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Feng Shui – O Equilíbrio das Energias dos Ambientes

A Vida é movimento. Se observarmos a Natureza, perceberemos que não apenas nós, Seres Humanos, somos dotados de Vida e Energia. Em verdade, podemos observar essas duas características ao nosso redor, o tempo todo. Olhe à sua volta: provavelmente você deve estar no seu quarto, na sua casa ou no seu trabalho, e próximo a você deve existir objetos que costumamos classificar como “inanimados”, sem “anima”, sem Vida. Porém, se pudéssemos observar profundamente esses objetos, veríamos que eles são constituídos de átomos, que movimentam-se sem parar e contêm uma quantidade de energia gigantesca. Dentro dessa perspectiva, podemos nos questionar: há algo que não esteja em movimento? A resposta, tão simples e assustadora, é que não. A todo momento tudo está se movendo, mesmo que não estejamos conscientes ou mesmo enxergando isso. De maneira natural, a vida nos apresenta que, de forma visível ou “invisível”, esse movimento é contínuo, no entanto, não percebemos.

Essa é uma ideia fácil de entender intelectualmente, mas, de forma prática, o que isso significa? Que, em maior ou menor grau, não há a opção de ficarmos estáticos e que o movimento é uma lei fundamental da Natureza. Em um mundo que está constantemente em marcha tentar frear esse impulso ou mesmo colocar-se contrário a ele, tal qual um rebelde, é ir de encontro com a própria vida. Por vezes desejamos que tudo fique “quieto”, parado, estático e nesse momento devemos perceber que estamos agindo de encontro com esta poderosa lei.

Isso nos leva a um outro ponto extremamente importante: se todo o Universo tem energia e que esta encontra-se, invariavelmente, em movimento, como não sentimos seus efeitos de forma visível? A resposta para essa pergunta está na limitação dos nossos sentidos, que não captam as energias mais sutis que nos rodeiam. Hoje é fato que há energias que não enxergamos, como a eletromagnética, por exemplo, que provavelmente está nos rondando enquanto lemos esse texto. Entretanto, essa é apenas uma de outras centenas de formas de energia que não podemos captar, portanto, será que existe um meio de harmonizar tantas formas distintas de energia, desde as do seu corpo até as dos objetos próximos à você?

Essa resposta pode ser encontrada na doutrina chinesa. Há 4 mil anos, nessa bela civilização do Extremo Oriente foi desenvolvida uma arte acerca da harmonização dessas energias: o Feng Shui. Traduzido de forma literal, Feng Shui significa “vento-água”, que remete-nos a uma ideia de movimento e harmonização. O vento como o elemento inconstante, que flui e sempre está a soprar, e a água com a sua capacidade de adaptação às formas. Para além do nome, essa arte milenar chinesa foi desenvolvida a partir da observação da Natureza e foi sendo implantada, inicialmente, na construção de moradias e plantações. Atribuía-se, em certa medida, o sucesso do plantio à sua posição, à sua relação com o vento e com as energias da Terra. Do mesmo modo, a construção de casas também tinha relação com o fluxo de energia do local, sendo seus objetos, cômodos e áreas planejadas para uma melhor circulação das energias positivas e dissipação das energias negativas daquele ambiente. 

De maneira prática, a arquitetura e engenharia moderna entenderam essa ideia, apesar de usarem de forma mais objetiva e com elementos práticos. Na construção de uma casa, por exemplo, preocupam-se com a circulação do vento ao abrir janelas em pontos estratégicos, assim como a direção da própria casa. Logo, o objeto construído jamais pode ignorar as condições naturais em que se encontra, seja o terreno, o ambiente, as forças da Natureza etc. O Feng Shui, porém, vai muito além e trabalha com energias mais sutis, convocando assim uma nova realidade a apresentar-se em uma moradia ou ambiente natural ou adaptado pelos Seres Humanos. Fala-se, por exemplo, que cada cômodo da casa tem uma função – e isto é real para a grande parte do mundo –, logo, deve-se buscar canalizar energias específicas para aqueles ambientes. Se pensarmos no escritório de uma casa, que é um local destinado ao trabalho e ao estudo, quais tipos de energia deveriam ser canalizadas nesse ambiente? De acordo com o Feng Shui e uma lógica natural, o escritório deve produzir uma maior concentração, silêncio e que não possua distrações. Esses são aspectos que hoje são pensados de maneira natural, porém, o Feng Shui vai além e determina a posição dos móveis, o que deve-se ter ou não para ajudar na captação de energias que favoreçam esses aspectos psicológicos.

