Dia Internacional da Animação: Como o Desenho Ganhou Vida e Transformou o Mundo

O Dia Internacional da Animação celebra essa antiga busca do ser humano por dar vida às imagens. Desde os tempos das cavernas até as telas digitais, animar é tornar visível o invisível, transformar desenhos, ideias e memórias em movimento, emoção e linguagem universal. Conseguimos criar a fotografia e marcar para sempre um momento do passado, registrando algo para além da memória e das palavras.

Evolução da animação desde as pinturas rupestres até a era digital
Da pedra ao pixel: a animação como reflexo eterno do desejo humano de dar vida à imagem.

Porém, isso não foi o suficiente e desejamos, desde muito tempo, dar movimento ao que até então estava estático. Esse é um pensamento natural ao ver uma foto, pois ao recordar imaginamos os passos, conversas e ações que tivemos naquele momento. Assim, querer ver a imagem estática ganhar alma, a linha se deslocar e encher de vida algo até então inerte é um desejo que surge quase espontaneamente.

A animação, em sua essência, é a tradução mais pura desse desejo. Ao desenvolverem técnicas e tecnologias para dar vida a todas as imagens, reais ou imaginárias, foi possível criar um verdadeiro mundo com cores e vida, e plasmar, seja em telas, quadrinhos ou no cinema, um mundo que até então só existia em nossos sonhos. É por isso que devemos celebrar o Dia Internacional da Animação, não apenas como uma data no calendário, mas principalmente por ser uma das ferramentas que libertam a criatividade humana e nos projetam para uma nova realidade, cheia de ideias e possibilidades. 

Assim, não celebramos apenas o dia de uma profissão ou forma de arte, mas também a capacidade humana de sonhar em imagens, de dar vida ao que é inanimado e de perpetuar, na tela, a chama que nos faz imaginar. E para aqueles que acham isso um exagero, basta refletir sobre como as animações sempre nos acompanharam. Antes mesmo de sabermos ler, aprendemos a ver; e antes de entendermos a palavra, entendemos o gesto, a cor, o movimento.

O cinema animado, os desenhos da infância, os filmes que marcaram nossa adolescência e até as imagens que povoam as telas de nossos celulares, tudo isso forma um tecido invisível que une gerações e memórias. A animação é a ponte entre o que é real e o que é possível.

A história da animação

Para celebrar este dia, vamos fazer uma viagem no tempo e retornar ao passado. Dando asas à imaginação com ajuda da história, vamos conhecer um pouco da trajetória dessa nobre arte que tanto nos ajuda a conhecer universos que outrora estariam apenas na imaginação de seus criadores. Muito antes de existirem estúdios, computadores ou câmeras, o homem das cavernas já esboçava o movimento nas paredes rochosas, criando desenhos em sequência para imaginar a ação de correr atrás de suas caças. 

pinturas rupestres representando movimento de caça
A primeira tentativa humana de animar: arte nas cavernas

As pinturas rupestres de Lascaux e Altamira, por exemplo, com suas sequências de figuras sobrepostas, são, de certo modo, os primeiros quadros de uma animação primitiva. A intenção era representar não apenas o animal, mas o seu correr, o seu salto, o instante de sua captura. É interessante perceber que o desejo de apresentar o movimento estava lá, nítido, mas faltava-nos, naturalmente, a habilidade de fazê-lo com maior precisão.

Séculos se passaram até que a curiosidade pela ilusão do movimento encontrasse meios técnicos para se manifestar. No século XIX, o século da ciência, foram criadas novas possibilidades de construir o movimento. Instrumentos como o taumatroscópio, o zoetrópio e o fenacistoscópio transformaram a percepção da imagem a partir de ilusões de ótica. Pequenos discos, cilindros e fendas faziam figuras desenhadas girarem em sequência, criando a sensação de que o olho via algo vivo. Era uma mágica simples, mas revolucionária. Pela primeira vez, a humanidade experimentava o prazer de “ver nascer” o movimento, de enganar o olhar para despertar a imaginação. A animação nascia, então, como arte a partir daquele momento.

dispositivos antigos de animação como o zoetrópio e fenacistoscópio
A ilusão de ótica e o nascimento da animação

Entretanto, foi apenas no século XX que a animação ganhou novos ares e fez um salto para a mente e o coração do ser humano. Vale lembrar que é justamente neste século que surge o cinema e com ele a possibilidade de criar imagens reais em movimento. A animação estaria intrinsecamente ligada à sétima arte a partir daí, uma vez que começou a se afirmar como linguagem própria. Não era mais apenas uma curiosidade técnica, mas um novo modo de contar histórias. Os animadores descobriram que podiam condensar o tempo, distorcer o espaço, desafiar as leis da física e, ainda assim, comunicar verdades humanas profundas. A animação libertou o cinema das amarras da realidade.

