Curta “WindUp”: Como Lidar Com a Doença?

Enfrentamos diversas batalhas ao longo da vida. Lutamos para sobreviver, por exemplo, todos os dias e, por vezes, somos acometidos por doenças, cansaço e problemas. Esses percalços exigem que busquemos soluções para as adversidades. Mas nem sempre somos capazes de lidar sozinhos com alguns deles. Existem muitas pessoas que lutam ao nosso lado que estão conosco para enfrentar os maus momentos. 

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O curta “WindUp”, desenvolvido pela empresa Unity e escrito e dirigido por Yibing Jiang, foi criado para homenagear todas as pessoas que estão lutando contra alguma doença e, para além disso, retrata bem a saga vivida pelas vítimas de algumas enfermidades. A animação mostra um pai que cuida da sua filha, em coma em um hospital. A luta da criança pela sobrevivência é intercalada com os desafios vividos pelo pai, que a todo momento cuida e está ao lado da jovem. As memórias dos momentos bons e, principalmente, o sentimento que os conecta é o que dá forças ao pai para seguir acreditando que sua filha irá acordar. A doença, enfim, se torna um caminho para que ambos reafirmem os laços que os unem. 

Nunca um cenário foi tão propício quanto este em que vivemos entre 2020 e 2021, para refletirmos sobre a doença e a morte. Apesar desse período desconcertar nossa sociedade, podemos buscar referências em outros homens sábios que passaram por experiências semelhantes e encontraram verdadeiros tesouros na Arte de lidar com esses problemas. Há muitos anos, por exemplo, havia um jovem conhecido por Siddharta Gautama, que questionou o porquê da morte, da velhice e da doença. Fez perguntas a si mesmo que talvez façamos hoje internamente: qual o sentido da vida? Por que isso nos acomete? Por que a vida submete o homem a esses três tristes pesares? 

Após peregrinar e passar por muitas provações, ele chega a respostas profundas e sábias, tornando-se conhecido então como o Buda e passa a iluminar o caminho de milhares de pessoas com respostas sobre a Vida e os seus porquês. 

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A primeira resposta a que ele chega é que não existe vida sem dor. Desde o nascimento até a morte, estaremos sujeitos a sofrer, gostemos ou não. A segunda é que existe uma causa da dor e é possível cessá-la. A terceira é que a causa da dor se encontra no fato do homem colocar o seu sentido de vida em coisas passageiras e não em coisas eternas, e assim, ele pode fazer algo com relação a isso, a fim de cessá-la. Ele propõe à Humanidade um caminho Virtuoso de conduta para que um dia o homem se livre da dor, pois, segundo ele, o próprio homem se aprisionou. 

Dessa forma, considerando que faz parte do destino do homem passar pelas doenças, pela velhice e pela morte e que em todas elas existe, inevitavelmente, a dor, o que tornaria esse destino menos pesado e doloroso? Que ideias podem iluminar a Vida Humana para que o homem siga com força, apesar das adversidades que as circunstâncias impõem?

A primeira delas poderia ser a busca por aprender. Todo cenário adverso instiga o homem a se recriar, a se transformar e, dizem os antigos, a aprender. Partindo dessa percepção, as experiências tornam o homem navegador das águas da vida, seja em um mar revolto ou sereno. Existe um filósofo indiano chamado Sri Ram que nos propõe a seguinte ideia: “Sigo o caminho do meu Dharma; Se soprar uma brisa suave, eu me delicio com a brisa; Se fizer um sol causticante, eu sofro com o sol, mas nem um nem outro me tiram do meu caminho”. E qual seria, então, esse Dharma? Aprender. Aprender, apesar das circunstâncias.

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A segunda delas é observar a realidade e lidar com o cenário que nos é apresentado. Essa é uma lição ensinada por um dos médicos persas conhecido como Avicena. O filósofo árabe nos diz que “a imaginação é a metade da cura”, ou seja, a mente possui a capacidade de criar a realidade, muitas vezes distorcendo-a ou aumentando-a. Dessa forma, precisamos observar os problemas tal como se apresentam e perceber que, racionalmente, talvez não sejam tão grandes como parecem ser. Sendo assim, há que buscar uma boa dose de otimismo, não alimentar-se de pensamentos ruins e, acima de tudo, manter-se com uma mente ativa e saudável para lidar com a vida de forma realista e não permitir que a imaginação atrapalhe no processo da cura. 

Uma terceira ideia importante é a aplicação de um conselho de Epíteto, filósofo estóico romano, o qual diz que devemos ser capazes de “fazer tudo o que estiver ao nosso alcance e aceitar o resto como vier”. Em síntese, podemos entender que há situações em que fazemos o nosso melhor, mas que o seu resultado não depende exclusivamente do nosso esforço. Nossa ação depende apenas de nós mesmos. Entretanto, o resultado disso está fora do nosso controle.

Sendo assim, para fechar tantas ideias deixadas por homens que viveram cenários adversos como o nosso momento atual, recomendamos WindUp, curta de animação da Unity, que destaca a natureza frágil da vida, do amor e do que significa nunca desistir. Esperamos, por fim, que todos esses conselhos sejam úteis para que sigam com perseverança: aprendendo, tomando as experiências pelo tamanho que são e fazendo o máximo que estiver ao alcance de cada um. 

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