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Por que precisamos uns dos outros?

Somos seres sociais. Isso não é nenhuma surpresa para nós, concorda? Dizemos isso porque às vezes até mesmo o simples, quando colocado em prática, torna-se complexo. Conviver e administrar relações sociais são, ao mesmo tempo, necessárias e uma das tarefas mais difíceis.

Quem de nós nunca sentiu raiva por alguém “pisar no nosso calo”, ou mesmo acabou sendo rude com um Amigo quando, na verdade, ele pouco ou nada tinha a ver com a nossa irritação? Nesses momentos de estresse, que ocorrem tanto com pessoas do nosso círculo mais íntimo como também com pessoas mais distantes, notamos o quão difícil é manter a Harmonia nas nossas relações sociais.

Por vezes, ainda, caímos na ilusão de pensarmos que podemos viver sozinhos. Que, se fosse possível, viveríamos isolados do Mundo, em nossas ilhas desertas, apenas para não precisar conviver com outras pessoas. Entretanto, desde o nosso nascimento até o nosso último suspiro, estaremos cercados por outros Seres Humanos. É através da convivência que aprendemos tudo, desde o mais básico como andar e falar, até as mais variadas formas de convivência e experiências. Portanto, é inegável o valor da convivência e, acima disso, a cooperação entre os Seres Humanos quando se trata de nossa sobrevivência, ou seja, é algo inerente à nossa espécie e na realização da sociedade.

Frente a essa impossibilidade de vivermos sozinhos, devemos aprender a melhorar nossa maneira de nos relacionarmos. Para isso, é fundamental respondermos a seguinte pergunta: Por que precisamos, realmente, uns dos outros? Será que existe um sentido mais profundo ou tudo se resume a uma imposição biológica?

Refletindo sobre isso, podemos enxergar alguns pontos importantes que estão para além da nossa própria sobrevivência. O primeiro deles é o fato de que cada Ser Humano é um Universo, ou seja, que dentro de cada um de nós, esconde-se um verdadeiro Mundo de emoções, pensamentos, sentimentos e ideias que, gostemos ou não, só pode ser conhecido quando passamos a conviver. Desse modo, pensem nas pessoas mais próximas da sua Vida. Não parece que a cada ano que passamos próximos a elas, conhecemos um pouco mais sobre seu jeito de ver as coisas, de pensar e resolver os dilemas cotidianos? Ao mesmo tempo, por mais que sintamos que já conhecemos muito sobre essas pessoas, existe ainda uma grande parcela a ser descoberta e que podemos aprender ainda mais com elas, não é?

Nesse sentido, a convivência não é apenas um meio de nos relacionarmos uns com os outros, mas principalmente uma fonte inesgotável de aprendizados. Podemos, de fato, aprender muito sobre a Vida apenas observando a maneira como interagimos uns com os outros, com nosso comportamento, e retirar profundos ensinamentos dessas distintas formas de se relacionar. Basta pensarmos, por exemplo, com quantas pessoas nos relacionamos diariamente: desde o colega de trabalho que só damos “bom dia”, até nossos companheiros(as) de Vida, nossa família. Todos eles, quando encarados por essa ótica de ser sempre uma nova descoberta, podem nos ensinar, seja pelos erros, ou pelos acertos, que cometemos todos os dias.

Dito isso, nos cabe refletir sobre algo ainda mais profundo e que, na maioria das vezes, simplesmente deixamos de lado: com qual finalidade eu me relaciono com as pessoas? Essa é, sem dúvida, uma pergunta íntima e que cabe somente a nós mesmos a resposta, porém, pensemos sobre ela. Se, por exemplo, minha única intenção, ao me aproximar de outros Seres Humanos é suprir uma carência ou qualquer outro tipo de necessidade, como será que minhas Amizades e Companhias serão formadas? Será que, tendo como base essa finalidade, poderemos aprender e buscar um sentido mais profundo nessas relações? Entendemos que há uma chance muito baixa disso ocorrer.

