Há alguém no mundo sem medo? Essa é uma pergunta muito difícil de responder. Mas, tem algo com que a maioria de nós parece concordar: sentir medo é algo comum entre os seres humanos.
Frio na barriga, suor excessivo, mãos trêmulas, paralisia… Muitas são as reações que o medo causa em nós. O medo é uma reação natural a alguma situação de perigo; ele nos alerta para que possamos principalmente preservar a nossa integridade. Se não fosse o medo, quem sabe o que seríamos capazes de fazer?
A estudante da Vancouver Film School, Nata Metlukh, criou a animação “Medos” (tradução livre) por meio do programa VFS Classical Animation. Nela vemos os medos como pequenos personagens sobre os ombros e cabeças de todas as pessoas. Cada um carrega seu medo de estimação e é, por vezes, engolido por ele.
Tem: medo do escuro, medo de avião, medo da solidão, medo da verdade… O que não falta é medo. Mas, podemos nos relacionar com eles de outra forma, sabia? Podemos tê-los como um alerta de que alguma coisa pode nos fazer mal e de que talvez estejamos diante de uma verdadeira ameaça.
Com calma e sabedoria, podemos superar as nossas fraquezas. Os nossos medos não são insuperáveis. Devemos procurar em nós mesmos o que os fazem virem à tona, e enfrentarmos de frente o que nos impede de prosseguir.
Em alguns casos mais extremos, pode até ser necessária a ajuda de um profissional, mas uma boa dose de boa vontade ajuda bastante. Isso mesmo, boa vontade. É dela que precisamos para darmos os passos rumo à superação.
Quando conseguimos manter a atenção sobre as nossas sensações e percepções, o medo se torna um aliado importantíssimo. Ele pode literalmente salvar as nossas vidas. Isso quer dizer que não devemos desprezá-lo, porém quando por algum motivo deixamos que ele se torne um “bicho de sete cabeças”, uma fera, ele pode começar a ter uma importância maior que a que deveria. Pode até chegar a dominar as nossas vidas. Isso não é bom.
Mas nem tudo está perdido, pois, ”bichos de sete cabeças” não existem! Algumas vezes eles não passam de ilusões, ou de uma supervalorização das coisas que nos incomodam, coisas que não nos deixam à vontade.
Observe os seus medos, e verá que, em alguns casos, é você que os cria, e o pior, se entrega aos seus domínios. Quando eles forem perdendo a força, a partir do momento que você resolver “caminhar”, mesmo estando receoso, verá que o tal medo só estava tentando garantir que você fique atento.
O medo na verdade é o combustível da responsabilidade, é o que te faz não deixar de prestar atenção em você mesmo, para que possas te manter firme, e mesmo com medo possas seguir em frente.
O curta que hoje indicamos, nos mostra de uma maneira bem rápida e objetiva que os exageros infelizmente acontecem, mas também que se dermos ao medo o seu verdadeiro “valor”, ele poderá nos deixar mais alertas, conscientes e até mesmo salvar nossas vidas. Se formos perseverantes, no nosso tempo perceberemos que podemos ser maiores que eles.
Do que você tem medo? Todos os medos devem ser respeitados. Mas, há um tipo de medo muito perigoso e que pode causar muitos estragos. O medo da verdade. Nas palavras de Platão:
Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.
O medo de ser iluminado pela luz da verdade pode ser uma das causas das ondas de intolerância, agressividade e violência porque a humanidade passa de tempos em tempos. Porque pode nos levar a viver numa ilusão: a grande mentira da separatividade.
Então, desejamos que você consiga encontrar combustível para lutar contra os medos paralisantes e abraçar aqueles que são necessários. E que, derrotando um a um, você possa vencer, por fim, a grande ilusão de que estamos separados. Talvez, não exista nada a temer depois disso.
Boas reflexões!