O Ramayana: A Ponte entre o Humano e o Divino

A humanidade produziu, ao longo de milhares de anos, belas pérolas de sabedoria. Cada civilização, ao seu modo, deixou um legado para toda a história de nossa espécie. Alguns, como os romanos, deixaram as leis e a ideia de Estado baseado na justiça; os gregos, o pensamento filosófico e a busca racional pela verdade; os egípcios, o mistério e grandes obras que desafiam o nosso entendimento até hoje; os hindus, dentre várias contribuições belíssimas para esse colar de saberes da humanidade, nos deixou o Ramayana, a mais profunda epopeia da literatura universal.

Para aqueles que não têm contato com a cultura da Índia antiga, colocar o Ramayana em tão considerada posição pode parecer um exagero. Entretanto, garantimos que não há demasiada valorização desta obra em nossas palavras e provaremos isto ao longo do texto. Primeiramente, o Ramayana é um dos poemas mais antigos da humanidade e um dos mais extensos e profundos também. Com 24.000 versos, atravessou milhares de anos para chegar até nós, inicialmente por transmissão oral desde um período anterior ao que se conhece da Índia antiga, depois por manuscritos de papiro, depois por impressos, e hoje em versões digitais para tablets e smartphones. Em linguagem simbólica, essa obra fala da grande jornada que todos nós trilhamos.

Para além do seu aspecto filosófico, o Ramayana ocupa um lugar central e inestimável na cultura hindu, tanto por seu valor religioso quanto por sua influência duradoura nas esferas social, ética e artística do subcontinente indiano. Composta por Valmiki, um mítico poeta que compilou todos os versos dessa sagrada história, o Ramayana não é apenas uma epopeia literária, mas também um guia moral, espiritual e filosófico que transcende as fronteiras do tempo.

A história do príncipe Rama, avatar do deus Vishnu, que enfrenta uma série de desafios para resgatar sua esposa Sita das mãos do demônio Ravana, é narrada com uma profundidade que vai além do simples enredo heroico. Cada capítulo carrega consigo lições sobre cumprir com o seu dever, o que na tradição hindu entendemos como o Dharma de cada pessoa. Há também lições sobre lealdade, honra e retidão, servindo como um modelo de conduta pessoal e coletiva para milhões de hindus. A maneira como os personagens são retratados, com virtudes e falhas humanas, permite que os leitores se identifiquem com suas jornadas, tornando o texto uma ferramenta pedagógica e espiritual desde os tempos antigos até os dias de hoje.

O Ramayana, entretanto, não pode ser visto como um livro religioso, que delimita a cultura hindu e seus aspectos divinos. A bem da verdade, no campo cultural, o Ramayana exerce profunda influência na formação da identidade cultural dos povos de todo o sul da Ásia, sendo recitado, encenado e reinterpretado em diversas línguas e formas artísticas, como o teatro, a dança e o cinema. 

Em muitas regiões da Índia e do Sudeste Asiático, como Tailândia, Indonésia e Camboja, a narrativa do Ramayana foi adaptada para refletir costumes locais, preservando o núcleo ético e simbólico da história, moldando-se às tradições locais. Isso demonstra a maleabilidade e a universalidade de seus ensinamentos, que continuam a ressoar em diferentes contextos históricos e culturais. Festivais como o Dussehra e o Diwali, por exemplo, que celebram momentos-chave da epopeia, reforçam sua presença viva no cotidiano da população, unindo práticas devocionais à celebração coletiva da vitória do bem sobre o mal. Assim, o Ramayana atua como um elo contínuo entre o passado e o presente, fortalecendo valores comuns e a coesão social entre comunidades diversas.

Frente a isso, mesmo que não conheçamos ainda profundamente essa história, o Ramayana tem sido uma narrativa fundamental para grande parte do Oriente, e, como veremos, ao conhecer a história de Rama, notamos o quão interessante e atual essa epopeia está. A figura de Rama, como o rei ideal, pautado pela justiça e integridade, é um modelo de liderança que devemos buscar em nossas vidas. As decisões que precisa tomar, muitas vezes cheias de sacrifício e dores pessoais, visam sempre o bem maior, ressaltando o ideal de colocar o dever acima dos desejos pessoais.

Essa ênfase no Dharma inspira não apenas os devotos, mas também estudiosos, líderes políticos e reformadores sociais que buscam orientar suas ações com base em princípios morais elevados. A popularidade contínua do Ramayana só mostra como a obra se mantém relevante como ferramenta de formação ética e identidade cultural. Assim, o Ramayana não é apenas uma epopeia antiga, mas também uma força dinâmica que molda e reflete os valores fundamentais da civilização hindu.

