Para você, o que é a família? Esse é um conceito que mudou muito ao longo do tempo. Saímos de concepções bem definidas para opções mais fluidas. Mas, o conceito de família que o filme “Em busca de Ohana” sugere é muito mais revolucionário.
O filme é uma produção americana, dirigido por Jude Weng e estrelado por Kea Peahu (Pili).
Nele, a pequena Pili, radicada em Nova York, junto com sua mãe e seu irmão, teve que voltar ao Hawaii – a terra de seus ancestrais – para dar assistência ao seu avô que se recuperava de um problema de saúde. Nessas férias inesperadas ela embarca em uma frenética aventura na qual, além de se transformar em uma caçadora de tesouros, tem a oportunidade de aprender e se reconectar com as tradições e ensinamentos de seus antepassados.
“Ohana” é uma palavra havaiana que significa família, mas não a família tradicional como as que conhecemos. A ideia contida nessa palavra vai mais além, se referindo não só aos laços sanguíneos, mas também a todos que fazem parte das nossas origens. Esse conceito de família chega a abranger as pessoas que nos cercam, assim como tudo e todos que somam para corroborar com a formação da nossa identidade e caráter, segundo a tradição havaiana.
Se nós pudéssemos nos ver como integrantes de uma grande família, talvez conseguíssemos Amar, Tolerar e Compreender uns aos outros. E se fizermos nossa árvore genealógica Humana chegaremos ao mesmo pai e à mesma mãe. De fato, somos todos irmãos e deveríamos buscar encontrar Ohana. Amar a todos como nossos parentes, como parte de nossa história, depende de nosso crescimento pessoal, depende de quanto nós conseguimos ampliar nosso Amor e nos tornamos um “Cavalheiro” como o grande mestre chinês Confúcio descreveu:
“Ssu-ma Niu apareceu preocupado, dizendo: “Todos os homens têm irmãos. Só eu não tenho nenhum”. Tzu-hsia disse: “Já ouvi dizer: vida e morte são uma questão de Destino; riqueza e honra dependem do Céu. O cavalheiro é reverente e não faz nada errado, é respeitoso para com os outros e observa os ritos, e todos habitantes dos Quatro Mares serão seus irmãos. Qual a necessidade de o cavalheiro preocupar-se quanto a não ter irmãos?”.”
A divertida história de Pili, traz à tona também uma importante reflexão: a de que é necessário termos o conhecimento de onde viemos e de quem somos para, a partir disso, sabermos onde queremos e podemos chegar. Do mesmo modo, se mostra a importância de valorizarmos e reverenciarmos a todos que vieram antes de nós, preparando o caminho que agora trilhamos.
Seria muito difícil conseguirmos nos situar e traçar uma trajetória de crescimento pessoal se não soubéssemos quem verdadeiramente somos. As experiências vividas pelos que vieram antes de nós são a “pavimentação” dos caminhos que eles desbravaram. Seguindo por esses passos, temos a oportunidade de não nos perdermos, uma vez que contamos com uma estrada devidamente sinalizada. Com certeza, em muitos momentos na vida, teremos que fazer muitas escolhas e tomar decisões inesperadas e imediatas. Se agirmos como Pili, nos orientaremos pelos “mapas” deixados para nós e não erraremos o caminho. A dificuldade estará em conseguir decifrá-los, mas se soubermos quem os deixou para nós e com qual intenção, a interpretação se tornará óbvia.
A nossa destemida Pili, enfrenta uma aventura de tirar o fôlego. Cercada de lendas, antigas tradições, simbolismos e até fantasmas. Amparada pela sua Pureza de menina, escapa ilesa de todos os perigos e consegue encontrar o maior tesouro que jamais poderia imaginar: as suas origens, a sua verdadeira Identidade.
Prepare a pipoca, divirta-se, reflita e comece você também a sua busca por Ohana.