O que uma Gaivota nos ensina sobre sermos Humanos

O que nos torna verdadeiramente Humanos e nos diferencia dos animais? Nossa capacidade de pensar? Nossas obras construídas ao longo da história? Nossas percepções e aprendizados sobre a Vida e sobre os Mistérios do Universo? Nossos gestos de Amor e Bondade com o próximo? Talvez tudo isso, e muito mais, faça parte da nossa natureza Humana, mas há inúmeros outros fatores que não nos diferenciam, mas na verdade nos aproximam de todos os outros seres da natureza e permite que possamos aprender com eles… Como, por exemplo, com as gaivotas! 

Fernão Capelo Gaivota trata da história de um pássaro, como o próprio nome diz, daqueles que vivem em bandos próximos ao mar. Seus companheiros buscavam comida durante a maior parte do tempo e dormiam o restante. Fernão, por outro lado, gostava de voar. Claro, as outras gaivotas também voavam, mas o faziam por obrigação. Precisavam voar, ou para alcançar os peixes que nadavam mais próximos da superfície, ou para pousar nos pesqueiros que sempre deixavam restos que podiam comer. Já Fernão voava por Amor.

O livro de Richard Bach, publicado pela primeira vez em 1970, cativou centenas de milhares de pessoas ao longo de suas cinco décadas de existência pela simplicidade de suas metáforas e alegorias, mas também por toda a Verdade por trás delas. Uma gaivota, sonhadora, amante do ar e do céu, que se realiza no bater de suas próprias asas. É incompreendida pelo bando, que vive na base do mínimo, escolhendo sempre o menor esforço, o menor risco.

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Assim como seus colegas pensam “por que ele gosta tanto de voar?”, ele não pode deixar de se perguntar “como eles não têm vontade de fazer algo tão sublime, verdadeiro e libertador?”. Enquanto as gaivotas apenas sobrevivem, dia após dia, Fernão enfrenta olhares de julgamento e o risco de ser banido por ser muito diferente dos demais, mas, ainda assim, vive plenamente.

Ao longo da bela história, que fala sobre encontrar seu verdadeiro Eu e fazer repercutir sua natureza em suas ações, o pássaro conhece mestres, se torna discípulo e até se transforma na referência de Sabedoria entre seus alunos. Em suas aulas de voo, ele não ensina mera aerodinâmica ou regras da física que façam seus aprendizes voar mais rápido e mais alto, mas ensina a ver a vida com os olhos da Alma. Quando um dos seus alunos pensa em quebrar a barreira do som, aperfeiçoando seus movimentos e conhecimentos, ele mostra que voar não é colocar o vento sob as asas, mas conhecê-lo, respeitá-lo, e pedir sua ajuda para alcançar mais alto. Ao compreender isso, e pôr em prática, o aluno se torna discípulo, que não apenas conhece, mas vive aquilo que aprende. 

Em nossas vidas, passamos por várias fases. Numa delas somos como uma gaivota do bando, em que não vivemos além do necessário, numa simplicidade triste, que não preenche nossa Alma, pois não liberta nossa verdadeira natureza. Em outras, somos como um ingênuo aluno entusiasmado que sonha alto, mas não busca Sabedoria, apenas conhecimento. Mas, com Amor pela vida, esforço e entrega, podemos ser um Fernão, o verdadeiro discípulo que aprende com a Natureza, vive o que aprende e ensina o que sabe.

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Quando Fernão consegue colocar o melhor de si, sua essência, por inteiro, percebe que sua missão não é voar, mas ajudar seus alunos a despertarem, e fazer discípulos que, assim como ele, viverão em Harmonia com o fluxo da vida. Voar para uma gaivota seria igual ao Ser Humano que se torna verdadeiramente HUMANO, que age de acordo com o que lhe diferencia de toda a natureza, a razão. Voar da melhor forma, para nós, seria como usar a mente para pensar no Todo, ajudar o próximo e evoluirmos. Do mesmo modo que as gaivotas voavam apenas para sobreviver, usamos a mente com a mesma finalidade, enquanto poderíamos usá-la para algo maior, para entrar no Fluxo da Vida. 

Nossa existência é muito mais complexa do que a de um pássaro, mas, assim como o bando de Fernão Capelo não sabia de sua natureza, nós também não compreendemos a nossa com facilidade. Diante de algumas condutas, podemos agir de forma tão ignorante quanto as gaivotas.

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Ser Humano é fazer uso da mente e dos sentimentos de uma forma única na natureza, o que implica uma responsabilidade sem igual sobre o destino de tudo o que vive neste planeta. Nossa mente permite fazermos tudo, irmos aos confins dos mares ou confins dos espaços, somos capazes de inventar aviões, helicópteros, naves e o que quer que faça nossos sonhos se realizarem. Assim, a grande dúvida não é descobrir o que podemos ou não fazer, mas, dentre tudo o que podemos, o que realmente devemos fazer.

Descobrir nossa natureza não depende do tamanho da nossa casa, do conforto de nosso veículo, ou se somos quem aparentamos ser na internet, mas de uma busca pessoal e interior. Aprender sobre nós mesmos é aprender sobre o Universo, sobre o Cosmos. Colocar-se a serviço da Humanidade é servir a si mesmo e refletir sobre nossa própria natureza de cuidador da vida, dos homens, dos animais, dos vegetais e até mesmo dos minerais. 

Devemos ter uma postura de discípulos diante da vida. Sentir que existe muito mais do que acreditamos saber até agora, estarmos dispostos a aprender com as oportunidades e a dar o nosso melhor. E, como bem sabemos, não basta sonhar, é preciso esforço para transformar-se em uma pessoa melhor e, com isso, transformar o mundo.

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