Os primeiros filmes animados eram feitos quadro a quadro, com paciência quase monástica; e, naturalmente, levavam anos a serem finalizados. Cada segundo exigia dezenas de desenhos, cada movimento era uma coreografia de traços. Essa dedicação minuciosa deu à animação um caráter artesanal que persiste até hoje, mesmo diante das tecnologias digitais. Apesar de existirem novas técnicas no mundo atual, é perceptível o quanto a animação ainda cultiva esse aspecto de construção individual, sem ser massificado. Essa característica, talvez, é o que dá tanta personalidade para as obras, colocando-as em um patamar distinto dentro do cinema.

Frente a isso, não podemos nos furtar de falar dos momentos mais impactantes da história dessa forma de arte. Nos anos 1930 e 1940, o mundo conheceu o auge do que viria a ser chamado de século dourado da animação. Nessa época, a técnica e a arte se fundiram de forma definitiva. Walt Disney, com sua visão empreendedora e sensibilidade narrativa, transformou o curta-metragem animado em um espetáculo cinematográfico completo. Walt Disney foi, sem dúvida, um divisor de águas na história da animação, não abordaremos com detalhes sua trajetória nesse texto, porém, quem se interessar, pode aprofundar-se em sua biografia lendo o texto em nosso portal. Para acessá-lo, basta clicar aqui.

Walt Disney em estúdio com storyboard de Branca de Neve
O nascimento do cinema animado moderno

Dentre as diversas obras criadas por Walt Disney, podemos destacar Branca de Neve e os Sete Anões (1937) como o primeiro passo de uma era de filmes que marcaram – e ainda marcam – gerações. Essa animação inaugurou uma era em que essa arte deixou de ser mero entretenimento infantil e passou a ser uma forma de arte admirada por todas as idades. Ao mesmo tempo, estúdios como Warner Bros., Fleischer Studios e MGM criavam personagens inesquecíveis, como Pernalonga, Betty Boop, Tom e Jerry e tantos outros que refletiam o humor, as tensões e os sonhos da sociedade americana. 

Esses personagens se tornaram símbolos culturais, transcendendo as telas e moldando a própria linguagem do riso. Não por acaso, a grande maioria desses personagens sobreviveram ao tempo, e ainda hoje podemos vê-los nas telas, seja no cinema, na TV ou nos celulares. Isso mostra não somente o quão marcante tais narrativas foram para sua época, mas também como a animação tem o poder de entrar em nosso dia a dia e nos ensinar profundamente através do riso, do humor e de toda emoção que consegue transmitir. 

Anime: a animação japonesa

É evidente que o fenômeno da animação não é um privilégio ocidental. Em todos os países, se criaram formas de construir imagens em movimento, e no Japão isso não foi diferente. Na Terra do Sol Nascente, a animação seguiu um caminho próprio e se tornou, sem dúvida, um fenômeno global. Influenciada por tradições artísticas milenares e pela estética dos mangás, ela encontrou uma linguagem própria, que conhecemos como “anime”. Osamu Tezuka, considerado o “Deus do Mangá”, revolucionou a forma de narrar histórias animadas, introduzindo temas complexos, personagens tridimensionais e uma profundidade moral que raramente se via na animação ocidental.

Tezuka Osamu – O deus do Mangá Moderno
Tezuka Osamu – O deus do Mangá

Com o tempo, o anime tornou-se um fenômeno global. Séries como Astro Boy, Akira, Dragon Ball, Naruto e Attack on Titan mostraram ao mundo que a animação podia tratar de política, identidade, tecnologia e espiritualidade. O anime rompeu as fronteiras entre “infantil” e “adulto”, entre “arte” e “entretenimento”. Isso ocorre porque o olhar japonês sobre a animação é profundamente filosófico; logo, não se trata apenas de narrar ações, mas de explorar o silêncio, o gesto, a pausa. A arte do animar, nesse contexto, torna-se uma meditação sobre a impermanência, uma vez que cada frame é uma centelha de vida que nasce e morre em milissegundos. Por isso, o anime não apenas entretém, mas nos faz pensar.

Pode-se citar, dentre as diferentes obras que existem nesse contexto, as animações e filmes do Studio Ghibli. Obras como “Princesa Mononoke” e “A viagem de Chihiro”, por exemplo, foram aclamadas pelo mundo do cinema e concorreram a diversos prêmios internacionais. A beleza desses filmes não está somente na estética, mas também na mensagem que buscam passar. Sendo assim, essa diversidade de estilos mostra que a animação, mais do que uma técnica, é uma linguagem universal que se adapta ao olhar de cada cultura.

personagens icônicos do Studio Ghibli em cenário natural
A magia do Studio Ghibli e o olhar filosófico japonês

A animação como linguagem universal

Frente a isso, podemos entender que a animação é uma língua sem fronteiras. Mesmo quando não compreendemos o idioma falado, conseguimos entender a emoção do olhar, o ritmo de um gesto, a harmonia de um movimento. Uma criança no Brasil, por exemplo, pode se emocionar com um filme japonês, assim como um adulto na França pode rir de um curta-metragem mexicano. Isso porque a animação fala diretamente com o inconsciente coletivo, com a parte de nós que reconhece o humano nas formas mais simples.

