![Game "The Stanley Parable": O Desafio de Usar o Livre Arbítrio 1 0038ba b41f07a21e6a4b1696a4e0a3a0e895ac mv2](https://feedobem.com//wp-content/uploads/2021/03/0038ba_b41f07a21e6a4b1696a4e0a3a0e895ac-mv2.jpg)
Misture os filmes “Mais estranho que a ficção” e “O show do Truman”, jogue uma reflexão sobre livre-arbítrio, e entenda a ideia geral do jogo The Stanley Parable.
Diferente de tudo que você já viu nas opções de games, Stanley Parable joga com sua capacidade de escolhas o tempo inteiro! Stanley é um funcionário de uma empresa que faz o mesmo serviço todos os dias. Certo dia, ele percebe que todos sumiram e vai em busca de respostas. A questão é que, como no filme “Mais estranho que a ficção”, todos os movimentos de Stanley são comentados pelo narrador do jogo, e a nossa tendência é seguir o que narrador nos fala. Mas podemos ignorar o narrador e seguir nosso próprio percurso. E, perspicazmente, quando você age diferente do que o narrador fala, ele adapta a fala para seu novo movimento para sempre ficar um passo à frente do que você vai fazer. É muito curioso pois a tendência do jogo é ver até onde vamos ouvir ou ignorar os comentários do narrador.
O caminho percorrido por Stanley nos remete a ideia do livre-arbítrio, a capacidade que o ser humano tem de escolher suas ações. Que ações eu tomaria se não tivesse ninguém olhando, ninguém ‘narrando’ todos os meus passos? Ou o contrário, como seriam minhas ações se o tempo todo eu estivesse sendo vigiado e narrado? Minha conduta mudaria ou eu seria sempre o mesmo? Se eu fizesse algo sem ninguém ver e de repente isso se tornasse público, eu me envergonharia?
Nossa vida é feita de escolhas, porém tendemos a mudar de escolhas dependendo de quem estamos acompanhados ou de como vão nos avaliar. O livre-arbítrio permite nos expressarmos como quisermos, pois, como seres humanos temos um vasto potencial, de ser o melhor de nós mesmos ou o pior de nós mesmos. Mas não deveríamos mudar nossas condutas por causa de quem viu ou não. Devemos ser fiéis a nós mesmos, nossos princípios, a quem queremos ser, e isso não deveria mudar tão facilmente. Afinal, temos 24h conosco um telespectador que avalia o tempo todas nossas condutas, a nossa consciência.
Mafalda, personagem icônico de Quino, conhecia muito seu telespectador interno, como ilustra a tirinha abaixo:
![Game "The Stanley Parable": O Desafio de Usar o Livre Arbítrio 2 0038ba da58fedc3f994f63a7b1e035fa3594ff mv2](https://feedobem.com//wp-content/uploads/2021/03/0038ba_da58fedc3f994f63a7b1e035fa3594ff-mv2.jpg)
Se temos uma lembrança constante desse inquilino interno, somos sempre observados por nós mesmos, pela nossa consciência, e não sofreremos com as possíveis diretrizes e comentários de um ‘narrador’ externo. Por mais que o narrador insista em percorrer o caminho que ele quer, não cederemos, pois teremos a certeza da escolha que fizemos, já que foi consultado anteriormente o nosso inquilino interior. Desse modo, o livre-arbítrio não se torna tão difícil, pois sempre faremos escolhas para o nosso melhor, que é o que nosso inquilino mais deseja, o nosso crescimento.