3I/ATLAS: Como ele Desperta Nosso Medo Ancestral e Fascínio pelo Desconhecido

Desde as primeiras civilizações, o céu sempre fascinou a humanidade. Hoje, com a chegada do cometa 3I/ATLAS, esse fascínio se renova, trazendo à tona emoções ancestrais que nos conectam ao mistério do universo e à busca por compreender o desconhecido. Não por acaso, uma das sentenças mais profundas da humanidade, encravada na entrada do templo de Delfos, dizia: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”. Isso mostra o quanto existia – e ainda existe – uma necessidade vital do ser humano em encontrar respostas no cosmos.

Visto isso, quando um novo corpo celeste aparece, especialmente um que não pertence ao nosso sistema solar, como o cometa 3I/ATLAS, algo ancestral desperta dentro de nós: um arrepio que é, ao mesmo tempo, medo e fascínio. O 3I/ATLAS é mais do que um evento astronômico; ele é um símbolo de nossa eterna inquietude diante do desconhecido. Sua passagem, anunciada em meados de 2025, reacendeu em milhões de pessoas a mistura paradoxal de curiosidade e temor que acompanha a humanidade desde que erguemos os olhos à abóbada celeste. Ele nos convida a refletir não apenas sobre o cosmos, mas também sobre a estrutura emocional do próprio ato de conhecer.

Representação artística do cometa 3I/ATLAS cruzando o céu noturno.
O cometa 3I/ATLAS reacende o fascínio humano pelo cosmos.

A ciência moderna, com toda a sua precisão, costuma nos apresentar o universo em termos de órbitas, gases, temperaturas e distâncias. Mas o que o cometa provoca vai além dos dados, pois ele mexe com aquilo que Jung chamaria de inconsciente coletivo, ativando arquétipos milenares  e nos fazendo temer e, ao mesmo tempo, querer desvelar o que está ocorrendo. A história do 3I/ATLAS é, portanto, uma metáfora viva de como lidamos com o mistério. Ela revela tanto nossa sede de compreensão quanto nosso temor daquilo que não controlamos.

O enigma cósmico: a chegada do 3I/ATLAS

Antes de nos aprofundarmos nesse assunto, precisamos explicar o que é o 3I/Atlas. Em 1º de julho de 2025, o sistema ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), instalado no Chile, captou a luz tênue de um corpo em movimento rápido nos confins do céu noturno. Nas semanas seguintes, os astrônomos confirmaram que não se tratava de um cometa comum, devido às suas características se mostrarem distintas do padrão até então observado. Sua órbita, por exemplo, era hiperbólica, ou seja, não estava presa à gravidade do Sol, o que demonstrava que esse objeto não era do nosso sistema solar, mas sim de outro local do cosmos.

3iAtlas
Foto colorida do 3I/ATLAS feita pelo Observatório Gemini Sul em 27 de agosto de 2025, mostrando sua coma e cauda difusas

Diante disso, ficou claro que aquilo que se movia silenciosamente pelo vazio não era um visitante regular do sistema solar: era um forasteiro. Um viajante interestelar, vindo de algum lugar que talvez jamais consigamos mapear. Quando se percebeu isso, os cientistas lhe deram um nome: 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar já registrado, após o 1I/ʻOumuamua (2017) e o 2I/Borisov (2019).

A mera existência desse corpo é um lembrete de que o espaço não é um palco estático, mas sim dinâmico, permeado por encontros improváveis e cruzamentos de trajetórias. Isso porque todo o cosmos está em movimento, criando novas possibilidades e relações. Dessa forma, o universo, apesar de suas distâncias, se mostra cada vez mais um campo de extrema interação. Cada encontro, mesmo quando breve, carrega a potência de abalar nossas certezas.

Visualização do cometa 3I/ATLAS como objeto interestelar vindo de fora do sistema solar.
O cometa 3I/ATLAS: um forasteiro cósmico.

Objetivamente, cometas interestelares são fragmentos de mundos que não são os nossos. Eles carregam, em sua composição, a química de sistemas solares desconhecidos, talvez restos de planetas que nunca nasceram, ou que nasceram e morreram há bilhões de anos. Assim, ao estudar um objeto como o 3I/ATLAS, olhamos literalmente para uma história que não é a nossa, mas que agora nos atravessa. E isso, psicologicamente, é perturbador. O ser humano tem necessidade de criar fronteiras: delimitamos o que é “nosso sistema solar”, “nosso planeta”, “nosso lar”. Logo, quando algo vem de fora e cruza essa fronteira invisível, a sensação é ambígua: por um lado, sentimos um convite à curiosidade, mas também, por outro, o percebemos como uma ameaça.

