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Série “Os Espíritos Elementais da Natureza”: Elementais do Ar

Você já percebeu que nossos sentidos têm um certo limite? Nossa compreensão de mundo necessita das nossas percepções e, como bem sabemos, elas não captam todos os fenômenos e aspectos da Natureza. Assim, gostemos ou não, há um amplo número de elementos no cosmos que não somos capazes de enxergar, sentir, ouvir, cheirar ou tocar. Como já vimos na introdução desta série, a Vida tem múltiplas formas de expressão e, de acordo com diversas Tradições, há seres que habitam em planos sutis da Natureza, muitos dos quais não podemos ver.

Considerando esse aspecto, hoje falaremos de mais um grupo de “Elementais”: os que habitam o Ar. Vale lembrar que não estamos nos referindo especificamente ao Ar físico, esse que respiramos e que nos circunda a todo instante, mas sim ao Elemento Primordial que junto com a Terra, a Água e o Fogo formam todo o Universo. 

Feitas essas considerações, vamos conhecer um pouco mais desses Elementais da Natureza. Segundo a Tradição Esotérica, a grande maioria dos seres que vivem no Ar seriam os Silfos e os Elfos. Apesar de serem relativamente conhecidos, principalmente os elfos, provavelmente a imagem que temos deles são bem distintas das que as Antigas Civilizações nos legaram. Mas vamos compreender cada um desses seres com calma.

O primeiro deles, os “Silfos”, tem esse nome devido ao som produzido pelas harpas dos Antigos Povos Gálicos. Por viverem exclusivamente no Ar, sua principal característica é o movimento. Muito velozes, os silfos seriam capazes de se deslocar facilmente e por isso, seriam invisíveis aos nossos olhos. Além disso, sua estatura seria pequena, de poucos centímetros. Quanto à sua aparência, fala-se que apenas a cabeça pareceria com a de um Humano, enquanto o resto do seu corpo teria um aspecto animal. Além disso, possuem asas – as grandes responsáveis pelo seu ágil deslocamento.

No entanto, a Tradição pouco nos diz sobre outras características dessa criatura. Uma das principais fontes acerca dos Silfos veio do Alquimista Medieval Paracelso que os descreve como seres Belos e que estão próximos de pessoas Sonhadoras e Criativas, tal qual Menestréis e Artistas. Os silfos ainda seriam travessos e Alegres e, tal qual os outros Elementais que já abordamos em nossa série, não teriam um senso moral. Assim, suas brincadeiras poderiam prejudicar ou ajudar os Seres Humanos que conseguissem entrar em contato com eles.

Observando do ponto de vista simbólico, os silfos representam uma característica fundamental da Vida: o movimento. Costuma-se falar que quando não há mais movimento, interno ou externo, o fluxo da Vida cessou. Devemos lembrar que nesse aspecto o movimento está associado à Energia, e talvez por isso, esses seres, segundo Paracelso, ficariam próximos às pessoas criativas. Afinal, a Criatividade pressupõe movimento, seja intelectual ou físico. Nada se cria sem se movimentar e, sendo assim o Ser Humano que detém essa qualidade sempre se coloca em movimento.

Já o outro Elemental que habita o Ar, os “Elfos”, é uma criatura bem “conhecida” em nosso imaginário. Logo, viraram personagens de filmes e livros, e até jogos de RPG. Mas os elfos despertaram a atenção dos Seres Humanos já na Antiguidade. Mais uma vez, porém, a imagem que nos foi trazida, a partir das séries de TV e outros meios de entretenimento, não faz jus ao que as Tradições relatam sobre eles.

O nome elfo deriva da palavra celta faeries e a História nos revela que esses seres seriam muito pequenos, ainda menores que os silfos. Eles habitam o Ar, mas seu habitat natural seria o interior da corola das flores e sua principal função seria a manutenção da Vida delas. Algumas Lendas Antigas falam que em cada planta habita um elfo, que nasce no momento em que a semente germina. Essas pequeninas criaturas regem o crescimento do reino vegetal e estão totalmente susceptíveis ao que acontecesse com as plantas.

Ainda segundo a Mitologia, os elfos assumem a aparência Humana, mas com um aspecto antropomórfico, ou seja, também têm características de animais. Uma delas – e a mais distinta – seriam suas asas que, tal qual os silfos, fazem com que eles se movimentem rapidamente pelo Ar. Entretanto, os elfos, como protetores das flores e do mundo vegetal, jamais se afastam muito do seu ambiente e, segundo conta a Tradição, eles têm como espaço delimitado o perfume das flores. Assim que não se sente mais o perfume, já não há mais nenhum elfo naquele local.

Eles são bem afeiçoados a nós, Humanos, por isso muitas vezes gostam da nossa presença e nunca nos prejudicam. Seria esse o motivo para parecerem tanto conosco, pois os elfos podem assumir o aspecto de outros seres da Natureza. No geral, representam a Alegria e a Graça da Natureza, desempenhando um aspecto Benéfico e Protetor do reino vegetal. De acordo com Lendas Medievais, os elfos possuem ainda Poderes Curativos, fazendo o papel de auxiliares de médicos e curandeiros. Se levarmos em consideração que, na Idade Média, grande parte dos remédios eram extraídos diretamente da Natureza, principalmente ervas e outras plantas, não é de se estranhar que havia uma associação entre a Arte da Cura e essas pequenas criaturas que estariam dentro das flores.

Essa é, no mínimo, uma imagem bem distinta dos elfos que são retratados nos filmes, não é mesmo? Ao longo da nossa História, essa visão acerca dos Elementais do Ar foram sendo ressignificadas e hoje pouco resta dessa descrição. Comumente o vemos como Valentes Guerreiros da floresta, Protetores da Natureza e Habilidosos arqueiros. Porém, ainda são preservados os principais símbolos desses seres. Pensando sobre isso, é interessante refletirmos como as formas com as quais descrevemos as Lendas, acontecimentos e outros elementos de nossa Tradição mudam com o tempo, porém ainda se preserva a Essência dessas Lendas e Mitos.

Dessa forma, talvez não nos seja interessante sabermos o real tamanho de um silfo ou elfo, ou ainda se carregam arcos, espadas ou nada, em suas mãos. Mas o que importa é o Símbolo que esses seres carregam frente à Natureza. Considerando isso, quem sabe ao admirarmos uma flor, em nosso jardim, não possamos, mesmo que por um instante, acreditar que ali é o lar de um pequenino elfo e que este, com suas inúmeras Habilidades, cuida para que a flor expresse o máximo de sua Beleza.

Olhando sob essa perspectiva, a Natureza passa a ser algo Vivo e Dinâmico e que em todos os seus aspectos há Energia e Vida ocorrendo a cada instante. Assim, jamais poderemos pensar em um Universo estático no qual tudo é “sempre igual”. Ao contrário, passaremos a constatar que em tudo há movimento e, portanto, nós, como Seres Humanos, deveríamos estar igualmente nos movimentando e buscando Evoluir. Se pensarmos desse modo, pouco importará se elfos, sereias e gnomos existem ou não, pois todos eles são, acima de tudo, Ideias que regem o Mundo e que, em algum grau, temos relação com isso. Talvez essa seja, por fim, a verdadeira Beleza que precisamos enxergar nessas fascinantes criaturas Mitológicas.  

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