Como diz uma das leis herméticas do livro “Caibalion”, “o universo é mental”. Isso significa, a grosso modo, que nossas Ideias vão definir a maneira que enxergamos o Mundo. Assim, à medida que eu me aproximo das pessoas apenas com o interesse de suprir uma carência, notadamente será apenas isso que enxergarei no potencial Humano de cada pessoa que me cerca. Não pensarei, por exemplo, no que posso aprender com o meu Amigo, mas que “brecha” da minha Vida ele irá se encaixar. Infelizmente, nos dias atuais, a maior parte das relações se baseiam nessa percepção, uma vez que as pessoas partem dos próprios interesses e gostos, e não através de uma busca mais profunda em suas relações.

E caso sejamos esse tipo de pessoa, como podemos começar a mudar essa percepção? Um primeiro passo seria, inevitavelmente, alterar não apenas o modo de enxergarmos nossa relação, mas observar se, de fato, as pessoas ao nosso redor também compartilham conosco essa nova visão de Mundo. Muitas vezes, perceberemos que grande parte das nossas companhias foram formadas com base em interesses pouco elevados. Nossas Amizades, por exemplo, foram fruto de compartilharmos o mesmo gosto musical, um mesmo estilo de Vida, a profissão, ou algum outro aspecto que não são, necessariamente, os mais relevantes a partir desse novo ponto de vista.

Frente a isso, não precisamos acabar com tais relações, mas sim expandir nossa percepção junto a ela. Isso significa, em termos gerais, conviver mais e gostar, acima disso, de estar uns com os outros. Nesse sentido, nossas Amizades ganharão um brilho mais especial, pois nossos amigos, por exemplo, serão não apenas boas companhias, mas também um caminho de aprendizado. É certo, porém, que conviver mais e de maneira mais profunda exigirá, principalmente de nós, uma capacidade maior de Harmonia. É possível, inclusive, que nesse novo caminho percebamos quem, de fato, deseja ser um verdadeiro Amigo e quem, por vezes, está próximo de nós apenas por uma carência, assim como outrora também estávamos.

Visto isso, devemos aplicar a Justiça em nossas formas de nos relacionarmos para aprendermos a separar quem, de fato, são nossos Amigos daqueles que não são. Considerando esse aspecto, também é justo aprendermos que nem todos participarão igualmente da nossa Vida, pois existem diferentes níveis de relacionamentos. Assim, aos poucos, poderemos aprender a quem doar não apenas o nosso tempo, mas principalmente nossa atenção e Coração. Perceberemos, assim, o verdadeiro sentido da palavra “Amizade”, que, em síntese, pode ser definida como uma aproximação de almas, ou seja, daqueles que estão conosco para além de carências, necessidades ou afinidades básicas.

Amigo, em última instância, é aquele que divide conosco um ideal comum, baseado em princípios que compartilhamos. Tendo nossa essência como base para essa aproximação, nenhum acontecimento externo, seja uma briga ou problemas que a Vida inevitavelmente nos apresentará, será capaz de mudar a natureza dessa relação. Assim, tendo esse tipo de relação como fundamento, seremos capazes de transformar a convivência em Concórdia. A Concórdia seria, a rigor, um estado de perfeita Harmonia entre as pessoas, em que os problemas e dilemas, tanto no âmbito pessoal como social, não seria suficiente para quebrar esse estado entre as pessoas.

Dessa maneira, a Concórdia seria o que haveria de melhor dentro das relações Humanas. Com ela, seria possível responder facilmente à pergunta que foi feita alguns parágrafos acima: por que precisamos uns dos outros? Porque amamos estar juntos. Com essa percepção, de que a Harmonia entre todos nós é baseada em uma rede de Amor, Tolerância e Paz, poderemos não apenas melhorar a nós mesmos enquanto seres humanos, tornando-nos mais Justos, Pacientes e Felizes, mas principalmente o nosso meio social, pois passamos a aprender a lidar melhor com os dilemas cotidianos e, talvez essa seja a maior lição, não descontar nas outras pessoas.

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