Quem escolhe o que você faz, o que diz, o que sente, como pensa? Essa questão parece ter uma resposta óbvia, mas será?
Você nunca se pegou repetindo frases ou conceitos de outros, como se fosse uma fiel crença sua? Nunca repetiu alguma ação mecanicamente porque “todo mundo está fazendo”? Nunca vestiu uma roupa porque está na moda para tempos depois, ao ver uma foto sua com ela achá-la ridícula? Nunca alterou sua foto numa rede social, ou mesmo, defendeu com unhas e dentes alguma causa que, na verdade, nem compreendia muito bem? Nunca lhe aconteceu de, “do nada”, começar a cantarolar uma música e alguém perto dizer surpreso: “que engraçado, eu estava pensando nessa música agora mesmo”?
Pois é meu amigo ou amiga, nem tudo que você faz, fala, sente ou mesmo pensa foi você que decidiu, pelo menos não conscientemente.
O filosofo grego Platão, em sua famosa Alegoria da Caverna, compara nossa sociedade com seres que nasceram e vivem a vida toda dentro de uma escura caverna, vendo sombras e achando que estas são as coisas reais. Nesta caverna, ele explica, há manipuladores destas sombras que, assim como ilusionistas, são capazes de fazer estas pessoas acreditarem no que eles querem que elas acreditem, de uma forma tão elaborada, que estes seres escravizados na escuridão acreditam e defendem, veementemente, que são livres e senhores de suas próprias decisões. Desta forma, nunca saem da escravidão, pois nem sequer admitem que estão presos.
Esta parte da alegoria (que aqui foi extremamente resumida e, na sua totalidade, contem símbolos reveladores da atual condição humana, sendo recomendável lê-la) deveria nos fazer pensar sobre o quanto do que fazemos, ou mesmo pensamos, é realmente nosso, e o quanto é escolha de algum agente externo.
Vivemos numa época onde o “espirito democrático” nos faz acreditar que somos nós que decidimos tudo e fala-se, de forma insistente e redundante em Liberdade, em vários campos e níveis da vida. O mesmo Platão, de quem falamos antes, defendia uma linha de pensamento que dizia que, quando alguém fala muito sobre alguma coisa, é porque esta lhe falta.
Desta forma, quando alguém fala constantemente sobre comida é porque está com fome, outro que fale constantemente sobre água, é porque está com sede. Assim, o fato de pensarmos e falarmos constantemente de Liberdade, deveria nos acender a luz amarela de que, na verdade, esta nos falta, estamos presos.
Entretanto, o que está preso, já que, aparentemente, tenho liberdade para fazer o que quiser? A nossa consciência.
Os hindus, em sua filosofia clássica, dividem o ser humano em sete partes sendo 04 materiais, que compõem a nossa parte inferior, e 03 sutis, que correspondem a nossa parte superior e espiritual. Por desconhecimento desta parte sutil em nós, acreditamos que somos essa casca física, e que fora dela não há mais nada.
É exatamente isso o que nos mantem presos a esta “caverna”. Por acreditarmos que somos apenas os nossos instintos e desejos materiais, ficamos sujeitos aos ilusionista manipuladores, que nos fazem decidir o que eles querem. Porém, existe um mundo “fora da caverna”, onde podemos ver as coisas “iluminadas” pela luz do Sol, e somos capazes de conhecer a nossa parte espiritual, o nosso Eu, para além das “sombras” do mundo material, onde mora a verdadeira essência das coisas e o real sentido da vida.
Nosso livre-arbítrio consiste, então, em escolher onde vai transitar nossa consciência entre estes dois mundos, que existem dentro de nós mesmos. Diante do que refletimos agora, você realmente exerce o seu livre arbítrio? Consegue controlar onde a sua consciência vai transitar? Ter o conhecimento disto é o primeiro passo, basta agora decidir qual caminho tomar e exercitar. O que você vai escolher?
O vídeo a seguir vai falar sobre esse poder de escolha, o livre-arbítrio, do ponto de vista da ciência. Esperamos que você escolha assistir.