Self Made Man – O Poder de Construir a Nós Mesmos

“O Universo não dá saltos”. Essa antiga frase nos revela uma Sabedoria que, por vezes, parece que esquecemos. Nada que existe está, desde seu nascimento, pronto e acabado, todos os seres precisam de tempo para desenvolver-se. Pense numa planta, por exemplo: primeiro plantamos suas sementes em um solo fértil e cuidamos diariamente dela, até que um dia ocorra a germinação e, aos poucos, suas raízes cresçam. As árvores, nesse sentido, são uma ótima inspiração de paciência e constância. Nunca param de crescer, nunca deixam de procurar o Sol. Com o Ser Humano também deve-se fazer o mesmo.

Imagem de uma árvore crescendo em direção ao sol, com raízes profundas.
A árvore, símbolo de paciência e constância, nunca para de crescer.

Não nascemos prontos, desde o nosso primeiro dia de vida até o último suspiro que daremos nesta existência poderemos desenvolver nossas capacidades. Infelizmente, por vezes nos aflige a ideia de que ainda não somos “bons o suficiente”. Acredito que todos nós, em maior ou menor grau, já nos deparamos com essa sensação de sermos incapazes de fazer algo. É um sentimento comum nos dias atuais, nos quais exige-se uma capacidade de produção e habilidades variadas em um curto período de tempo. Apesar disso, cabe a nós decidirmos o que queremos ser. Nesse ponto, portanto, precisaremos nos conhecer profundamente e decidir qual caminho desejamos seguir.

Self Made Man, o homem esculpindo a si mesmo

Uma escultura famosa sintetiza essas idéias: o “Self Made Man” (O homem esculpindo a si mesmo), do artista plástico Bobbie Carlyle. A obra é uma escultura em bronze que transmite toda força de um homem ao esculpir a si mesmo a partir de uma pedra bruta. Essa escultura representa, em linhas gerais, a vitória do homem que constrói seu próprio destino, esculpindo o seu futuro. Há, entretanto, outras ideias que podemos refletir ao ver essa Obra de Arte. Ao observar a majestosa escultura, por exemplo, podemos nos perguntar: como podemos fazer isso? Como construir a nós mesmos? Ironicamente, a resposta para essa pergunta é simples: já fazemos isso! O tempo todo. 

Self Made Man, a escultura de um homem esculpindo a si mesmo em pedra.
“Self Made Man”, de Bobbie Carlyle, representando o poder da construção pessoal.

Desde o nosso nascimento, nosso corpo está se desenvolvendo. Enquanto bebês, não estamos com todas as nossas potencialidades, físicas e mentais, em funcionamento. Com o tempo, entretanto, nosso corpo vai crescendo, tomando uma forma mais definida e, naturalmente, conseguimos realizar diversas funções que enquanto crianças não éramos capazes. Ganhamos autonomia para fazer funções básicas como nos alimentar, andar e pegar objetos. Esse desenvolvimento ocorre ao longo dos primeiros anos, em um processo lento e contínuo até chegarmos à vida adulta.

Entretanto, apesar do nosso corpo encerrar seu desenvolvimento e funcionar perfeitamente, isso não significa dizer que paramos de nos desenvolver. A nossa mente e as nossas emoções, por exemplo, nos exigem diariamente um esforço para desenvolvê-las e treiná-las. Quando isso não ocorre, seja por desatenção ou por falta de uma educação adequada, acabamos por não evoluir esse aspecto de uma maneira saudável. Logo, continuamos nos lapidando, mas ao invés de nos assemelharmos a figura humana da escultura, passamos a nos distanciar desse referencial.

Pensando nisso, podemos lembrar de uma antiga frase da Sabedoria Egípcia que diz “o universo é mental.” Em poucas palavras, podemos traduzir isso como “você é o que você pensa.” Se passamos, por exemplo, boa parte do nosso tempo consumindo ideias negativas e alimentando nossa mente com pensamentos igualmente negativos, como será que enxergamos a vida? Naturalmente assumimos que a vida tem uma predominância de elementos ruins. Isso, a longo prazo, não nos ajuda a construir a nós mesmos, uma vez que estaremos preenchendo nossa psique de elementos que não são saudáveis. Não por acaso, o resultado desse cenário, aliado com experiências ruins e traumatizantes, é o desenvolvimento de doenças no campo psicológico.

Portanto, devemos compreender que nosso desenvolvimento enquanto Seres Humanos é contínuo. Não estamos prontos apenas por sermos maiores de idade ou por nosso corpo ter atingido suas funções biológicas plenamente. Para além do corpo, temos um mundo de emoções e pensamentos que nos regem, na maior parte do tempo, de maneira inconsciente. Nossa construção está nas ideias, não na forma. Há quem pense, por exemplo, que podemos continuar desenvolvendo nosso corpo indo para academias, correndo todos os dias e praticando atividade física regular. Isso certamente nos ajuda a manter um corpo saudável e funcional, mas não é suficiente.

Imagem conceitual de um cérebro humano brilhante, com luzes radiantes e padrões abstratos simbolizando pensamentos e ideias. Pequenos galhos e raízes emergem do cérebro, representando o crescimento do conhecimento e da compreensão.
A compreensão humana em evolução, representada pelo crescimento de ideias e conhecimento.

Se o Universo é mental e nossos pensamentos têm grande poder sobre nós mesmos, precisamos começar a desenvolver nossa consciência. Isso não significa lermos diversos livros ou fazermos cursos de aperfeiçoamento, mas sim fazermos uma verdadeira busca de quem somos. É encontrar aquilo que nos faz únicos e que não é passageiro. É comum, por exemplo, nos identificarmos com um estilo de música ou filme. Com o tempo, porém, nossos gostos mudam e em alguns casos, passamos até a ter aversão ao que antes gostávamos.

Se são mutáveis, não devem ser quem somos de fato. Para além das nossas preferências, existe a nossa Natureza Humana, essa nunca muda. Somos, do início ao fim, Seres Humanos. Somos capazes de usar a razão e viver baseados em Princípios. Se tomarmos esse pensamento como parâmetro, então será um primeiro passo para esculpirmos, de maneira correta, a nós mesmos. 

Esse pensamento é fundamental para construirmos o nosso futuro. Precisamos saber quem somos para projetarmos aonde queremos chegar. Para tanto precisamos compreender que em nós existirão defeitos, vícios e deformações que foram construídas ao longo da nossa caminhada. As experiências da vida, muitas vezes, nos causam ferimentos que, quando não tratados, criam cicatrizes emocionais. É preciso superar a si mesmo. Isso, porém, não acontecerá de maneira imediata.

Todos nós estamos nesse caminho, nenhum de nós nasceu, ou mesmo, está pronto. Que possamos começar com um dia de cada vez, identificando nossos erros e tomando mais consciência de nossos atos. Somos todos Seres Humanos buscando forjar nossa melhor parte e mostrá-la ao mundo. E mesmo que as experiências que vivemos sejam duras e difíceis de compreender, que possamos retirar dessas vivências sua melhor parte.

Imagem de uma espada sendo forjada em altas temperaturas.
Uma boa espada é forjada com calor e golpes, assim como o Ser Humano em suas experiências.

Lembremos, por fim, que uma boa espada só pode ser forjada quando submetida a altas temperaturas, depois temperada com golpes de marreta e, finalmente, esfriada na água. Esse processo ocorre várias vezes até que a espada esteja pronta. Conosco acontece algo similar: os mais bem forjados Seres Humanos são aqueles que passaram pelas experiências mais duras sem perder sua Natureza. Que possamos então, a cada dia, construir uma melhor versão de nós mesmos. 

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