Ramayana

A história começa no reino de Ayodhya, onde habita o povo Kosala, e lá está sendo travada uma batalha mortal entre Deuses, homens e demônios. O jovem príncipe dos Kosalas, Dasharatha, luta ao lado dos Deuses, mas, em um dos enfrentamentos, ele é ferido e quase morre, quando a mais jovem de suas esposas, Kaikey, o salva. Em recompensa, ele promete atender qualquer pedido que ela lhe fizer, mas, como ela já se sentia muito feliz e realizada, ela nega o presente. O príncipe diz, então, que ela deve guardar este pedido para o futuro.

Anos depois, o príncipe é coroado rei de toda a cidade de Ayodhya e oferece ao povo a esperança de uma longa dinastia. Mas o tempo vai passando e ele não consegue ter filhos. Isso o angustia muito, até que ele resolve recorrer aos Deuses.

Na dimensão dos Deuses a situação era muito complexa, em razão de algo que havia acontecido há cerca de dez mil anos: um demônio da raça dos Rakshasas chamado Ravana, que era um dos piores seres que existia, dotado de dez cabeças e de dez pares de braços, sentou-se no alto de uma montanha junto com seus dois irmãos, fez um pedido a Brahma e ficou por dez mil anos fazendo sacrifícios pessoais a fim de ser atendido pelo criador de todas as coisas.

A cada mil anos, ele cortava uma de suas cabeças e a colocava no altar sacrificial e continuava em meditação. Quando haviam se passado nove mil anos, nem mesmo Brahma pôde ignorar tamanho sacrifício, insistência, e constância, foi então que resolveu atender ao pedido de Ravana e seus irmãos.

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Ravana pede a Brahma que nenhum Deus e nenhum demônio fossem capazes de matá-lo; já seu irmão Vibhishana, que apesar de também ser um Rakshasa, era um ser muito nobre, pede que nenhum de seus desejos se desvie da grande lei que rege todas coisas do Universo, o Dharma. Brahma atendeu o pedido de Ravana e o de Vibhishana, mas ao outro irmão, Kumbakarna, não lhe permitiu nem chegar a fazer o pedido, determinando que entrasse num sono profundo e que só acordasse um único dia a cada ano, quando poderia devorar tudo que estivesse diante dele.

De posse desses poderes, Ravana inicia uma batalha interminável contra os Deuses. Como nenhum deles poderia destruí-lo, a cada dia a guerra ficava pior para os Deuses. Até que eles decidiram enviar Narayana, o mais poderoso dos Deuses, à Terra, para nascer como um homem, já que, não sendo nem Deus e nem demônio, o ser humano seria o único capaz de vencer Ravana.

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Esse era o contexto em que o rei dos Kosalas, Dasharatha, implorava aos Deuses para ter filhos. Nesse momento, a necessidade da Terra se encontra com uma necessidade dos Céus, então Narayana, a divindade suprema e una, desce e se encarna nos quatro filhos do rei de Ayodhya. Da esposa mais velha, nasce Rama e da mais nova, Bharata. A do meio, dá à luz aos gêmeos Lakshmana, que se tornou muito ligado a Rama, e Shatrughna, que se tornou muito ligado a Bharata. Cada um dos irmãos encarna um aspecto de Narayana.

Os príncipes cresceram e se tornaram homens muitos virtuosos e admirados por todos, inclusive o respeito que existia entre eles garantia que todos vivessem em grande Harmonia. Desses filhos, o escolhido para a sucessão foi Rama, pois era o mais velho e o que mais apresentava condições de governar Ayodhya com justiça e, assim, garantir a felicidade do povo.

Todos reconheciam isso, inclusive seus irmãos, porém, após tanto dar ouvidos a uma criada que dizia que Rama a expulsaria do reino quando assumisse o trono, Kaikey passa a pensar que seu filho, Bharata, havia sido preterido do trono e fica tomada pela inveja e pelo ciúme. Então, ela decide fazer uso daquela antiga promessa que o rei lhe devia, pedindo que Rama seja exilado na floresta por quatorze anos e Bharata assuma o trono.

Apesar da tristeza do rei, dos príncipes e de todo o povo de Ayodhya, Rama aceita o seu destino de forma muito serena, pois entendia que havia uma Lei, uma promessa, e isso teria que ser cumprido. Ele entendia que cada vez que uma promessa era rompida, isso gerava uma desarmonia em todo o Universo, e se os homens não cumprem com suas promessas, as marés, a terra e os astros também podem abandonar o seu papel no equilíbrio cósmico.

Essa humildade de Rama de se curvar ao Dharma, a essa Lei Universal que rege tudo o que existe, é onde está o segredo de seu poder, assim como a relva que se dobra aos ventos e não é levada por eles.