Basta pensarmos na nossa própria casa. Deixamos qualquer pessoa entrar em nossa residência? Evidente que não, pois estabelecemos o limite de aproximação. Obviamente, não somos capazes de controlar o que pode entrar em nosso sistema solar, nem mesmo no nosso planeta, mas ainda assim, do ponto de vista psicológico, a sensação é a mesma e, por isso, o temor passa a ser real. Começamos a imaginar possibilidades, desde um choque com a Terra, o que poderia causar nossa extinção, até mesmo a chance de ser uma nave alienígena, como alguns tendem a achar. Todos esses aspectos, no fundo, alimentam algo ainda mais ancestral em nós: o fascínio pelo desconhecido.

O fascínio pelo desconhecido

O mistério do 3I/ATLAS toca um fio profundo na alma humana: a tendência de atribuir sentido àquilo que não entendemos. Desde os povos babilônicos até os povos pré-colombianos, o aparecimento de um cometa sempre foi interpretado como sinal de mudança, boa ou má, mas nunca neutra. Essa reação ancestral revela uma verdade psicológica: não suportamos o vazio de sentido. Quando algo surge sem explicação, o instinto humano nos leva a preencher a lacuna com histórias. Se não compreendemos um fenômeno, inventamos uma narrativa, e é assim que o medo nasce.

Representações antigas de cometas em culturas antigas.
Cometas na história da humanidade: símbolo de transformação e mistério.

O desconhecido, por si só, não assusta. O que assusta está na falta de respostas que sentimos. O 3I/ATLAS, vindo do espaço interestelar, nos mostra o quanto ainda somos ignorantes perante o cosmos que existe. Ainda no campo da psicologia, Freud diria que o ser humano vive entre dois impulsos: Eros e Tânatos, o desejo de vida e o desejo de dissolução, respectivamente. O mistério cósmico ativa ambos, pois ao mesmo tempo percebemos a possibilidade de diversidade no cosmos e também a chance de sermos destruídos, seja por um impacto ou uma invasão. Queremos conhecer, mas tememos o que o conhecimento pode revelar. Queremos compreender o universo, mas receamos descobrir nossa insignificância dentro dele.

Nesse sentido, podemos entender o mistério do 3I/ATLAS como um espelho no qual projetamos nosso conflito interno. Para os cientistas, ele representa a oportunidade de observar materiais não expostos à radiação solar por bilhões de anos, algo que fará avançar ainda mais nosso conhecimento; entretanto, para a população, em geral pouco versada sobre assuntos desta natureza, ele representa o retorno de um arcaico presságio, um lembrete de que o cosmos é maior, mais velho e mais indiferente do que gostaríamos.

Essa ambivalência entre fascínio e pavor é o motor da nossa civilização. Sem o impulso de olhar para o desconhecido, ainda estaríamos nas cavernas. Mas sem o temor do desconhecido, talvez já tivéssemos nos destruído, pois o medo nos gera, antes de tudo, prudência. A humanidade só avança porque equilibra o medo com a curiosidade.

Além disso, podemos encarar essa perspectiva por outro caminho. Carl Jung, renomado pensador do século XX, descreveu arquétipos como imagens primordiais que habitam o inconsciente coletivo. O cometa, em todas as culturas, é o arquétipo do visitante inesperado, o mensageiro que atravessa os céus trazendo transformação. Não importa se o interpretamos como deidade, destruidor ou portador de conhecimento; ele sempre anuncia algo novo.

O 3I/ATLAS atualiza esse arquétipo em plena era científica. Mesmo em um mundo que se julga “racional”, em que tudo deve ser comprovado e observado à luz da ciência, o inconsciente coletivo continua a vibrar com a presença de um “forasteiro cósmico”. A diferença é que agora o mito se veste de dados astronômicos e transmissões ao vivo, mas a emoção é a mesma. O que esse cometa nos mostra, portanto, é que a modernidade não aboliu o mito, apenas o transformou. A ciência pode explicar, mas a psique humana continua a sentir. 

Astrônomos observando o céu com telescópios modernos.
A ciência contemporânea diante do mito cósmico.

Apesar dessa perspectiva, devemos compreender o mundo de maneira racional para não sairmos em desesperos ou fantasias. O filósofo Immanuel Kant, por exemplo, afirmava que a razão humana é como uma ave que, ao bater as asas contra o ar, reclama da resistência sem perceber que é o ar que a mantém voando. O mistério é esse ar: é a resistência que nos permite pensar. Sem o desconhecido, a mente não se move. Sem a busca por tentar entender, não avançamos. Porém, o avanço não pode ser aleatório, deve se manter em uma direção que nos traga mais sentidos e explicações, sobre nós mesmos e o mundo.

Por que temos medo do desconhecido?

