A vida no mundo moderno tem contaminado os homens com a ilusão do individualismo, nos fazendo esquecer dos verdadeiros Valores Humanos e até mesmo da importância das relações, principalmente com aqueles que amamos. As mágoas, que com o tempo vamos acumulando em nossos corações, nos impedem de perceber que estamos todos conectados. Quando nos damos conta dos males que estamos fazendo a nós mesmos e, de alguma maneira, a todos que nos cercam, somos obrigados, através da dor, a voltar ao caminho que pode nos devolver a paz, que é essencialmente o caminho do Amor.
No filme “O juiz”, o bem sucedido advogado Hank Palmer volta a sua pacata cidade natal após o falecimento de sua mãe, onde reencontra sua família, seus dois irmãos e o seu pai, o experiente juiz Joseph Palmer. Dois homens do lado da lei, porém, com pontos de vista e atitudes diferentes diante dela. Enquanto um é um juiz conservador que tentou por toda a sua carreira ser imparcial e justo, o outro como advogado, apesar de ter um bom coração, sempre se utilizou do cargo que ocupava para não necessariamente ajudar a fazer Justiça, mas sim, a apenas conseguir ganhar as causas que representava, pelo dinheiro e pelo status social, sem se importar se seus clientes eram ou não inocentes.
Tudo em que Hank acreditava, porém, passou a ser colocado à prova. Em meio a uma crise em seu casamento, além de uma relação difícil e mal resolvida com o seu pai, ele também reencontra uma antiga namorada dos tempos de escola, o que o faz não só relembrar, mas aumentar ainda mais as dúvidas e fantasmas que o tornaram um homem frio e atormentado pelas questões do seu passado.
Diante disso, Hank Palmer se vê obrigado a representar e defender o seu pai no tribunal, após um acidente que coloca o velho juiz sob suspeita de assassinato. Um homem idoso e portador de uma doença em estado terminal, que passou a vida decidindo sobre o destino de muitos, agora está do lado oposto ao que sempre esteve acostumado. Em contrapartida, o advogado conhecedor de todos os truques e artimanhas dos tribunais, tem a missão de livrar o seu pai de uma grave acusação, que pode custar a sua liberdade pelo resto de sua vida.
Em meio a esses acontecimentos, a vida mostra a esses dois homens que é chegada à hora de acertarem as suas diferenças. Apesar da difícil relação entre pai e filho, o Amor entre eles fala mais alto, e o respeito, a admiração e a confiança entre ambos, se tornam cada vez maiores, à medida que passam a depender cada vez mais um do outro, para que possam realmente vencer a batalha judicial.
Talvez a lição que possamos tirar de toda essa trama seja a de que nunca estaremos de fato em paz com as nossas consciências enquanto não estivermos em paz com todos, e principalmente com aqueles que amamos. Que nunca será tarde, por menor que seja o tempo que nos resta, para fazermos o nosso melhor na intenção de cultivar a Paz e a Justiça.
Se nos esforçarmos em nos “vigiar”, e estivermos atentos na intenção de sempre procurarmos melhorar as nossas condutas, nunca nos faltarão às oportunidades para servir, crescer, amar e cultivar a Paz e a Harmonia nas nossas Vidas. E assim então, apesar de todas as dificuldades inerentes ao dia a dia, poderemos ter uma postura mais leve e sábia diante das adversidades, abrindo as portas para uma Vida sem os pesos na consciência que tiram a nossa paz.
. O Ser Humano é um ser social. Logo, necessita viver em associação uns com os outros. Visto isso, um dos maiores desafios para vivermos em sociedade está em conseguirmos nos harmonizar com as mais diferentes pessoas, tornando a convivência agradável e útil. Não é possível vivermos em Plenitude enquanto não tivermos a Humildade de realmente ouvirmos o próximo, e principalmente admitirmos que também podemos estar errados. Quando compreendermos que somos todos iguais, que temos as mesmas necessidades e fragilidades, conseguiremos entender que viemos todos da mesma fonte e que para ela voltaremos, o que nos faz precisar uns dos outros indiscriminadamente. Só assim estaremos em paz com o mundo e conosco. Quando deixarmos de colocar os nossos próprios interesses a frente e acima de tudo, passaremos naturalmente a somar as nossas forças pela Felicidade de todos.
Assim como Hank Palmer, nós também devemos tentar aprender e crescer com as missões que a Vida nos impõe. Todas as situações, principalmente as dificuldades que diariamente chegam até nós, são oportunidades de nos conhecermos melhor e de sabermos que podemos bem mais do que aquilo que estamos habituados. A Vida, por vezes, pode nos parecer dura e sem sentido quando não entendemos a razão de vivermos algumas experiências. Essa incompreensão nos torna, em alguns casos, pessoas amargas, frias, solitárias e, consequentemente, incapazes de enxergar para além das adversidades que nos foram impostas. Entretanto, todas as experiências que vivemos apresentam também oportunidades de aprendermos sobre nós mesmos. Ao olharmos sob esse ponto de vista, as verdadeiras conquistas não estão na materialidade, mas na capacidade de perdoar, aprender e ser útil ao próximo, a nós mesmos e a Humanidade.
Estejamos atentos às oportunidades que a Vida nos apresenta diariamente. Desse modo, poderemos sair de nossa superficialidade e mergulharmos no sentido profundo que nossas experiências carregam. Que possamos, assim, fazermos ao menos uma pequena diferença na construção de um mundo melhor a partir da construção de nós mesmos.