O Ser Humano sempre esteve em guerra. Desde a pré-história até os dias atuais, não houve um momento de eterna paz entre a Humanidade. Se no começo da nossa jornada enquanto espécie a guerra era um meio de sobreviver a falta de recursos, hoje a praticamos por diversos motivos que, em sua maioria, em nada envolve manter-se vivo. Mas qual a verdadeira razão para que entremos em tantos conflitos?
Poderíamos listar inúmeros motivos para se travar um confronto ou mesmo enxergar outro Ser Humano como um “inimigo”. Mas, sejamos sinceros, todos os motivos nada mais são do que aspectos de uma causa maior: a nossa própria ignorância. Dizemos isso porque cotidianamente travamos batalhas internas que, em maior ou menor grau, também refletem nossa ignorância em algum aspecto. Seja um conhecimento específico que nos trava no trabalho, ou um descontrole causado por uma situação na qual não sabemos lidar, todo conflito vai nascer dessa falta de respostas acerca de um assunto.
Desse modo, as diversas civilizações humanas acabaram, invariavelmente, degladiando-se em campos de batalha sendo guiados por essa incômoda sensação. A ignorância pode ser refletida em outros diversos males como, por exemplo, a ganância, a luxúria, a inveja e tantos outros defeitos que bem conhecemos. Assim, quando desejos distintos e contrários se chocam temos, naturalmente, as guerras e, como podemos perceber ao nosso redor, ainda não somos capazes de controlar nossos impulsos, logo, invariavelmente a guerra continua acompanhando a Humanidade em sua história.
Até mesmo nas mitologias a guerra é um elemento sempre presente. No grande épico hindu, o Mahabarata, por exemplo, encontramos a fantástica batalha travada entre Pandavas e Kuravas. Essa lendária batalha tem como símbolo a eterna luta do Ser Humano entre os seus defeitos e as suas Virtudes. Já na Grécia temos a Guerra de Tróia, o conflito que durou uma década e envolveu quase todos os heróis da hélade. Ademais, não precisamos nem mencionar as centenas de Divindades espalhadas pelas mais diversas culturas humanas que tem como atributo a guerra: Atena, Ares, Marte, Hindra, Hachiman, Odin, entre outros. Poderíamos passar diversas páginas citando nomes de Deuses que tiveram como principal característica engendrar o espírito guerreiro em suas civilizações.
Levando isso em consideração, parece-nos que a guerra era – e ainda é – uma constante para a experiência humana. Seja fazendo parte de uma mitologia ou mesmo uma conduta comum dentro de uma sociedade, não podemos negar a importância da guerra como fator cultural e histórico. Diversos conflitos, por exemplo, impactaram para sempre o rumo da Humanidade, sendo estes pontos de ricas trocas culturais entre dois povos que, mesmo em situação de conflito, puderam reconhecer valores e aspectos úteis em seus adversários e, posteriormente, absorveram essas características para si.
Pensando nisso, é interessante realizarmos um pequeno exercício de imaginação: Como seria o mundo atual se o resultado de algumas batalhas e guerras fossem diferentes? Se, por exemplo, Dário I tivesse obtido sucesso na Batalha de Maratona e tivesse submetido todo o Ocidente ao seu controle, será que hoje nossa cultura Ocidental seria similar ao Oriente Médio? Ou da mistura da cultura Grega e Persa, somada mais tarde com a cultura Romana, teríamos uma sociedade muito distinta dos valores atuais? E se os alemães tivessem sido vencedores na Segunda Guerra Mundial, o que teria acontecido com o mundo sob a ordem do III Reich? Essas são questões que, provavelmente, todos nós já nos perguntamos em algum momento.
De igual modo, essas são, como bem sabemos, perguntas que nunca teremos respostas. Entretanto, se imaginarmos o impacto dessas guerras em seu momento histórico e o quão decisivas estas foram para o rumo das civilizações envolvidas, poderemos ter a liberdade poética de imaginar um mundo distinto do que vivemos hoje. Além disso, esses momentos de inflexão são valiosas experiências históricas das quais podemos tirar lições para a nossa vida cotidiana para que possamos apaziguar nossas relações e aprender a conviver de modo mais harmônico com as demais pessoas.
Partindo dessas especulações, nós da Feedobem resolvemos criar mais uma série de textos dedicados as “Batalhas mais importantes da História.” Vale a pena ressaltar que o nosso intuito não é fomentar a ideia da guerra, muito menos alimentar separatividade e rivalidade. Também sabemos, como dito acima, que a guerra é um elemento fruto da ignorância e que objetivamente remete a dores e perdas de milhares de vidas precocemente e isso, de modo algum, pode ser ignorado.
Todos esses aspectos, em verdade, nos levam a pensar na importância de tratar do assunto, pois assim poderemos iluminar essas experiências traumáticas sob a luz de novos aprendizados para não cometermos os mesmos erros. Dessa maneira, traremos sempre o contexto histórico dessas batalhas, suas motivações, causas e consequências, além de refletirmos sobre sua importância dentro da nossa História e como esta seria diferente caso o resultado desse conflito fosse outro.
Com isso esperamos que possamos refletir sobre o impacto desses conflitos em nosso mundo. Entretanto, a principal contribuição do tema para o nosso objetivo é aprendermos como uma situação de conflito pode nos desgastar e tirar o melhor de nós frente às situações. Com isso poderemos passar a atuar de maneira mais consciente e evitar ser a causa de tantos conflitos que vivemos em nosso dia a dia. Devemos, portanto, ser elementos de paz e nunca de guerra, e para cumprirmos com essa ideia devemos aprender do que se trata, de fato, uma guerra e seus impactos.
Esclarecidos esses pontos, esperamos profundamente que essa série nos leve a refletir sobre os motivos que levam o Ser Humano a entrar em conflito e como podemos evitar tais situações. Que possamos, enfim, utilizar a História e essas batalhas como aprendizado para a construção de uma sociedade pacífica.