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Filme “Herói”

capa do filme heroi

Todos nós conhecemos a história de um herói. Em geral, ele supera adversidades, enfrenta grandes desafios e consegue salvar o mundo, o reino, um príncipe ou uma princesa, não é assim? A figura do herói está demasiadamente esgotada no cinema e na literatura, mas por que será que, mesmo com tantos exemplos, ainda fazem filmes desse tipo?

A resposta pode seguir por vários caminhos, entretanto, ela nos leva a refletir. Se por um lado podemos afirmar que os filmes de herói vendem bem e conseguem chamar a atenção do público – o que é real, visto a bilheteria arrecadada nesses longas-metragens –, por outro, devemos pensar nos motivos que nos fazem gostar tanto dessas narrativas. Afinal, o que é ser um herói? Será que é apenas voar e lutar contra o mal, ou podemos viver o heroísmo em nosso dia a dia? 

Em nosso portal, você pode conferir um texto que aprofunda essa questão clicando aqui, mas, em síntese, podemos apontar que a figura do herói nos chama atenção porque desejamos, no âmago do nosso ser, a superação das nossas provas. Assim como um herói é virtuoso e sacrifica a si mesmo pelos demais, em nossa essência também buscamos essa mesma vivência. É por isso que o heroísmo é capaz de extrair do ser humano as mais belas atitudes e continuar a nos inspirar.

O que nos torna um(a) herói(na)? 

Sobre essa temática, vamos indicar o filme “Herói”. O filme se passa na China antiga, antes do reinado do primeiro imperador, período em que havia guerras entre as diferentes facções dos Sete Reinos. Nesse cenário, há um complô entre alguns reinos para assassinar o mais poderoso dos soberanos: Qin.

Ele é o soberano do Reino do Norte e tem diversos inimigos. O que mais incomoda ele são três assassinos que foram contratados para cortar sua cabeça. Acontece que um herói sem nome, que fazia parte do reino de Qin, consegue derrotar esses inimigos. E, quando ele vai para o palácio contar ao soberano a história surpreendente de sua vitória, conseguimos visualizar essa bela obra de arte, intitulada como “Herói”.

O longa-metragem explora temas interessantes como a verdade e a busca pela paz. Em um mundo rodeado de conflitos, é natural que toda história tenha diferentes versões. Assim, o herói em uma narrativa pode ser um vilão sanguinário na outra. Porém, acima de todas as versões e especulações, haverá sempre a verdade. Assim, o filme nos leva a refletir que a busca pela verdade pode ser um guia essencial para não sairmos nas diferentes versões que uma história pode apresentar.

Um outro ponto que nos chama atenção é a figura do herói desconhecido, chamado “nameless” (sem nome, em português). A genialidade do filme está justamente nesse aspecto, uma vez que o verdadeiro herói não precisa ser nomeado, ele não deve ser reconhecido pela sua fama, mas pelos seus atos. Essa característica é um dos principais atributos de um herói: o não-reconhecimento. Um herói de fato não precisa mostrar os seus feitos, receber aplausos ou mesmo ganhar elogios de diferentes pessoas. Ele simplesmente atua e ajuda quem precisa, sem esperar nada em troca.

Essa mesma característica pode ser vista em outros filmes de super-heróis como, por exemplo, “Superman” e “Homem-aranha”. Ambos preferem esconder suas identidades e não serem reconhecidos. Apesar de terem motivos distintos para isso, preservam a ideia de que um herói não precisa de nada para si. 

Essa ideia, porém, não é recente. A bem da verdade, se retornarmos à narrativa da Odisseia, encontraremos Odisseu e seu dilema com o gigante Polifemo. Polifemo aprisiona Odisseu e seus companheiros em uma caverna e, ao perguntar o nome do rei de Ítaca, este afirma: “Meu nome é ninguém”. Assim, após conseguir sair da caverna e ferir Polifemo, o gigante gritava para seus companheiros que “Ninguém o feriu”, o que não chamou a atenção dos outros gigantes e fez com que Odisseu escapasse da ilha.

O símbolo dessa passagem é um tanto quanto claro: um herói não se identifica com seus atos. Nesse aspecto, não faz nada para si, mas apenas para os outros. Esse é o verdadeiro símbolo do heroísmo, atuar sem esperar recompensas.

Vivendo o heroísmo no cotidiano

Apesar do filme se apresentar em um cenário histórico e representar uma cultura e situações que não condizem com nossa realidade, ainda assim podemos tirar importantes lições para a nossa vida prática. Uma delas é a de buscar sempre a paz, seja em qualquer tipo de conflito que estamos lidando. Um verdadeiro herói não produz guerra, mas sim busca incessantemente a paz. Isso pode se desenhar em um cenário de caos político, como no filme, mas também em nossas casas, no nosso trabalho e em qualquer outro ambiente social. 

O verdadeiro herói atua para construir, jamais para destruir. Muitas de suas ações, porém, quando isoladas, podem parecer negativas, mas não se pode deixar escapar o sentido profundo que as guia. Tal como um pai que coloca o filho de castigo para ensinar uma lição, o herói, por vezes, precisa atuar duramente para continuar a perseguir a paz. Para diferenciar atos de vingança e heroísmo, portanto, é preciso sempre recorrer a esse guia interno, que nos diz se estamos tomando uma atitude por nós mesmos ou pelo bem de todos.

Por essas e tantas outras lições, recomendamos fortemente o filme “Herói”.

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