O que é ser diferente para você? É ter cabelos pintados de cores que ninguém mais tem? É se vestir fora de qualquer moda ou padrão social? É gostar de músicas que ninguém mais gosta? É aceitar seu corpo como ele é, mesmo sendo diferente dos corpos das revistas, televisões e redes sociais?
Se nos vestimos ou nos comportamos de um modo que não é o adotado pela maioria, nos diferenciamos. Normalmente, dois motivos levam as pessoas a buscarem esta conduta, um deles é porque ela simplesmente não se importa com o que está na moda, usa qualquer coisa, e por isso se diferencia e se exclui da maioria. O outro motivo é o de usar essa diferenciação como um protesto, como uma reclamação, um grito de guerra ou uma crítica.
O curioso é que focamos muito nas diferenças físicas, ou melhor dizendo, nas diferenças personalísticas e materiais. Por exemplo, existem muitas campanhas sobre aceitar e amar nosso corpo com ele é, e não querer submetê-lo aos padrões ilusórios das revistas, da mídia e da televisão, e como mostra a figurinha abaixo, a gente se olha no espelho, sente-se diferente do normal, mas gosta e fica feliz.
E não há nenhum problema nisso, devemos ter o corpo que nos é próprio, sem fantasias, o problema é quando paramos por aí. Lutamos contra a massificação e a padronização das aparências, acreditamos que cada um deve sentir-se livre para viver seus gostos e se expressar, mas será que a expressão Humana acaba aí? Todas as necessidades do Homem se resumem na questão das aparências? É claro que não! Mais do que o aspecto físico, devemos buscar o aspecto Moral.
Alguns criticam os que seguem as modas, outros criticam os que não seguem. Tem gente que admira os corpos esbeltos e rejeitam os corpos fora do padrão das revistas, outros apoiam a onda “body positive”, que diz que se deve amar o corpo como ele é… Nossa relação com essa busca de “ser diferente” é muito material, é muita física ainda, limitada à superficialidade do corpo.
Temos que buscar algo mais transcendente, devemos relacionar essa busca não ao corpo, mas à Alma. Não com as roupas, mas com as ideias, com as Virtudes. Se eu quiser ter um cabelo preto, ou amarelo, ou verde, isso pouco importa. Mas que não seja essa a minha ferramenta de diferenciação, que não seja essa a característica que define a minha Identidade, e sim, que sejam as minhas Virtudes os elementos que definem quem Eu Sou.
Num mundo repleto de competitividade, egoísmo e corrupção, o diferente é aquele que é Virtuoso, que honra seus compromissos, que não julga, que é amoroso, que é honesto. Esse é o “ser diferente” que temos de propagar e viver hoje em dia. E acreditem, num mundo em que tudo se resume a superficialidade da matéria e das vidas virtuais, tentar cultivar Virtudes e Princípios, tentar compreender a sua própria essência e a do outro Ser Humano, vai fazer com que nos sintamos “os diferentões”, e como diz a imagem, temos que “gostar disso”.
Aprender a gostar de ser diferente nesse sentido é maravilhoso, porque independente do contexto, do cenário, ou das companhias, não vamos abrir mão da nossa Moral. No fim das contas, tentar mudar tanto a imagem para parecer diferente, já é ser igual à massa. Para ser verdadeiramente diferente, a sua aparência não tem importância, pois basta conhecer o que habita na sua Essência e ser fiel à isso. Seja diferente! Seja você mesmo!