Série “Celebrações de Ano Novo em Diferentes Culturas”: Introdução

Bem-vindos a mais uma série do Feedobem! Outra vez o Ano Novo se aproxima nos lembrando da ciclicidade da natureza. Teremos novos 365 dias para celebrar a vida através de nossa existência. Demarcar o tempo a partir da contagem destes ciclos sempre foi uma marca da humanidade que, ao se tornar autoconsciente, percebeu os momentos da natureza e deu a estes símbolos ideias que se eternizam em celebrações, festivais e reflexões. 

Pensando nisso, o nosso portal preparou uma série de textos para abordar outras tradições de Ano Novo que não conhecemos tão bem, mas que estão presentes ao redor do globo. Esse é o nosso texto introdutório, e nele iremos trazer algumas ideias-chave para a melhor compreensão do que significa o Ano Novo e sua importância para a humanidade.

Inicialmente, é fundamental relembrar que as experiências que vivemos enquanto humanidade são diversas, cheias de nuances e especificidades. Sendo assim, por mais que este novo ciclo seja uma realidade para todos, nossas tradições, crenças e relações com este momento possuem formas tão diferentes quanto as próprias culturas que estão espalhadas pelo globo. 

Você já pensou, por exemplo, como as pessoas na China comemoram o Ano Novo? Será que para eles o dia 31 de dezembro marca, de fato, um novo ano, ou utilizam uma outra forma de demarcação do tempo? Esse é um pequeno exemplo de como essa mesma experiência pode ser vasta e tão distinta quando comparamos culturas humanas. E olhe que não estamos comparando com outras civilizações do passado, que também conheciam perfeitamente o movimento de translação da Terra e celebravam novos ciclos!

Dança do dragão no Ano Novo Chinês
A vibrante dança do dragão é uma tradição marcante do Ano Novo Chinês.

Como e por que celebramos o Ano Novo?

Para alguns, entretanto, o Ano Novo é apenas mais uma data no ano. O ceticismo materialista aponta que não há nada demais na data, que nada objetivamente muda com a virada do dia 31 de dezembro para 01 de janeiro, e que, a rigor, a única função do Ano Novo é criar uma contagem artificial do tempo. De fato, em parte esse é um ponto de vista válido, afinal, nada muda de um dia para o outro, seja na vida humana ou na natureza. De um ponto de vista estritamente racional, o Ano Novo é, realmente, um dia como outro qualquer, possuindo as mesmas 24 horas, tendo dia e noite, e nada especial ocorre na natureza nessa passagem.

E sim, a marcação dessa data é um tanto quanto artificial, afinal, tudo depende de onde demarcamos o que é, de fato, o primeiro dia do ano. Logo, o calendário que usamos é uma convenção cultural do Ocidente, tanto na marcação das suas datas como no ano em que estamos. Não por acaso, em outras culturas o dia do Ano Novo é outro, assim como o mês e também o ano em que aquele povo celebra esse dia. Logo, desse ponto de vista o Ano Novo é, de fato, uma “invenção” da cultura humana.

Porém, a vida é mais simbólica do que lógica. Mesmo que não mude nada saber que mais uma vez completamos uma volta ao redor do astro-rei, o símbolo desse retorno ao ponto de partida é único, belo e nos remete a um outro plano de consciência, no qual as ideias, que são abstratas, ganham forma através de celebrações e formas de viver. Por isso, celebramos pelo símbolo!

Um globo terrestre mostrando diferentes calendários culturais ao redor do mundo
A diversidade cultural refletida em diferentes formas de marcar o tempo.

Frente a isso, cabe destacar que estamos mais do que acostumados com fogos de artifício, música, muita comida e bebida para marcar a virada do ano aqui no Brasil. Isso também faz parte das comemorações em boa parte do mundo, mas não da mesma forma. Como apontamos, muitos países sequer comemoram no mesmo dia em que nós celebramos, uma vez que há diferentes calendários, diferentes culturas, diferentes tradições e significados.

Cada cultura segue seus próprios costumes, que evoluem, mudam, e se adaptam aos novos tempos. Muitas vezes, essas culturas se misturam, e acabamos incorporando uma série de superstições na virada de ano que sequer sabemos de onde vêm ou quais são seus significados, mas que guardam a mesma ideia de um ano melhor a partir de 01 de janeiro. 

Pessoas pulando ondas no Réveillon em uma praia brasileira
A tradição brasileira de pular ondas na virada do ano.