Dito isso, não podemos negar que o fato de não sabermos ainda o que é, de fato, o 3I/Atlas nos causa um temor. Isso é normal, afinal, o medo do desconhecido é uma das emoções mais antigas e universais da humanidade. Ele nasce da necessidade biológica de sobrevivência: como já falamos, aquilo que não compreendemos pode representar uma ameaça

Desde os primeiros tempos, nossos ancestrais precisavam distinguir rapidamente o que era seguro do que era perigoso. Sons vindos da mata, fenômenos celestes inexplicáveis, ou o brilho repentino de um cometa no céu despertavam o mesmo instinto: cautela. Assim, o medo funcionava como uma forma de proteção, uma resposta natural diante do imprevisível. No entanto, com o passar dos séculos, essa reação instintiva deixou de se restringir aos perigos físicos e passou a se manifestar também diante de ideias, mudanças e possibilidades novas.

Por trás do medo do desconhecido existe algo ainda mais profundo: a aversão ao vazio do controle. O ser humano é uma criatura que busca sentido e previsibilidade. Quando algo escapa à nossa compreensão, sentimos que perdemos o chão e, com ele, a sensação de domínio sobre o mundo. O desconhecido, portanto, representa a quebra da ordem que criamos para nos sentir seguros. Por isso, mesmo em uma era de ciência e tecnologia, o mistério ainda nos inquieta.

Ao mesmo tempo, esse medo é paradoxalmente o que nos impulsiona a aprender. Nesse sentido, podemos perceber que a curiosidade e o temor são forças complementares: o medo nos alerta, e a curiosidade nos empurra a atravessá-lo. Cada avanço humano, desde as grandes navegações às explorações espaciais, foi, acima de tudo, um ato de coragem diante do desconhecido. O medo, portanto, não é o inimigo da razão, mas seu combustível. Ele nos obriga a buscar conhecimento para transformar incerteza em compreensão.

Por isso, o medo do desconhecido deve ser visto não como um sinal de fraqueza, mas como um convite à expansão. Ele nos mostra nossos limites, e é justamente aí que começa o crescimento. O verdadeiro desafio não é eliminar o medo, mas aprender a caminhar com ele e usar sua energia como impulso para explorar o que está além. Afinal, é através do contato com o que não sabemos que nascem a ciência, a filosofia, a arte e a espiritualidade.

Pessoa contemplando o cosmos com cometa ao fundo, representando o medo do desconhecido e a busca humana por sentido no universo.
O medo do desconhecido como impulso para a expansão do saber.

Por trás do espetáculo e do medo, há algo mais profundo, quase mágico, que é a busca genuína por compreender um mistério. É o mesmo impulso que moveu Galileu, Newton, Kepler, e hoje move os astrônomos que apontam telescópios ao 3I/ATLAS. Todos eles desejam profundamente o saber, e isso não é algo apenas de doutores em física ou astronomia, todos nós desejamos ardentemente o saber. A curiosidade hoje expressa pela ciência é, na verdade, a institucionalização dessa busca, tão intrínseca à natureza humana. 

Dito isso, o estudo do 3I/ATLAS expandiu nossa compreensão sobre o que significa “ser parte do universo”. Antes de 2017, não sabíamos que objetos interestelares poderiam atravessar o sistema solar. Agora, sabemos que eles são mais comuns do que imaginávamos, e isso muda nossa perspectiva de forma profunda: o cosmos deixa de ser um conjunto de “caixas isoladas” que chamamos de sistemas planetários e passa a ser uma rede de trocas e cruzamentos, onde matéria e energia circulam entre estrelas. 

Por “acaso”, similar a como ocorre a interação entre os átomos, ao terem seu próprio sistema de nêutrons, prótons e elétrons, também estabelecem-se ligações a partir da camada de valência na qual um ou mais elétrons transitam entre os dois elementos químicos, gerando estabilidade e formando uma estrutura mais complexa: as moléculas. Assim, salvaguardando as devidas proporções, se mostra possível que os objetos interestelares façam esse tipo de “comunicação” entre os sistemas, mostrando que o universo é muito mais interligado do que imaginávamos até então.

Partindo dessa perspectiva, podemos entender que o cometa 3I/ATLAS, nesse sentido, é como uma semente errante. Talvez carregue vestígios de outros mundos, moléculas complexas, traços de carbono orgânico. Ao estudá-lo, aprendemos não apenas sobre ele, mas sobre a própria possibilidade de vida em outros lugares.

A condição humana diante do mistério

Também nos cabe refletir sobre a nossa condição humana perante aquilo que não conhecemos, pois o 3I/ATLAS não trouxe apenas dados astronômicos; ele reacendeu uma chama antiga no inconsciente coletivo. Cada vez que o ser humano se depara com algo que transcende sua compreensão imediata, nasce uma mistura de sentimentos que nos faz repensar o que realmente somos, qual o nosso papel no universo e se, de fato, vivemos sozinhos nessa imensidão.