Dessa forma, Rama, sua esposa Sita e Lakshmana, seu irmão mais novo, vão para a floresta em exílio. Nesse momento, Dasharatha morre e Bharata assume o trono. Durante os 14 anos do exílio, Lakshmana não dorme, para poder servir ao seu irmão, velando pelo seu sono.

No último ano do exílio, Rama estava passando perto de uma ilha chamada Lanka, lugar paradisíaco onde morava Ravana, o demônio que lutava numa batalha interminável com os Deuses. A irmã de Ravana, ao ver Rama nos arredores, apaixona-se por ele, mas sua fidelidade à Sita, sua esposa, é muito sólida. Vendo que não conseguiria nada com Rama, a demônia tenta uma aproximação com Lakshmana, que também a rejeita. Enfurecida e enciumada, ela chama o exército de Ravana para destruí-los. Mas Rama vence todos.

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A demônia volta para casa, enfurecida, e conta tudo a Ravana, e ainda diz que a mulher desse homem que derrotou seu exército era muito bonita, e que Ravana deveria possuí-la. Sentindo-se desafiado e cheio de más intenções, Ravana manda que um de seus demônios vá até eles numa forma de corsa dourada. Quando o animal passa correndo diante deles, Sita admira a beleza da corsa, então Rama decide ir em busca do animal para presentear a sua amada.

Porém, quando o captura, a presa se transforma em um demônio. Rama mata o demônio, que antes de morrer imita sua voz gritando por socorro. Sita, ouvindo a voz do marido, toma a iniciativa de ir socorrê-lo, mas Lakshmana lhe diz que é perigoso e traça um círculo mágico no chão ao seu entorno e lhe dá ordem para não ultrapassar a linha protetiva, enquanto ele mesmo iria em socorro de Rama.

Ravana assume uma forma de ancião e vai até Sita. Pede um pouco de água de modo bondoso, como um brâmane, e acaba por convencê-la a sair dos limites do círculo. Desprotegida, Sita é imediatamente capturada e levada em um carro voador para Lanka. Ao presenciar o sequestro, o abutre Jatayu tenta deter o demônio, mas não consegue e acaba ficando muito ferido. Ao retornar para o local do círculo, Rama ouve do abutre tudo o que aconteceu, e sai com seu irmão, imediatamente, em busca de pistas para encontrar Sita.

Durante essa jornada para resgatar Sita, sendo coerentes com suas naturezas divinas, Rama e Lakshmana ajudam vários seres que sofriam injustiças. E um desses que foram ajudados pelos príncipes foi Hanuman, o macaco filho de Vayú, o Deus do vento. Hanuman combate numa guerra para recuperar o trono do Rei Macaco, Sugriva. Após vencer as batalhas com a ajuda de Rama, Hanuman se torna seu fiel companheiro e convence o Rei Macaco a colocar o seu exército contra Ravana, se unindo a Rama no resgate de Sita.

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Hanuman possuía muitos poderes, possuía muita força e era capaz de saltar longas distâncias, dessa forma ele consegue chegar à ilha de Lanka e encontra Sita. Mas ela se nega a ser resgatada sozinha por Hanuman, pois ela percebeu que várias outras pessoas sofriam naquela ilha e não poderiam ser abandonadas. Por conta disso, ela pede que Hanuman transmita a mensagem de que só voltaria se Rama viesse libertar a todos da ilha. Ao saber da mensagem, Rama resolve reunir todos os exércitos de animais e ir até Lanka. Porém, como ele poderia levar todos esses exércitos até essa ilha?

Em conversa com a divindade do “Oceano”, Rama ouve que entre eles havia um macaco chamado Nala, que tinha um poder de lançar coisas concretas na água e que passavam a flutuar. Então, eles resolvem usar o poder de Nala, que, ao jogar pedras na água, vai formando uma ponte que flutua sobre as águas. E, assim, todos os exércitos conseguem chegar até Lanka, e lá começa a guerra.

É interessante observar que a própria geografia assinala uma relação com esta história, visto que o Sri Lanka, local em que originalmente seria o reino de Lanka, está conectado ao subcontinente indiano a partir de uma série de bancos de areia, chamados de “Ponte de Rama”. Assim, o mito e a história se misturam, mostrando como o Ramayana está presente em diferentes aspectos dessa região.

Ravana, diferente de Rama, não assume a frente da batalha e manda seus guerreiros, sendo cada um deles a encarnação de um vício. O general Prahasta, encarnação da cólera com toda intensidade, avança contra os exércitos em um carro composto de mal humor, ressentimentos e maus pensamentos de toda sorte, essa é a energia que move seu carro de guerra.

Quem combate e vence Prahasta é o macaco Nala, aquele que tem o poder de jogar as coisas concretas no mar, fazendo-as flutuar. Nas tradições, o mar representa o mundo material, o mundo dos instintos. Ou seja, aquele que tem o poder de não ser tragado pelos vícios da matéria, é capaz de vencer a cólera.

