“Ser ou não ser, eis a questão”
A Páscoa é o momento desejado pelas crianças por causa dos ovos de chocolate, e a celebração repleta de inspiração para os cristãos. A Páscoa Cristã está associada à idéia de “passagem” da morte para a vida, a ressurreição de Cristo após a crucificação. Mas, você sabia que todos nós vivemos esse simbolismo? Essa crucificação faz parte da vida de todos os seres humanos, e por isso, a cruz é um elemento presente em diversas culturas há milênios.
As tradições egípcia, celta, persa, romana, fenícia e até mesmo os índios americanos, retratam a cruz em seu modelo básico: o cruzamento de dois eixos, um vertical e outro horizontal. Esses dois eixos representam a dualidade presente na Natureza, o céu e a terra, o masculino e o feminino, a vida e a morte, a matéria e o espírito. Desta forma, com o homem não poderia ser diferente. O ser humano vive uma eterna dualidade, os dois caminhos que o cercam em sua vida: o caminho espiritual, da sabedoria, e o caminho material, da superficialidade. O que fazer? Esta é a encruzilhada e a “crucificação” que vivemos diariamente. Conduzir a nossa vida, nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossas ações, em nome de valores humanos e sagrados, ou nos deixar guiar pelas necessidades criadas pelo mundo material, pautadas em competição e egoísmo?
Quando Hamlet fala em seu monólogo “ser ou não ser, eis a questão”, Shakespeare relata exatamente essa dúvida que aflige o homem, qual caminho escolher? Eis a questão.
Por ficarmos na dúvida, muitas vezes não tomamos nenhuma decisão, ficamos parados entre os dois eixos, crucificados. Porém, há uma possibilidade de ter êxito e sair desta encruzilhada. A tradição egípcia se refere a essa ideia com a cruz de Ankh. No símbolo egípcio, a cruz é representada com uma volta na parte de cima, um laço, retratando o homem que optou pelo espiritual, e assim, conseguiu se libertar, sair do ponto que lhe prendia.
Nesse momento evolutivo que o homem se encontra, a grande chave para o crescimento humano está nas nossas escolhas. E saber escolher é em primeiro lugar, saber discernir, diferenciar dentro de nós, o que nos faz ter mais contato com o divino, e o que nos puxa para agir apenas como seres instintivos.
Feito isso, em um segundo momento, saber optar pelo contato com nossa parte mais sagrada é o que precisamos fazer nessa vida, é o que a Natureza espera de nós. Foi-nos dada a “mente”, justamente para que ela nos capacite a tomar decisões. Portanto, não vamos crescer e evoluir naturalmente, só podemos conquistar isso por mérito, por escolha, diferente de todos os outros animais e seres vivos da natureza, pois estes evoluem sem esforço. A vida confiou ao ser humano essa missão, por isso precisamos retribuir e cumprir com o nosso papel. Caso isso não aconteça vamos viver eternamente crucificados.
Independente da tradição, da religião ou da época, todos nós vivemos o mesmo dilema. Temos que nos questionar: Qual caminho escolhi para minha vida? Qual é a minha cruz, e o que irei sacrificar nela? O meu desejo egoísta ou o Amor ao próximo? Se pararmos para prestar atenção, todo momento é uma oportunidade para abrirmos mão de um pouco do nosso egoísmo (nós temos muito, não nos preocupemos que não vai faltar) e entregar um pouco de nós mesmo para melhorar a vida de quem nos cerca. Este trabalho é árduo e belo ao mesmo tempo, por isso é um sacrifício, ou melhor dizendo, um “sacro ofício”.
Escolher o caminho do ser ou do não ser? Eis a reflexão!
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