Com o tempo, o Feng Shui foi sendo incorporado junto a escolas filosóficas da China como, por exemplo, o I Ching e o Taoísmo. Por essa razão, é possível hoje encontrarmos diversos tipos de Feng Shui, tendo métodos e finalidades distintas. De certa maneira, a ideia é sempre a mesma, a harmonização desse fluxo de energia, mas em diferentes níveis: pessoal, familiar, coletivo etc. Por isso, pode-se aplicar os princípios do Feng Shui não apenas às moradias, mas às empresas e até mesmo ao próprio corpo, como é o caso da acupuntura e de outras técnicas orientais. Refletindo sobre a união do Feng Shui com a filosofia chinesa, é interessante perceber como essa civilização entendia que elementos distintos, apesar de não estarem diretamente conectados, possuíam uma relação próxima e que, por meio deles, se pode chegar a grandes ideias por meios de práticas que, a priori, não estão relacionadas a filosofia. É importante ressaltarmos esse aspecto, pois no mundo atual o senso comum encara o Feng Shui como uma forma de decoração, quase desprovida de um sentido e, em alguns casos, muito mais apegada a uma forma tradicional – quase religiosa – de enxergar a harmonia interna. Porém, apesar dos aspectos exteriores, o cerne de toda a ciência do Feng Shui está na canalização de um ambiente externo que possibilite a vivência interna de forma mais profunda. Nesse sentido, jamais podemos olhar para essa milenar arte como apenas uma forma “diferente” de organizar nossos espaços, mas sim como um caminho de conexão entre esses dois mundos – interno e externo – que estão tão próximos e, ao mesmo tempo, tão distantes.

Num primeiro momento, essas ideias podem parecer estranhas, primitivas ou até mesmo fruto de uma sociedade que pouco entendia sobre os fenômenos naturais. Atualmente, por exemplo, confiamos mais em métodos de irrigação e manutenção do solo do que, necessariamente, na posição do plantio para o sucesso da colheita. Do mesmo modo, uma empresa, de forma geral, baseia-se mais em uma estratégia eficaz de marketing do que, necessariamente, na posição em que seu escritório se encontra. Entretanto, não podemos deixar de reconhecer o valor do Feng Shui em nosso cotidiano. 

O valor da Ordem, por exemplo, dentro de um ambiente, influencia diretamente na nossa relação com ele. Quem de nós nunca sentiu-se bem após uma faxina na casa, quando mudamos alguns objetos de lugar, limpamos nossa bancada de estudos e colocamos objetos de decoração? Ou mesmo na simples organização de um armário, ao retirarmos livros que há muito não usávamos, ou ao mudarmos suas posições? O fato é que ao limparmos fisicamente algo, ou mudarmos de local os objetos, também fazemos uma mudança em nossa psique, reinventando e redescobrindo uma maneira de se relacionar com aqueles objetos e cômodos. Apesar de fisicamente percebermos essa diferença, raramente entendemos como faz bem para a nossa psique a renovação dessas energias que estão estagnadas. O Feng Shui ajuda a entendermos esse processo de maneira consciente, explicando como pode fluir de maneira mais eficaz a energia com a harmonização dos ambientes, ou seja, quando tudo está regido por uma lógica. 

A busca pelo equilíbrio dessas energias em nossos ambientes de trabalho e em nossos lares não reflete apenas no externo. Por isso que o Feng Shui auxilia no equilíbrio físico, emocional e mental dos que convivem em ambientes harmônicos. E não precisamos ir tão longe para comprovar isso. A “Teoria das Janelas Quebradas”, desenvolvida no âmbito do direito criminal e usada amplamente pela psicologia, nos traz evidências que, ao entrarmos em um ambiente desorganizado, tendemos a perder também essa Ordem Interna, ao passo que ambientes limpos e harmônicos nos fazem buscar uma Harmonia Interior.

Portanto, até os mais céticos que classificam o Feng Shui como uma pseudociência e o desvalorizam são obrigados a concordar que a Ordem (ou a desordem) de um ambiente irá refletir em nossa psique. Do mesmo modo, o fluxo de energia que existe nos ambientes irá refletir na nossa própria energia, como uma troca que pode ser positiva ou negativa. Nesse sentido, é fundamental entendermos que organizar os ambientes nos proporciona uma ordem natural interna, uma percepção de que a vida flui, de que cada objeto está no seu lugar, tanto internamente como externamente. Assim, a organização não é questão de gosto, de preferência, mas se converte em um poderoso meio de construção de um estado de consciência harmônico, capaz de evitar grandes impactos psicológicos ou a queda em um automatismo perigoso.

Em síntese, podemos buscar nos fundamentos do Feng Shui uma ótima ferramenta para percebermos o que nos dá energia e o que nos rouba energia. Renovar as energias em um ambiente, por fim, não se trata apenas de mover os móveis e colocá-los em uma determinada posição, mas principalmente se trata de renovar os laços, encontrar o que nos inspira diariamente e, como manda a arte chinesa, nos ajuda a dissipar a má energia. Isso pode refletir numa atitude de que não gostamos, um rancor por alguém, uma mágoa. No fim, nossa condição interna, assim como nossos ambientes, precisam de uma constante Limpeza e Purificação. Somos um canal, então, que possamos transmitir, tanto interna como externamente, apenas boas energias. E que possamos ser, antes de tudo, um fator de soma na existência. Desse modo, estaremos colocando em prática os princípios que regem o Feng Shui, mesmo sem nunca termos aprendido sobre suas regras e técnicas.

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