Quando Ravana presencia a derrota de seu mais poderoso general, resolve acordar seu irmão Kumbhakarna, que, a cada 364 dias de sono, acorda um dia para comer e destruir tudo. É o símbolo da preguiça e da gula. Mas contra ele, Rama usa flechas que lhe foram dadas por um brâmane da floresta. Essas flechas tinham o corpo formado por ervas e a cabeça de prata, isso é representativo da união entre o céu (prata) e terra (ervas). Com essa arma Rama vence Kumbhakarna.

Esta vitória é símbolo da virtude da mística, que é a união entre espírito e matéria, ou seja, a união de um grande sonho com a ação prática. Esta é a arma que nos ajuda a vencer a preguiça e a gula.

A próxima investida de Ravana é mandar seu filho Indrajit, o senhor das ilusões, que podia tomar a forma que quisesse, inclusive ficar invisível. Nessa altura, o irmão de Ravana que era justo, Vibhishana escolhe o lado de Rama e luta contra Ravana, ajudando a identificar Indrajit. Mas esse guerreiro das ilusões é muito poderoso e consegue matar a todos, até mesmo Rama. Somente o macaco Hanuman e o rei dos ursos, Jambavan, ficam vivos.

A batalha já estava totalmente perdida, quando Jambavan lembra a Hanuman da Montanha da Vida, lugar especial onde nasciam plantas capazes de trazer os mortos de volta à vida. Hanuman vai saltando até lá, e traz toda a montanha até o campo de batalha em Lanka, e assim, Rama e todo o seu exército voltam à vida.

No último embate, Ravana desce as escadas diante do seu trono a fim de duelar contra Rama, e nesse entremeio, encontra Kala, o Deus do tempo que destrói todas as coisas. Kala o provoca, lembrando ao demônio que por muito tempo ele conseguiu escapar de seu poder, mas a sua hora havia chegado, já que era impossível vencer o Deus Narayana, que estava encarnado como o homem Rama.

Havia chegado o momento do invencível Ravana ser devorado pelo tempo. Ravana surpreende com sua resposta, dizendo que o tempo só consome as coisas da moda e as coisas da matéria, por isso Kala nunca teria poder sobre ele, pois “Eu morrerei pelo Amor, e o Amor supera todas as coisas”. Com isso, Kala se envergonha e vai embora.

Então, a batalha se inicia, e é muito difícil, mas finalmente Rama consegue decapitar todas as cabeças de Ravana e matá-lo com uma flecha no peito. Com isso, a guerra acaba, mas Ravana surpreende mais uma vez. Antes da batalha final, sabendo que ele morreria, ele havia escrito uma carta para Rama. Nela, ele dizia que não havia sido descuidado ao não pedir proteção contra os homens, na verdade, desde o início Ravana buscou aquele momento. Ele sabia que o grande Narayana nasceria como um homem, e precisaria de algo para que ele se lembrasse da sua natureza Divina.

Por isso, há mais de 10 mil anos, ele havia começado uma guerra. Tudo o que Ravana queria, era poder participar da história de Narayana, e agora que Rama, após vencer a guerra, se recordava que era um Deus encarnado, o Rei Demônio pôde morrer em paz, pois a sua missão também estava cumprida.

Terminada a guerra, Rama resgata Sita e volta para Ayodhya e reina por 11 mil anos.

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Neste épico, como é comum ver nos mais diversos mitos, o protagonista Rama representa o Ser Humano em busca de sua alma, representada por Sita. Assim como Rama, todos nós encarnamos uma essência Divina, mas não somos conscientes dela. Na maior parte do tempo, nos identificamos com nossa parte mortal, com coisas superficiais que não nos mostram nossos verdadeiros potenciais.

Por isso, em nossas vidas, todos encontramos “Ravanas”, que são os desafios, as adversidades que surgem. E por mais que eles pareçam com “demônios”, de tanto medo que nos causam, quando tudo passa, percebemos como essas provas foram importantes para que pudéssemos crescer e conhecer melhor a nós mesmos. É por isso que Ravana vence o tempo e se eterniza sobre a Terra. Sempre haverá um Ravana enquanto existir um homem lutando por Sita, que representa a sua Alma.

Todo o simbolismo presente nesta história prepara um ambiente útil para compreensão profunda de aspectos muito internos de nosso Ser. Ler essa história com um espírito aberto é um exercício de autoconhecimento. Cada ser, cada combate, cada atitude são representativos da nossa jornada. A sabedoria milenar da humanidade nos apresenta um caminho para lidar com uma realidade tão adversa, tão incompreensível e ao mesmo tempo tão rica e promissora, como é este mundo em que vivemos.

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