Sem dúvida alguma você conhece alguns mitos, mas é possível que tenha aprendido que eles são estorinhas contadas por um povo que não conhecia nada da ciência e da Natureza, e que por isso não fazem mais sentido nos dias de hoje, não é?
O que não haviam lhe contado ainda, é que hoje já se sabe que esses mitos contam muito das leis que regem o ser humano, a nível psicológico e também social. Ou seja, os mitos estão falando de você mesmo e da nossa sociedade. Eles contam sobre a relação do Homem com o medo, com as paixões e com as mais diversas emoções, contam sobre as dificuldades que precisam enfrentar todos os dias e também contam sobre as grandes ilusões usadas para manipular a população. Mais importante que tudo isso, os mitos ensinam e dão a esperança de que a Vida pode ser muito mais plena e repleta de realizações.
A JORNADA DO HERÓI
Na verdade este não é um mito, mas sim um estudo feito principalmente pelo mitólogo Joseph Campbell, que constatou, após estudar os mitos das mais diversas tradições que todos eles têm uma mesma estrutura: o Herói, que sempre é o filho de um ser divino com ser mortal, e que surge em uma situação bastante crítica, com muitas dificuldades e tendo que lidar com os seus próprios erros. A partir daí ele encontra mestres, que o ajudam a conhecer o seu lado divino e despertar poderes que não conhecia, além de encontrar armas especiais que o ajudam a superar todos os grandes desafios que surgem. Por fim, após realizar todos os trabalhos e cumprir a sua missão na terra, ele se eleva aos céus para viver entre os deuses.
Na verdade, essa história é a jornada de vida de todo ser humano. Cada um de nós também parte de uma situação de ignorância e precisa conhecer a si mesmo, entender e superar os desafios que a vida traz. Somente dessa forma, é possível ter a certeza de ter cumprido o nosso papel e assim poder elevar a nossa consciência até os céus da Sabedoria.
O MITO DA CAVERNA
Vivemos num mundo em que a Verdade é um “luxo” que poucos têm acesso, e pela qual a maioria nem se interessa. Porém, sempre existem aqueles incomodados com uma vida falsa, cercada por máscaras e ilusões que encobrem a realidade. Ainda existem aqueles que desejam conhecer a si mesmos, que buscam a luz por trás das sombras e que simplesmente não aceitam serem usados como marionetes nas mãos de manipuladores.
400 anos antes de Cristo, o filósofo Platão já contava um mito em que pessoas eram mantidas desde o nascimento aprisionadas numa caverna, de frente para uma parede onde eram projetadas sombras, e isso era tudo o que elas conheciam, sem nem sequer imaginar que poderia existir algo que não fossem aquelas sombras. Logo atrás delas, estavam os amos da caverna, aqueles que movimentavam objetos na frente de uma fogueira para projetar tais sombras na parede e manter os prisioneiros iludidos. Este é um claro símbolo da manipulação do povo através da ignorância. Mas, de uma forma ainda mais profunda do que geralmente se entende, o mestre grego nos ensina não só a nos libertarmos na “caverna” criada pelos Homens que controlam a sociedade, mas principalmente a nos libertarmos das “sombras” que nós mesmos inventamos e acabam escondendo o nosso verdadeiro Eu. Se prestarmos atenção no mito, nem os prisioneiros e nem os manipuladores conhecem o que há fora da caverna, nenhum conhece a luz do Sol, que é o símbolo da Verdade divina. Ou seja, todos estão presos, seja por ignorância, ou por egoísmo, que se pararmos para pensar bem, também acaba sendo uma forma de ignorância. Ao mesmo tempo que este mito é um aprendizado sobre política, é também sobre autoconhecimento.
BHAGAVAD GITA
A cultura indiana é muito rica de ensinamentos e cheia de simbolismos em seus livros sagrados. Um dos mitos mais conhecidos da Índia é o Bhagavad Gita, que conta a história de uma reino dividido por uma guerra entre familiares. O personagem principal, o príncipe guerreiro Arjuna, está no meio do campo de batalha relembrando tudo o que aconteceu:
Ele e seus irmãos, eram conhecidos como os “Pandavas”, pois eram filhos do Rei Pandu. Após a morte de seu pai, eles cresceram juntos a seus primos, os “Kuravas”, filhos de Dhritarashtra, o rei cego que governou o reino enquanto os pandavas ainda eram jovens. Acontece que, com inveja dos primos, os Kuravas tomam tudo o que os Pandavas possuem num jogo de dados fraudado. Tudo mesmo, inclusive o direito ao trono e até o direito de viverem naquelas terras. Após anos no exílio, os Pandavas descobrem a fraude,e decidem lutar em nome da Justiça para resgatar aquilo que era deles por direito.
E nesta situação, uma dúvida cheia de angústia domina a mente do principe Arjuna: “Vale a pena restaurar a justiça, se para isso eu devo lutar contra os meus próprios parentes?”. Ali, entre os dois exércitos, o príncipe se detém para escutar a voz do mestre Krishna, aquele que é o próprio Deus encarnado entre os Homens.
Na verdade, todos os personagens do mito estão dentro de você. Você é o próprio Arjuna que, muitas vezes se vê dividido, sem saber qual caminho tomar na vida. E Krishna é a voz da sua consciência que está sempre tentando lhe orientar, mas para isso precisa que você pare por um momento para escutá-la.
O que Krishna diz a Arjuna é surpreendente, mas faz todo sentido quando você entende como este mito representa a guerra interior que acontece dentro de cada um de nós.
É isso que, por milênios, os mitos das mais diversas culturas tentam nos mostrar, mas para compreendê-los, é necessário usar a chave correta que abre os seus mistérios. O que cada um desses mitos pode nos revelar é tão extenso que é impossível transmitir num único texto.
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