Um bom exemplo disso está na nossa própria tradição brasileira. Pular as setes ondas do mar é, na verdade, uma tradição das culturas de matriz africana e que foi incorporada no Brasil a partir do emaranhamento cultural destes povos com o cristianismo. Junto a eles também há a tradição dos caroços de romã que temos que carregar conosco, ou a cor da roupa que vestimos. No fundo, todos esses elementos nos remetem a renovação e a esperança por um novo ciclo de sucesso e aprendizado, com novas oportunidades, novas descobertas e realizações.

Uma pequena introdução às celebrações de Ano Novo pelo mundo

Falaremos agora sobre as tradições de Ano Novo. Historicamente, grande parte da cultura humana adotou o calendário mais difundido no mundo, o gregoriano, inaugurado pela igreja católica em 1582, como a base da contagem do tempo em nossa era. No mundo globalizado em que vivemos, praticamente todas as culturas humanas o seguem, apesar de religiões e tradições distintas da cristã usarem outros calendários.

Mas tratando do calendário gregoriano, ele se baseia na atividade do sol e das estações do ano, e mesmo em países que não seguem as tradições cristãs, é bastante conhecido e também utilizado não oficialmente. É através dele que sabemos que estamos prestes a entrar em um Novo Ano.

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O calendário Hindu, por sua vez, não é apenas um, mas, trinta. Na Índia, adotou-se essa forma de unificar as diferentes contagens do tempo que variam de região para região, e que consideram festas hinduístas, budistas, jainistas e islâmicas, principais religiões encontradas no país. Sua comemoração equivalente ao ano novo no ocidente é o Diwali, ou “Festa das Luzes”.

Decorações de velas no Diwali
Velas decorativas iluminando o ambiente durante o festival de Diwali na Índia.”

Apesar de comemorado em três datas diferentes na Índia e em outros países como o Nepal, o significado é o mesmo, e as celebrações são parecidas. Trata-se de um momento para purificar-se através da chama das velas que decoram tudo que se vê, e para se afastar o mal jogando na fogueira o que representa doenças e qualquer tipo de impureza. Também é comum em alguns lugares, desenhar pegadas pela casa, até a porta do quarto de cada morador, simbolizando a entrada dos Deuses naquele lar.

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Em Israel e para os judeus de todo o mundo, entretanto, em setembro de 2020 foi recebido o ano de 5781, que é contado a partir do Rosh Hashaná, que seria a data da criação do universo, quando Deus colocou no mundo Adão e Eva. As festas costumam ser envoltas em paz e reflexão a respeito de tudo que foi vivido no ano que se encerra, para que seja possível aprender e construir um ano novo de maneira mais sábia.

Mesa tradicional de Rosh Hashaná
Uma mesa tradicional judaica para o Rosh Hashaná, com alimentos simbólicos.

Já na China, o evento dura em torno de duas semanas e a data, para nós que usamos o calendário ocidental, muda todo ano, já que lá se seguem as fases da lua em relação ao movimento do sol. Durante esses quase quinze dias, os chineses, e outras populações asiáticas que também adotaram esse método, fazem uma grande limpeza e reorganização em suas casas, pagam dívidas, e consertam tudo o que consideram que precisa ser renovado no novo ciclo. Além, é claro, de muita dança, cores e festividades cheias de energia.

Embora possamos encontrar mais e mais formas de tornar Sagrada a passagem do ano ao redor do mundo, não iremos muito além de descobrir que a mensagem que se busca receber e transmitir é muito semelhante. Ao encerrar um ano, esperamos que o próximo seja próspero.

Celebrações de Ano Novo ao redor do mundo com fogos de artifício
O espetáculo universal dos fogos de artifício na virada do ano.

Se pudermos aprender um pouco com cada uma das tradições mais conhecidas, vamos refletir a respeito do que fizemos no ano que passou e qual foi nossa responsabilidade em tudo que experimentamos nos últimos meses, para que possamos nos purificar de todo o mal que nos envolve, assim como os judeus, atrair as Virtudes dos Deuses para dentro de nós, como os hindus, e nos esforçar para que o próximo ano comece sem tantos problemas não resolvidos do ano anterior e tenha um excelente recomeço, assim como os chineses.

Gostou dessa pequena viagem por todas essas culturas? Não se preocupe, cada uma delas terá um texto exclusivo para abordarmos com mais profundidade as suas nuances e símbolos! Por isso, não percam os próximos textos da nossa série de Ano Novo! Aguardamos todos vocês!

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