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Um mistério moderno não revelado: As aparições de Fátima

Você já ouviu falar sobre as aparições de Fátima? Esse é um dos maiores mistérios dos últimos séculos de nossa história, sendo responsável por tornar três jovens a condição de santos na Igreja Católica. Para entender o que aconteceu, porém, precisamos voltar no tempo, até o ano de 1917, e enxergarmos a vida dessas crianças: Lúcia, Jacinta e Francisco.

Os três jovens eram pastorinhos na pequena região de Fátima, em Portugal. Sendo da mesma família (Jacinta e Francisco eram irmãos e Lúcia era prima de ambos), as crianças viviam uma vida comum, ajudando seus pais na condução do rebanho e tendo uma vida religiosa. A vida dos três começou a mudar quando passaram a ter visões, ou “visitas”, de anjos e da própria Nossa Senhora. Inicialmente, tais aparições ocorriam em seus sonhos, trazendo mensagens e pedidos de oração. Por serem jovens, naturalmente ninguém lhes deu a devida atenção quando relatavam que sonhavam com os anjos. 

De acordo com as memórias de Lúcia, a única das crianças que chegou à fase adulta, cada uma tinha um modo de se relacionar com esses seres Divinos. Ela, por exemplo, conseguia não apenas enxergar Nossa Senhora, mas também ouvir suas palavras e respondê-la, enquanto os outros podiam apenas enxergar e ouvir. Ainda assim, por mais insistente que fossem, seus pais e o próprio padre da cidade compreendiam que tudo não passava da imaginação fértil das crianças.

O tempo continuou a passar e no dia 13 de maio de 1917, durante o trabalho dos pastorinhos, uma figura feminina veio ao encontro dos jovens. De acordo com os relatos das crianças, a mulher que se apresentava como Nossa Senhora brilhava mais que o Sol, o que revelava sua natureza Divina. Essa seria a primeira aparição de Fátima, realizada para os três jovens de maneira simultânea e em estado de vigília, ou seja, acordados. Esse relato, por si só, já seria fantástico, mas apesar de ser mais “contundente” do que as aparições em sonho, ninguém acreditou nas crianças.

A Nossa Senhora, de acordo com Lúcia, pediu-lhes que rezassem pelo mundo, que a guerra se aproximava do fim (lembremos que nesta época ocorria a I Guerra Mundial), mas que se a humanidade não buscasse se renovar, voltando-se para a bondade, uma nova guerra começaria muito em breve. Para os estudiosos do fenômeno de Fátima, entende-se o aviso de Nossa Senhora como uma profecia sobre a II Guerra Mundial, que ocorreu duas décadas mais tarde.

As aparições continuaram a ocorrer na vida dos jovens pastorinhos. Em uma dessas aparições, inclusive, a Santidade teria dito que Jacinta e Francisco não viveriam muito, pois Deus os queria ao seu lado. Essa também foi vista como uma profecia que se realizou, pois os irmãos morreram entre 1919 e 1920, provavelmente em decorrência da gripe espanhola que já assolava a Europa. 

Apesar disso, ao longo de 1917 somaram-se seis aparições, nas quais a mais famosa é a última. Nela, ocorreu o misterioso “Milagre de Fátima”, um evento que por si só já chamaria a atenção de qualquer um de nós. Tudo começou após a insistência das crianças quanto às aparições que presenciaram. O que era encarado como um factoide fruto da imaginação de crianças religiosas passou, aos poucos, a ganhar a curiosidade da região. Assim, após cinco aparições, a Nossa Senhora anunciou aos jovens que faria uma última visita a eles e que dessa vez se mostraria à população que os acompanhasse. E assim, no dia 13 de outubro, na região da Cova da Iria, cerca de 50 mil pessoas se reuniram para presenciar o milagre.

O que se relata é algo que devemos levar em consideração. Sejamos nós crentes ou não, ainda hoje diversos críticos não conseguem achar explicações para o que foi presenciado. Sendo assim, devemos considerar que o fenômeno visto e relatado pelas pessoas naquele 13 de outubro de 1917 como um milagre. Entendamos, antes de tudo, que a palavra “milagre” remete a qualquer fenômeno natural que não conseguimos explicar, através da nossa racionalidade ou ciência.