Comparação entre sistemas planetários interagindo com objetos interestelares.
O universo como rede de conexões cósmicas.

Diante dessas questões existenciais, o homem moderno experimentou o mesmo que seus antepassados experimentaram ao ver um cometa cruzar o céu sem aviso: a sensação de estar diante do infinito. Ficamos refletindo se, de fato, seria possível um contato com seres extraterrestres e o que isso representaria. Será que poderia ser o fim da humanidade? Ou, como mostram alguns filmes, viveríamos em uma possível harmonia? As questões são muitas diante desse enigma, e não pensemos que isso é próprio do mundo atual, pois desde sempre as culturas humanas se questionaram sobre isso.

Entretanto há uma diferença crucial entre o modo atual de lidarmos com essa questão e o que foi feito no passado. Os antigos interpretavam o céu como um livro de presságios; nós, como um laboratório em que podemos experimentar e testar novas possibilidades de entendimento. No entanto, o sentimento de pequenez é o mesmo, pois basta olharmos as cifras astronômicas e perceber que somos, de fato, um pequeno e pálido ponto azul flutuando no meio desse oceano cósmico, como diria o astrônomo Carl Sagan.

O ser humano não suporta o vazio do sentido, por isso estamos a todo momento buscando por mais respostas. Diante do que não compreendemos, criamos histórias, teorias, metáforas e mitos que não são formas de enganar, mas de compreender ideias e apresentá-las a partir do que se vê na natureza. É assim que transformamos o caos em cosmos. O cometa 3I/ATLAS não fugiu desse destino simbólico: tornou-se um mito instantâneo, uma narrativa que se multiplicou em milhares de versões.

Essa necessidade de construir um sentido para o que de fato não se sabe é a forma mais profunda de resistência humana contra o desconhecido. O universo é vasto, silencioso e impessoal, mas nós o preenchemos com significado. Assim, narrar o desconhecido é, paradoxalmente, uma forma de aceitá-lo. É dizer: “Não entendo, mas aceito a beleza de não entender”.

O 3I/ATLAS e a Beleza daquilo que não se sabe

Por fim, podemos apontar que o cometa 3I/ATLAS atravessou o sistema solar por alguns meses e desapareceu. Nosso viajante silencioso seguiu sua jornada e nos deixou perguntas, indagações, medos, possibilidades. Porém, mesmo com tudo isso, ainda permanecerá em nossos registros e imaginário, alimentando o mistério na mente das pessoas, instruídas ou não, nos saberes astronômicos. É um lembrete de que o medo é parte da curiosidade, e que a curiosidade é a centelha que nos diferencia dos demais seres do nosso planeta. Somos capazes de investigar aquilo que não sabemos, e por isso evoluímos. Não somos apenas outra espécie, somos a humanidade com suas capacidades e limitações. Isso nos torna genuinamente humanos.

Comparação entre sistemas planetários interagindo com objetos interestelares.
O universo como rede de conexões cósmicas.

O 3I/ATLAS assustou a humanidade não por representar uma ameaça real, mas porque nos lembrou de nossa pequenez. E, paradoxalmente, foi nesse medo que reencontramos nossa grandeza. Afinal, a coragem não é a ausência de medo, mas a decisão de olhar para o desconhecido mesmo tremendo.

Sendo assim, que possamos entender que o mistério do universo não é um muro, mas um espelho. Cada cometa, cada estrela, cada fenômeno inexplicado é uma oportunidade para que a humanidade se veja e, ao se ver, avance. O homem que contempla os céus não busca respostas definitivas, pois estas não estão ao nosso alcance; busca o prazer de continuar perguntando, pois sabe que não haverá certezas enquanto estivermos limitados pelo que nos cerca. 

E talvez essa seja a forma mais profunda de sabedoria, pois entender que o conhecimento não é um ponto de chegada, e sim um caminho infinito, iluminado por faíscas que cruzam o escuro do desconhecido, é entender que seremos eternos viajantes do tempo e do espaço, até o dia que realmente vamos compreender o sentido profundo da Vida e seus mistérios. Que possamos continuar a alimentar esse sentimento profundo em nós, e assim saberemos, de forma definitiva, que somos verdadeiramente representantes da humanidade.

Se o 3I/ATLAS despertou em você o fascínio pelo cosmos, o texto Mistérios do Universo: O Fascínio da Astronomia é leitura complementar perfeita. Nele, exploramos por que o céu sempre nos atraiu, não só como objeto científico, mas como fonte de sentido e reflexão existencial. Uma viagem pelo olhar humano diante do infinito.

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