cresce para tentar encontrar um novo equilíbrio.

Podemos tomar como base para essa discussão o filme “Blade Runner 2049”, que mostra um futuro pós-apocalíptico em que a Terra é representada como um grande deserto e em que grupos disputam seus últimos recursos. No filme mostra-se claramente a relação entre o mau uso dos recursos com as consequências naturais disso, gerando o problema do abastecimento para toda a humanidade. “O livro de Eli”, outro longa-metragem, também desenvolve a temática de maneira parecida. Por outro lado, filmes como “De volta para o futuro” e animações como “Os jetsons”, mostram uma visão mais “positiva” do futuro e sua sociedade tecnológica. 

Apesar das diferentes visões, é fundamental percebermos que “salvar” o planeta implica em uma mudança drástica em nossa forma de viver. Por mais que desejemos, uma tecnologia avançada ainda não será capaz de reestabelecer a conexão que os seres humanos, de maneira geral, perderam com a natureza e suas leis. Passamos a nos sentir donos da natureza, proprietários de um espaço que esteve, está e estará aqui muito depois da nossa partida. Somos partícipes da Vida e suas leis, sendo apenas mais um elemento da natureza e não seu dono ou algoz. Mesmo que ao longo do tempo tenhamos uma tecnologia capaz de preservar o meio ambiente e de não destruir o que garante nossa sobrevivência, isso de nada valerá se não tivermos a capacidade de reconhecer essa conexão real com a natureza.

Portanto, mesmo que o futuro não seja mais como pensávamos antigamente, é fundamental que saibamos do nosso presente e das consequências que estamos gerando para o planeta e a nós mesmos. Não deixemos que a vida imite a arte e que daqui há alguns séculos estejamos vivendo tal qual os filmes nos mostram. O mundo não precisa ser um deserto para que aprendamos a integrá-lo. Se entendermos isso, poderemos tornar nossa existência um campo fértil de aprendizados e quem sabe, com o tempo e a maturidade, possamos nos reconectar com a natureza de modo tão profundo que a vejamos como mais um aspecto do mistério que habita em todo o Cosmos, inclusive em nós mesmos.

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