Produzido pela Ringling College of Art and Design, faculdade norte-americana especializada em arte e design, e dirigido por Jaiqi Xiong, “La Vida Fácil” é um pequeno curta de animação indicado para pessoas de todas as idades. Nele uma menina vai aos poucos abandonando as suas responsabilidades e obrigações escolares, depois de descobrir que a sua boneca pode fazer todo o trabalho em seu lugar. Por assumir obrigações, a boneca cresce enquanto a menina fica cada vez menor.
Podemos entender, através desse curta, que “o trabalho dignifica o homem” e que a única maneira de crescermos é assumindo o que nos cabe nessa vida. Por menores ou mais humildes que sejam as nossas ocupações, é nos entregando a elas com Amor, Gratidão e total Dedicação que podemos crescer. Muitas vezes acreditamos que somos “espertos” quando conseguimos deixar de executar algumas de nossas tarefas e, por preguiça, deixamos que outras pessoas assumam nossas obrigações. Nesses momentos, o que não nos damos conta é de que, deixando de produzir, também estamos deixando de evoluir. Não falamos aqui da conquista de alguma remuneração referente ao trabalho, embora isso seja justo e necessário. Para além disso, porém, devemos refletir sobre a responsabilidade ao nos comprometermos em realizar um serviço, seja ele de qual natureza for.
Não dá para aprender, crescer, participar e, principalmente, evoluir, se não for agindo. Sem falar que uma das melhores satisfações que podemos ter é a sensação de missão cumprida. As bonecas do mundo real não têm como assumir as responsabilidades das suas donas como no nosso curta, nem muito menos podem crescer em seus lugares. Porém, deixar de crescer por não assumir os seus compromissos é muito mais fácil do que podemos imaginar e pode ser muito mais doloroso também. É o trabalho que pode nos fazer sentirmos úteis, produtivos e pertencentes à sociedade, além de nos realizar pessoalmente.
A nossa responsabilidade enquanto pais, responsáveis ou educadores está em ensinarmos as nossas crianças a enxergarem e experimentarem uma verdadeira satisfação pessoal ao assumirem e realizarem as suas tarefas. Os nossos “baixinhos” também têm responsabilidades. Eles não sabem, mas nós sabemos. No futuro, ao compreenderem os benefícios de uma educação formativa, eles irão nos agradecer pela nossa preocupação e dedicação em orientá-los e cobrá-los para que um dia eles possam caminhar com as suas próprias pernas. Os nossos avós já nos diziam que “do pequeno se faz o grande” e que “devagar se vai ao longe”. Assim, com toda a certeza, a melhor maneira que temos para fazer com que a “galerinha” entenda isso é com os nossos exemplos.
Não adianta muito cobrar alguma coisa de alguém, se nós mesmos não fazemos a nossa parte. Devemos nos empenhar para que sejamos justos, honestos e perseverantes diante dos nossos desafios, obrigações e responsabilidades. Apenas nos dedicando de corpo e alma às nossas missões teremos a oportunidade de realizar, crescer e aprender. A cada desafio vencido, as tarefas costumeiras ou cotidianas vão se tornando mais fáceis e, para as mais desafiadoras, teremos nos tornado mais fortes e preparados.
Uma pessoa dedicada e comprometida se torna referência para todos. Ajude os seus amigos, os seus familiares e, principalmente, os seus filhos, a aprenderem com os seus exemplos. Não se esqueça de que quem ama também deve impor limites, mas, principalmente, tenha sempre em mente que um verdadeiro líder não se faz apenas dando ordens, mas na peleja junto com a sua “tropa”. Acredite, você é a principal referência para o seu filho, faça a sua parte!
Como dizia o poeta Khalil Gibran:
“O trabalho é o amor tornado visível. E, se não podeis trabalhar com amor, mas somente com dissabor, é melhor abandonar vosso trabalho e ir sentar-vos à porta do templo à espera de esmolas daqueles que trabalham com alegria, pois se fazeis o pão com indiferença, vos fazeis amargo, incapaz de saciar a fome do homem”.
Avante! Ao trabalho! À ação! O mundo está ansioso por ser contemplado, respeitado e construído com equilíbrio. E tudo isso precisa do seu trabalho.