Máquinas Conseguem Desenvolver Emoções?

Imagine um futuro próximo no qual pouquíssimas pessoas controlam um parque temático, com aspecto de filme faroeste da década de 1970, onde todos os personagens, na verdade, são robôs. Esse trecho que você acabou de ler é uma pequena descrição da série “WestWorld”, do canal norte-americano HBO, o mesmo que produz “Game of Thrones”. Essa série que teve sua segunda temporada lançada no dia 22 de abril de 2018, vem despertando a discussão e o interesse das pessoas sobre a temática da Inteligência Artificial. Mas, por que?

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Ao longo da primeira temporada, a série ganha uma reviravolta na qual os personagens robôs desobedecem àqueles que os controlam. Mas como pode uma máquina ter essa capacidade de assumir o controle de suas próprias ações? Essa é uma discussão que é tema de vários estudos de cientistas e, também, que será abordado nesta segunda temporada da série.

O vídeo abaixo do canal Nerdologia nos mostra como a tecnologia tem avançado de forma exponencial nos últimos anos e por isso fica até difícil de prever o que eles serão capazes de fazer no futuro. Daí surge a dúvida: será que algum dia existirá um processador tão poderoso que seja capaz de reproduzir a psique humana? Ou seja, será que é possível uma máquina vir a ter sentimentos, desejos e até mesmo refletir e ter livre arbítrio?

Essa dúvida surge, pois outras questões muito mais profundas e difíceis ainda não estão claras. Antes de responder se uma máquina pode se tornar Humana, como no filme “O Homem Bicentenário”, precisamos entender o que é o Ser Humano. O que é a Consciência? O que é esse “Eu” que está por trás dos nossos olhos? De onde vêm nossos pensamentos, emoções e escolhas?

Duas linhas de pensamento se propõem a responder essa questão. O materialismo afirma que o que existe é a matéria e nada mais. Nesse caso, precisamos encontrar respostas para toda a experiência humana, dentro do próprio corpo humano. Então, nossa consciência, tudo o que sentimos e pensamos, na verdade, seriam apenas processamentos de dados que acontecem no nosso cérebro. E sem corpo, não existe consciência. Não existe um “Eu”, senão o próprio corpo.

Sabe aquele sentimento profundo de Amor por um ente querido? Na visão materialista isso não passa do resultado de reações químicas e conexões elétricas que acontecem no seu cérebro. Esse “Amor”, enquanto sentimento, não existe fora do seu cérebro e não tem efeito nenhum sobre o mundo, ou mesmo sobre a pessoa amada.

A outra linha de pensamento, que alguns chamam de espiritualismo (que não é exatamente uma doutrina religiosa como o espiritismo, mas sim uma perspectiva filosófica), não nega todas as descobertas da neurociência, pois realmente existe uma relação entre os sentimentos / pensamentos e as reações físicas no cérebro humano, porém essas reações não seriam a causa dos fenômenos psíquicos.

De forma mais simples, o que essa linha de pensamento propõe é que existe a “máquina” (corpo / matéria), mas esta máquina só se expressa quando é utilizada por um usuário. Este usuário seria o que chamamos de Alma (do latim, “anima”, que significa sopro ou respiração). A Alma seria então o “sopro de vida” que penetra e anima o corpo, mas que não depende do corpo para existir.

O “Eu” não seria o corpo, mas sim aquele que usa o corpo como um veículo. Sabe aquele sentimento profundo de Amor por um ente querido? Na visão espiritualista, faz todo sentido pensar que, mesmo distante, ou mesmo após a morte, esse Amor pode chegar de alguma forma até a pessoa amada, pois para além do mundo da matéria, existem outros “mundos” mais sutis.

Esse é talvez o grande ponto de reflexão para o Indivíduo. Saber quem Eu Sou: Espírito ou Matéria?

Voltando à questão dos computadores e da inteligência artificial, se considerarmos a visão materialista, e o Ser Humano simplesmente como uma máquina biológica com um potente processador, é bem possível que um dia os computadores possam sim simular toda a experiência humana, pois bastaria reproduzir com exatidão todos os fenômenos físicos e químicos que acontecem no cérebro. Mas se considerarmos a visão espiritualista, mesmo que a tecnologia avance muito, não é possível criar um ser capaz de ter sentimentos e livre arbítrio, pois quem sente e quem escolhe não é o cérebro, mas sim a Alma que usa o cérebro.

O filme de 2015, “Ex Machina”, onde o jovem Caleb participa de um experimento onde deve interagir com uma robô chamada Ava, nos trás essa questão. Ao final nos fica a dúvida: Será que Ava tem emoções humanas ou é simplesmente uma máquina bem programada?

Além de “Westworld”, “Matrix”, “Automata” e “O Exterminador do Futuro”, existem várias outras obras de ficção que tratam desse “risco” de um dia as máquinas se tornarem conscientes e se voltarem contra a humanidade. Mas será que essa impressão que temos de que as máquinas estão se tornando cada vez mais humanas não é uma “ilusão de ótica”, igual àquelas vezes em que olhamos através da janela do ônibus e não sabemos exatamente se o carro do lado está parado e nós nos movendo ou se nós estamos parados e o carro ao lado é que está em movimento?

Já que vivemos num mundo de tantas relações vazias e superficiais, arte sem sentimentos, “escolhas” programadas e respostas automáticas, talvez a nossa maior preocupação não deveria ser se as máquinas estão se humanizando, mas sim se a humanidade não está perdendo a sua Alma e se tornando cada vez mais mecânica. Afinal, a maior ameaça à Humanidade são os próprios seres humanos.

Independente da forma com que cada um enxerga o mundo, a única maneira de nos defendermos contra qualquer tipo de ameaça, seja vinda das máquinas ou do próprio Homem, é buscar dentro de nós aquilo que nos faz verdadeiramente Humanos: o Bem, a Arte, a Beleza, o Amor, a Justiça, etc. O senso de humanidade é a maior força do Ser Humano.

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