Dito isso, nos conta a história que na Cova da Iria estava uma multidão de pessoas sob uma forte chuva. Os pastorinhos, colocados à frente do povo, iniciaram suas orações e, como das outras vezes, avistaram nitidamente a Nossa Senhora à sua frente. Somente eles puderam ver e ouvir a Santidade, que lhes falou ser, em verdade, Nossa Senhora do Rosário e que ali deveria ser erguido um templo em sua homenagem. Ao mesmo tempo em que os pastorinhos enxergavam a Santa, a multidão percebeu que a chuva torrencial que caía na região cessou e dentre as nuvens saía uma forte luz do sol. 

O astro-rei logo se fez presente, mas sua luz, quando olhada diretamente, não cegava as pessoas. Além disso, ele se movimentava de maneira estranha, fazendo zigue-zagues em uma grande velocidade. Esse fenômeno, segundo alguns relatos, também foi avistado por pessoas que não estavam no local. Outro ponto misterioso do milagre de Fátima foi o fato de que, após alguns segundos fazendo esse movimento, o Sol voltou ao seu centro e as roupas das pessoas, encharcadas devido à chuva, haviam secado completamente.

Apesar de ser um fenômeno marcante, presenciado por milhares de pessoas, há diversos contestadores dessas aparições, sugerindo que tudo não passou de uma grande farsa. Apesar das polêmicas e controvérsias, não pretendemos adentrar nesse assunto, pois muito do que se fala são especulações sem, de fato, provas concretas.

O fato é que até os dias atuais, não sabemos explicar o que ocorreu naquele dia. Para os religiosos, a única explicação é o milagre. Não por acaso, em 2017 os três pastorinhos foram reconhecidos como santos pela Igreja Católica. Lúcia, a única das três crianças que teve uma longa vida (viveu até os 97 anos, morrendo em 2005), ainda teria recebido outras visitas da Nossa Senhora. Em uma delas, a Santidade teria lhe revelado o terceiro segredo de Fátima. O primeiro teria sido a previsão da II Guerra Mundial e o segundo a morte prematura dos irmãos Francisco e Jacinta. O terceiro, porém, foi guardado em segredo pelo Vaticano até os anos 2000, e falava de um atentado contra clérigos e o próprio Papa. A interpretação feita, na época, fala que essa profecia se referia ao atentado sofrido pelo Papa João Paulo II, ocorrido em 13 de maio de 1981, exatamente 64 anos depois da primeira aparição de Fátima.

Podemos notar, portanto, que o milagre de Fátima abre margem para uma importante reflexão que todos nós devemos fazer: não conhecemos praticamente nada do Universo, e, mesmo que o que chamamos hoje de milagre tenha uma explicação, ainda assim não sabemos qual é. Nossa limitação frente às leis da natureza é grande e o mecanismo do Universo é tamanha que, provavelmente, os Seres Humanos do futuro vão olhar para a nossa ciência e zombar, tal qual fazemos atualmente com as antigas civilizações e seus Deuses. Frente a isso, nos cabe exercitar a humildade e notar que, de fato, pouco sabemos frente a esses mistérios. A maior sabedoria que podemos atingir, neste sentido, é compreender profundamente o significado da frase de Sócrates: “Só sei que nada sei”.

Se levarmos essa ideia a fundo, notaremos que, de fato, o mais correto é assumir nossa limitação frente a assuntos que não conseguimos enxergar sua verdade. Desse modo, se aceitamos essa triste verdade, podemos olhar para o milagre de Fátima, e tantos outros relatados na história, e aceitá-los como parte de um mistério que ainda não somos capazes de solucionar. Os Santos, no fim, talvez sejam pessoas que, conscientes ou não, conseguiram entrar em contato com tais mistérios e, cada um à sua maneira, os revelou ao mundo.

Mesmo que não sejamos pessoas religiosas, isso não nos impede de aceitarmos tais ideias. No fundo, não se trata de crer ou não na existência de Deus ou de qualquer outro nome que queiramos dar, mas de aceitar nosso lugar no Universo e perceber que há forças acima e abaixo de nós. Podemos nos sentir fortes, por exemplo, perante uma formiga que rasteja no solo e, quando comparada ao nosso tamanho, é praticamente irrelevante. Do mesmo modo, ao nos colocarmos do lado do Sol, somos infinitamente menores e menos relevantes ao Cosmos do que o nosso astro-rei. Saibamos, por fim, nos sentirmos pertencentes dessa natureza e dos seus mistérios, para que possamos, aos poucos, adentrar nos enigmas que nos cercam e compreendê-los um pouco mais, seja por meio da Ciência ou da Religião.

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