Essa percepção é tão real que muitos curtas não possuem nem mesmo falas, apenas movimento. E ainda assim, pela percepção da narrativa, somos capazes de nos emocionar e refletir sobre o que está sendo transmitido. Nesse sentido, a animação é, antes de tudo, uma forma de síntese da comunicação visual que não precisa de palavras para se expressar, apenas de movimento e ação.

A animação como linguagem global conectando culturas e emoções sem palavras
A linguagem universal da animação une o mundo por meio de gestos, cores e imaginação.

Outro aspecto interessante a refletir sobre a construção dessa expressão artística é perceber a sua liberdade. Enquanto o cinema tradicional depende de atores, locações e realidades concretas, a animação é pura invenção, nascida dentro da mente do seu criador. Cada detalhe nasce da imaginação: a cor do céu, o modo como o vento sopra, o formato das lágrimas, o rosto dos personagens. Nada existe por acaso, pois tudo é criado, sendo o reflexo da própria criatividade do artista. Isso faz da animação um meio privilegiado para explorar a subjetividade humana, pois ela é a subjetividade em si, expressa em todos os detalhes.

Além disso, a animação ensina a ver o mundo de maneira poética. Ao observar um peixe que fala, um robô que ama ou um brinquedo que sente medo de ser esquecido, somos convidados a refletir sobre nós mesmos. Dentro dessa perspectiva, a distância entre o real e o imaginário se dissolve, e podemos mergulhar nessas águas do imaginário sem medo de nos afogarmos. E isso, de certo modo, já ocorre, pois, se olharmos ao redor, perceberemos que a animação nunca nos deixou.

Ela está em toda parte, seja nas telas que usamos, nos ícones que clicamos, nas campanhas publicitárias, nos jogos eletrônicos e até nas interfaces que guiam nossos carros e celulares. A estética do movimento animado faz parte da nossa alfabetização visual contemporânea.

Sendo assim, desde os desenhos que assistimos quando crianças até os efeitos sutis de uma propaganda ou o mascote de um aplicativo, a animação constrói a linguagem da era digital e por isso está cada vez mais em alta, dominando diversos setores do entretenimento. Mesmo nos ambientes mais pragmáticos, como a medicina, a engenharia, o design, por exemplo, a animação tem papel essencial ao construir modelos tridimensionais, simulações e novas maneiras de visualizar um exame. Tudo isso depende da arte de animar. A linha que antes servia apenas para divertir, hoje também salva vidas, ensina e comunica. Assim, a animação transcende o entretenimento e se torna linguagem do conhecimento, da memória e da empatia.

Visto isso, é inegável que por trás da magia que chega às telas, há um trabalho silencioso e profundamente humano. A animação é, portanto, o resultado de um esforço coletivo que envolve desenhistas, roteiristas, modeladores, dubladores, músicos, diretores de arte e programadores. Cada um contribui com um fragmento de imaginação para construir o todo. Esse processo, meticuloso e longo exige tanto rigor técnico quanto sensibilidade artística. Um segundo de filme pode demandar horas – às vezes, dias – de trabalho; e, talvez, seja isso que torna a animação uma das expressões mais belas do trabalho humano.

O Dia Internacional da Animação

No entanto, por muito tempo, os animadores permaneceram invisíveis. A bem da verdade, em grande parte da história e das obras que são criadas, poucas vezes seus criadores ganham os créditos. O público conhecia e amava os personagens, mas não fazia ideia de quem garantia que eles existissem. Por isso, o Dia Internacional da Animação, celebrado em 28 de outubro, surgiu também para reparar essa injustiça com os profissionais de animação. Reconhecer o valor desses artistas é reconhecer que a arte não nasce do acaso, mas do esforço, da entrega e do amor ao detalhe. É compreender que cada movimento na tela carrega, dentro de si, a história de alguém que acreditou na beleza de criar.

Homenagem aos animadores por trás das cenas, criando mundos e personagens em silêncio comemorado no dia internacional da animação em 28 de outubro
O Dia Internacional da Animação valoriza os artistas invisíveis que transformam ideias em movimento e emoções em histórias.

