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Curta: Leve-me para casa – Como cultivar para além das aparências

Não é de hoje a relação entre humanos e animais. Na verdade, não sabemos exatamente quando começamos a nos envolver de maneira amistosa com outras espécies, entretanto, pode-se afirmar que a domesticação de animais se deu ainda na pré-história. Alguns historiadores, por exemplo, apontam que esse processo iniciou há cerca de 500 mil anos, quando ainda vivíamos em cavernas e tínhamos sociedades nômades. Nesse contexto, alguns animais, mais precisamente um ancestral dos lobos, passou a ser usado como auxiliar na caça e a viver junto aos Seres Humanos. Assim, criamos uma nova forma de nos relacionar com algumas espécies de animais.

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Atualmente, conviver com animais é comum para nós. Provavelmente você, meu caro leitor, tenha algum “pet” em casa e deva tratá-lo como um membro de sua família. Seja resgatando-os da rua ou comprando-os em pet shops, não duvidamos da afetividade que existe entre pessoas e animais. Essa relação, em alguns casos, é tão profunda que consideramos os nossos bichinhos como filhos. Porém, o que nos leva a adotar um animal de estimação?

O curta “Leve-me para casa” (Take me home, no original), nos dá uma boa dica sobre o que nos leva a escolher nossos animais de estimação. Produzido em 2013 por Nair Achawattana, a animação nos transporta para um local no qual dezenas de cachorrinhos estão esperando para serem adotados. Nesse ambiente entra uma garotinha que tem a difícil missão de escolher um entre tantos animais que estão eufóricos para conhecerem sua nova dona. Durante o curta podemos observar os critérios que a jovem utiliza para tomar sua decisão sobre quem adotar e é sobre essas ideias que queremos falar.

Primeiramente falemos sobre a ideia de adoção. Geralmente usamos esse termo ao falar de pais que decidem tomar uma criança como filho(a) e entram em um processo jurídico para isso. Porém, adotar é, em essência, uma ação gerada a partir de uma empatia para com outro ser que, na maioria dos casos, precisa de ajuda. Adotar é, sem dúvida, sinônimo de Cuidado, Carinho e Amor. Quando tratamos essa ideia de maneira ampla, saímos das questões relativas ao direito e entramos no campo dos afetos. A partir disso podemos adotar não apenas outros Seres Humanos, mas animais, plantas, locais públicos e tudo, enfim, que nos desperte uma afetividade e vontade de querer cuidar.

Além disso, quando tratamos dessa compreensão acerca da adoção, podemos pensar de onde surge essa necessidade de cuidar dos outros. Podemos falar, por exemplo, da empatia para com os outros seres. Ao sentirmos a dor de um animal abandonado ou sem os cuidados adequados, tendemos a querer cuidar e dar àquele bichinho o nosso afeto. Esse ato pode ser visto como Caridade, Bondade ou simplesmente Amor. Cria-se, assim, um laço inquebrantável entre o animal e o Ser Humano.

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Entretanto, nem sempre nossas ações ao adotar um animal estão bem direcionadas. Por vezes nossa vontade de adotar se baseia em tendências sociais, modismos ou até mesmo para impressionar pessoas de nosso interesse. Não é incomum, por exemplo, que algumas raças de cachorro sejam mais escolhidas do que outras. Seja pela sua estética ou por “moda”, deixamos de lado a ligação real que sentimos e somos levados a escolher a partir desses outros fatores. Mas afinal, o que nos leva a tomar a atitude de adotar?

Fazendo um paralelo com nossas relações Humanas, perceberemos que nos relacionamos com os animais de modo similar. Agimos, na grande maioria das vezes, baseados em uma ideia de troca. Com outros seres humanos essas trocas são motivadas por interesses pessoais, como por exemplo, quando desejo comprar algo que uma outra pessoa tem. Do mesmo modo acontece no campo da subjetividade: ao ter interesse por alguém acabamos por buscar uma troca, na qual damos afetividade e esperamos receber o mesmo.

Nossa relação com os animais segue um caminho parecido. Muitas vezes o que motiva a adoção é uma carência emocional ou o vazio que buscamos preencher com algo. Não agimos, na maior parte do tempo, de maneira desinteressada com nossos animais de estimação. Entendemos que nem todas as relações estão presas nesse tipo de comportamento, entretanto, ao observarmos os inúmeros casos de abandono e maus-tratos poderemos considerar que nem sempre, ao adotar, estamos pensando no carinho e na responsabilidade que estamos nos propondo. Não por acaso, nos últimos anos surgiu o termo “adoção responsável”, enfatizando o que, a priori, deveria ser a regra.

Como mostrado no curta, a dúvida da garotinha estava entre o cachorrinho que ela considerava mais “bonito” e o que a cativou verdadeiramente. Se queremos verdadeiramente cuidar de algo, porém, essa dúvida rapidamente desaparece e seguimos o nosso coração. A mágica da adoção, seja em qual nível for, acontece aí: quando abrimos mão dos nossos gostos pessoais e resolvemos seguir nossos sentimentos, assumindo o cuidado e a proteção que esses seres precisam.

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Portanto, podemos até gostar mais de um animal do que de outro e até mesmo ter raças preferidas, mas nossa conexão mais profunda não se dará por esses critérios. A forma, ou seja, os aspectos físicos nos inclinam, mas é o coração quem define. Do mesmo jeito, por exemplo, ocorre com as pessoas: as pessoas que mais amamos, em geral, não foram selecionadas por nós baseadas em critérios como beleza, porte físico ou por ser uma pessoa “da moda”. Na verdade, se pararmos para pensar, nenhum desses aspectos são levados em consideração quando gostamos de alguém, seja um amigo, parente ou mesmo um cônjuge.

Acima desses pontos está o sentimento que é cultivado dentro das relações. No caso da adoção, nos ligamos rapidamente e buscamos, dia após dia, desenvolver esse laço. Os animais, que também partilham de emoções como as nossas, certamente sentem e respondem a esses estímulos. Acaba-se, então, construindo um elo inquebrantável entre os dois seres. Por vezes, inclusive, nem a própria morte é capaz de rompê-lo, tornando assim uma prova de que o Amor supera qualquer barreira, até mesmo a da existência. Logo, esse deve ser o nosso principal motivo para adotar outro ser vivo: o Amor que será depositado em forma de Carinho, Cuidado e Proteção.

Por essas reflexões e pela temática trazida à tona no curta, a FEEDOBEM indica “Leve-me para casa”.

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