Poema: “Soneto de Separação”

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“Soneto de Separação”

Escrito por Vinicius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante

Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais que de repente.

“Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes”, conhecido como “Vinicius de Moraes”, foi um Poeta, Dramaturgo, Jornalista, Escritor, Diplomata, Cantor e um dos maiores Compositores da MPB. Foi também um dos fundadores da “Bossa Nova”, movimento musical da década de 50 que mistura Samba e Jazz. Entre os seus maiores sucessos musicais estão “Eu Sei que Vou te Amar (1958)”, “Garota de Ipanema (1963)”, “Arrastão (1965)” e “Tarde em Itapoã (1969)”, dentre inúmeros outros.

“Vinicius de Moraes” foi também um Poeta muito importante da Segunda Fase do Modernismo Brasileiro. Ao publicar sua “Antologia Poética” em 1955, admitiu que sua obra poética se dividia em duas fases:

A primeira fase carregada de misticismo e profundamente Cristã começava em “O Caminho para a Distância” (1933) e terminava com o Poema “Ariana, a Mulher” (1936);

A segunda fase iniciada com “Cinco Elegias” (1943) assinalava a explosão de uma Poesia mais viril.

O “Poetinha”, como era chamado, que nasceu (1913) e morreu (1980) no Rio de Janeiro, expressava através da sua Arte um singelismo Puro, Ingênuo, que desperta Beleza e Bondade.

Fonte: “e-Biografia”.

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