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Série: desvelando o Tarot Egípicio – Parte I

Provavelmente você já ouviu falar de Tarot. Aquele famoso baralho em que se acredita poder mostrar o futuro ou nos avisar sobre um problema que vem ocorrendo em nossa vida. Não desejamos entrar em polêmicas, mas devemos considerar que ter um conhecimento que possa prever nosso futuro é uma hipótese, no mínimo, chamativa. Afinal, quem não gostaria de obter um conhecimento desse nível? Dificilmente alguém se recusaria a saber sobre o futuro, porém, há algo ainda mais interessante sobre esse assunto: a nossa capacidade de buscar conhecimento para além de uma explicação racional.

Pensando nisso, podemos refletir sobre o conhecimento e seus caminhos. Nas antigas civilizações, por exemplo, o conhecer era algo Divino. Nos sobram relatos sobre oráculos, videntes e cultos a Deuses que traziam informações dos céus até os Humanos, sendo esta a principal e mais confiável fonte de informações. Na Grécia, por exemplo, o Deus Hermes, também conhecido como o Deus mensageiro, era responsável por fazer essa ligação entre Deuses e Homens. Uma outra Divindade que estava ligada ao conhecimento na cultura grega eram as nove musas, filhas de Zeus com Mnemosine. Elas inspiravam e falavam pela boca e letra dos artistas, dando a esses homens e mulheres a chance de acessarem informações que somente os Deuses tinham. Além disso, não são incomuns os relatos de que os Deuses apareciam em sonhos para os Humanos e os revelavam segredos e profecias.

Sendo assim, a vontade de querer conhecer o que há por trás do que podemos ver é mais antiga do que o próprio Ser Humano. O Tarot, que comumente conhecemos como o desenvolvido na renascença, está muito além do que um jogo de cartas em que busca-se fazer previsões. Em verdade, o Tarot, contam algumas fontes, tem uma origem muito anterior ao século XIV, sendo uma tradição egípcia. Seu papel também estava muito ligado a um conhecimento Sagrado e Simbólico, que guardaria uma Sabedoria Divina e que não deveria ser de acesso a qualquer pessoa, uma vez que o saber também é uma arma perigosa.

A grande percepção dos egípcios acerca do seu Tarot foi utilizar uma linguagem simbólica, muito diferente de algo racional e que, ao cair nas mãos erradas, poderiam ser facilmente decifradas. Utilizando símbolos e emblemas foi possível velar o conhecimento e, ao mesmo tempo, tratar de ideias profundas, das quais nunca conseguiríamos traduzir em palavras ou equações exatas. De igual modo, seu intuito nunca foi o de revelar o futuro, essa já é uma visão essencialmente moderna. Na verdade, o papel do Tarot egípcio era o de guardar conhecimentos profundos, por isso apenas os grandes sacerdotes da religião egípcia podiam manejá-los e fazer sua interpretação.

É comum, entretanto, ouvirmos dizer que Tarot e outras formas de buscar o saber são, essencialmente, um charlatanismo que se aproveita da fragilidade das pessoas. Apesar de existirem inúmeros casos a respeito desta questão, a opinião sobre estes conhecimentos ocorre dessa forma porque atualmente achamos que o conhecimento só é válido quando está ligado a um processo mental, uma questão física e lógica que envolve a experiência, a técnica e a teoria. Desenvolvemos raciocínios complexos para explicar os fenômenos à nossa volta e isso nos levou a uma alta tecnologia e a uma compreensão do mundo. Mas será que o conhecimento está limitado à mente e seus processos? Não existiria um outro modo de compreender o mundo e chegar à Sabedoria?

Investigando sobre essas perguntas, podemos compreender que uma boa parte da nossa formação de conhecimento se dá, de fato, através da razão. Uma característica importante nesse processo de aprender pela lógica é o contraste, uma vez que ao separar os diferentes objetos eu posso compreendê-los e definir o que são cada um. Para simplificar, pensemos no seguinte exercício: imagine uma bola vermelha. Nossa mente irá ser condicionada a uma cor e a um formato a partir de negativas, pois uma bola vermelha não pode, por exclusão, ser azul ou qualquer outra cor.

Nesse mesmo exemplo, se pudéssemos tocar nessa bola sentiríamos se ela é áspera ou lisa, mas nunca seria as duas coisas ao mesmo tempo. Logo, para conhecermos alguma coisa através da razão precisamos excluir uma série de outras possibilidades.

Entretanto, quando falamos de Deus, ou  do Amor, da Beleza, da Justiça, e de tantas outras Virtudes Humanas, elas não existem dentro da exclusão. Se dizemos, por exemplo, que Deus está em tudo, como pode a mente compreendê-lo? Simplesmente não pode. Por isso que existem os símbolos, para sintetizar ideias e representar um conhecimento que nossa mente racional não é capaz de alcançar. 

Visto isso, no Antigo Egito tinha-se a noção de que o conhecimento não chegaria ao Homem apenas por um processo mental, ou seja, através da lógica. Existiam então, para além de ideias que se relacionam, símbolos que possibilitavam acessar uma outra realidade, que era muito sutil e, ao mesmo tempo, próxima da Verdade. Para tanto, conta um antigo mito que o Deus Thot, Divindade relacionada ao conhecimento, teria escrito os primeiros símbolos egípcios e teria presenteado a Humanidade com esse saber. Assim teria nascido, segundo o mito egípcio, a escrita e os hieróglifos. 

Esse mito também está relacionado com o Tarot egípcio, uma vez que algumas fontes dizem que as cartas foram feitas pelo próprio Deus Thot. Uma “prova” dessa relação seria a proximidade das palavras, apesar de não sabermos ao certo a origem da palavra “Tarot”, pois a sua etimologia perdeu-se com o passar do tempo. Podemos, entretanto, apontar que sua palavra pode derivar de Thot, dadas as suas semelhanças. Sendo similares ou não, o fato é que o papel desses emblemas na cultura egípcia tinha como objetivo guardar, de maneira velada, importantes conhecimentos sobre o mundo, o Ser Humano e o seu papel na Natureza.

Pensando nisso, a Feedobem está desenvolvendo uma série de textos que buscam ajudar a entender melhor essas cartas egípcias e seus significados. Nosso intuito é o de explicar as cartas e os seus símbolos, tentando traduzi-los em nossa vida cotidiana. Portanto, fique conosco para essa jornada em torno dos símbolos egípcios e não perca as próximas postagens!

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