Filme “O Preço do Amanhã”: Quanto vale o seu tempo?

Qual o bem mais precioso do ser humano? Será que são as fortunas que podemos gerar? Nossa capacidade de trabalho ou mesmo a mais avançada tecnologia desenvolvida nos laboratórios atuais?

Sinto informar que não. Tudo isso se esvai quando deixamos de existir. Não levamos o dinheiro, nem as obras, nem nada material quando encaramos a morte. Por isso, o nosso bem mais valioso sempre será o tempo. 

Relógio de areia representando a passagem do tempo
O tempo é nosso bem mais precioso, que escorre continuamente.

Uma música antiga nos fala que “o tempo não para” e, de fato, essa é uma constatação um tanto quanto óbvia. Entretanto, apesar de real, quando paramos para refletir sobre isso, podemos notar o quanto de tempo perdemos ao longo dos dias. Não aproveitamos o tempo que possuímos, deixamos de lado o que importa e afundamos nossa consciência em uma série de atividades infrutíferas, que não geram sementes de consciência em nossa alma. Assim, o tempo escorre pelas nossas mãos e nos deparamos, ao fim da vida, com uma série de momentos que já não podem ser retomados.

O tempo, nesse sentido, é a nossa moeda de troca mais valiosa e hoje já a usamos dessa maneira. Quando trabalhamos em um emprego formal, por exemplo, trocamos 8h do nosso tempo e dando-o a uma empresa, seja pública ou privada, para que ela usufrua das nossas capacidades, e em troca ganhamos um salário. Se por um momento essa parece ser uma constatação chocante, convidamos você, meu caro leitor, a assistir o filme “ O preço do amanhã”, uma distopia que nos leva a um mundo em que nosso tempo realmente se apresenta como uma verdadeira fortuna.

O que podemos aprender com “O preço do amanhã”?

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“O preço do amanhã” é um filme que se passa em um futuro não muito distante, onde o tempo tornou-se a principal moeda. Nele, os seres humanos envelhecem até 25 anos e são geneticamente modificados para viver apenas mais um ano – a menos que possam trabalhar e, consequentemente, consigam mudar o “time”.

Desse modo, o trabalho é recompensado com mais tempo de vida, porém, há empregos que pagam bem e outros que tem uma baixa remuneração. Assim, toda a lógica capitalista é reproduzida tendo como foco principal a obtenção de tempo.  Em tal sistema de mercado, os ricos estão ficando mais ricos e têm grandes quantidades em seu favor, enquanto a pobreza cobra milhares das pessoas diariamente, o que denota que uma pessoa poderia viver eternamente sua juventude, enquanto outras podem morrer a qualquer minuto.

Cena do filme 'O Preço do Amanhã' com contador de tempo no braço do personagem
Cena do filme ‘O Preço do Amanhã’ com contador de tempo no braço de um personagem

É neste cenário que conhecemos a história de Will Salas, um jovem operário que recebe de um rico desconhecido um século de tempo. Essa quantia gigantesca atrai, naturalmente, pessoas que querem roubar todo esse tempo e também autoridades que empreendem uma caçada a Will a fim de retomar o tempo doado a ele.

Trailer:

“O preço do amanhã” nos coloca diante de uma analogia perfeita sobre tempo X dinheiro. Em um mundo que cada vez mais buscamos acumular riqueza e perseguimos o dinheiro com todas as nossas forças, é natural que nosso tempo seja dedicado apenas a essa questão. Assim, o filme acerta em apresentar um mundo em que alguns poucos poderão viver para sempre graças ao acúmulo de tempo, enquanto a grande massa da população não tem pouco mais de algumas horas. 

A luta pela sobrevivência é um retrato da desigualdade social que há no mundo. Mas, ao mesmo tempo, nos faz pensar o quão valioso é o tempo e como jogamos fora esse precioso bem. Se realmente percebêssemos o valor do nosso tempo, assim como consideramos os valores monetários, certamente teríamos uma forma de vida focada no desenvolvimento pessoal, na reflexão e na utilização justa do nosso tempo para cada coisa.

Como aproveitar melhor o tempo?

“O preço do amanhã” nos faz pensar em como estamos gastando nosso tempo. Vale ressaltar que apesar do filme retratar o tempo como uma moeda e ser, a rigor, uma ficção, também podemos aprender sobre como aproveitar nosso tempo atual. A vida tem urgência de se expressar e muitas vezes atrasamos nossa vida apenas pelo fato de desejarmos o descanso a qualquer preço. Nossa preguiça diária vai além dos níveis comuns e ficamos, em grande parte, presos psiquicamente nessa inércia que não percebe o tempo passar.

Quantas vezes sentimos essa sensação? De que, dia após dia, de forma ritmada, o tempo se esvai e chegamos, quase como mágica, a um final de ciclo? Essa percepção não é ilusória, mas real, pois não percebemos o tempo passar em nossa letargia. E assim os anos se vão até completar toda nossa existência. 

Pessoa contemplando o pôr do sol, refletindo sobre a vida e o tempo
Refletir sobre o presente e o valor do tempo pode transformar a forma como vivemos.

A melhor forma de aproveitar o tempo, portanto, é manter-se no presente. Só sabem o valor que o tempo tem aqueles que já não o possuem; portanto, não façamos das nossas horas diárias um cemitério em que matamos os minutos ansiando pelo próximo momento. Melhor aproveitar tudo que a vida nos proporciona agora, nesse instante, sabendo que o tempo que possuímos é todo nosso e com ele podemos fazer o que desejamos.

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