Dito isso, o Dia Internacional da Animação é comemorado em 28 de outubro porque foi nessa data, em 1892, que o francês Émile Reynaud exibiu publicamente o primeiro espetáculo de imagens animadas projetadas. Chamado de “Pantomimes Lumineuses”, a obra foi exibida no Museu Grévin, em Paris. Esse evento é considerado o nascimento oficial da animação como forma artística, sendo um marco para o mundo da animação.

Hoje, a data é celebrada em mais de cinquenta países, incluindo o Brasil, onde o evento é promovido pela Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA). Para além de um momento de festejo e alegria, a iniciativa não é somente um momento solene, mas um movimento de valorização cultural dessa arte que, por vezes, tem pouca visibilidade, apesar de estar sempre presente em nossas vidas. Aproveita-se essa data para que as cidades, por exemplo, exibam curtas, longas e produções independentes que mostram a diversidade da animação mundial, pois não existem apenas os grandes estúdios produzindo boas animações, mas também excelentes profissionais que, de modo autônomo, constroem sua arte.

Considerando essa perspectiva podemos dizer que celebrar essa data é, antes de tudo, uma ode à pluralidade da imaginação humana. É bom lembrar que, independentemente de origem, idioma ou tecnologia, o ato de animar é universal e é capaz de unir gerações, aproximar culturas e criar pontes entre o visível e o invisível.

A animação e o futuro

Agora que já compreendemos um pouco da história da animação e o valor que há nessa forma de arte, é preciso refletir sobre o futuro. Afinal, como serão as novas gerações de animadores e o que esperar das novas animações? Para falar do futuro, é necessário entender o nosso presente, portanto, façamos um pequeno vislumbre do que vivemos atualmente. Sabemos que estamos em uma era em que a tecnologia parece capaz de tudo. Computadores criam movimentos que antes exigiam anos de trabalho manual; softwares interpretam expressões humanas com perfeição assustadora e, mais recentemente, a inteligência artificial começa a gerar animações de forma quase autônoma.

Diante disso, surge uma pergunta inevitável: o que será da animação quando as máquinas puderem animar sozinhas? A resposta talvez esteja na própria essência do que é animar. O termo “animação” vem do latim “anima”, que significa “alma”. E nenhuma máquina, por mais sofisticada que seja, possui alma. É evidente que, para operacionalizar uma técnica, as máquinas serão extremamente eficientes, do mesmo jeito que já o são nos dias atuais. 

inteligência artificial colaborando com animador em tela digital
O futuro da animação: tecnologia com alma humana

Porém, nada poderá substituir a criatividade humana, o mundo imaginário que não está em nenhuma base de dados. Uma inteligência artificial pode produzir a partir do conhecido, mas somente o humano tem como buscar no invisível, no que ainda não está posto, para plasmar na vida real aquilo que só habita nos outros mundos. A técnica pode reproduzir o gesto, mas não o sentimento que o origina. Pode simular o olhar, mas não a emoção que o sustenta. Por isso, o futuro da animação não depende apenas da tecnologia, mas da humanidade que a guia.

O desafio será manter o equilíbrio entre os algoritmos e o nosso aspecto demasiadamente humano. As novas ferramentas podem libertar os artistas das tarefas repetitivas e permitir que se concentrem no essencial: contar histórias que emocionam, que fazem pensar, que despertam empatia. E isso, por si só, será uma grande vantagem.

Por fim, devemos lembrar que a animação é, de certo modo, uma maneira de fazer mágica. É transformar o invisível em visível, o imaginado em real. Reconhecer que a animação é mais do que um gênero artístico se faz fundamental para continuarmos a valorizar essa nobre arte, que é, no fundo, um gesto profundamente humano. E enquanto esse desejo existir, o cinema de animação continuará a pulsar. Novas tecnologias surgirão, novas formas de animar estarão à disposição, mas isso tudo só será válido se o espírito humano estiver encarnado em cada cena, personagem e narrativa.

Que possamos, neste e em todos os dias, continuar a valorizar a arte que tanto nos ajuda a entender o mundo, a nós mesmos e a criar uma nova perspectiva sobre a vida. Devemos, acima de tudo, olhar o mundo com olhos de quem ainda acredita que o desenho pode se mover e que a imaginação pode, de fato, ganhar vida.

Se você se interessou pela animação como uma linguagem que vai além do entretenimento, vale a pena conferir nosso texto sobre Avatar: A Lenda de Korra. Nessa análise, refletimos sobre como a animação pode abordar temas profundos como identidade, transformação e equilíbrio emocional. A série é um excelente exemplo de como desenhos animados podem dialogar com questões humanas complexas, atravessando idades, culturas e contextos. Korra nos mostra que crescer é aceitar a mudança, e que até mesmo em mundos fantásticos, os dilemas são reais. Acesse o conteúdo completo clicando aqui.

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