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Na gramática da vida o pronome “nós” é o sujeito mais importante

Acreditamos que não dá para pensar em Humanidade, ao menos sob os aspectos mais profundos do termo, sem falar no serviço ao próximo. Viver em sociedade não só requer uma autoafirmação da Identidade, mas acima de tudo, nos exige Cooperação, Altruísmo e Valores que nos permitam avançar juntos. Embora a necessidade da caminhada individual seja imprescindível, pois, não existe Indivíduo sem sociedade e sociedade sem um grupo de Indivíduos que cooperem entre si para um Bem comum, é interessante analisar como ao longo da nossa história, vários Mestres de Sabedoria como Jesus, Buda e tantos outros, nos deixaram evidências da importância da Fraternidade Universal. Qual deles não tem um exemplo mítico a ser contado de suas mensagens de Amor, Serviço e Entrega ao próximo, onde doaram as suas vidas por um Ideal de Harmonia entre todos os povos?

Todavia, só se pode servir ao outro quando se tem algo para partilhar, por isso que quanto mais a gente cultiva bons pensamentos, trabalha as nossas debilidades ou supera as adversidades que nos sobrevém, mais nos tornamos fortes e podemos ajudar aos demais a encontrarem as respostas para os seus problemas. Assim, não crescemos só por nós, mas crescemos por todos os que nos rodeiam. Entretanto, quais os limites de servir ao outro? Até que ponto eu penso neles ou em mim? 

Inicialmente, é importante definirmos o que entendemos por individualidade e sociedade, pois, cada um desses termos contribuíram de maneira relevante para a reflexão a respeito da busca por um equilíbrio entre o cuidar de si mesmo e o se doar aos demais. Em uma rápida olhada no dicionário português, encontraremos o termo individualidade ligado a ideias que definem as características que estão presentes num Indivíduo. Ou seja, cada pessoa tem um conjunto de atributos que lhes são próprios e é isso o que lhe confere Identidade frente aos demais. Já o conceito de sociedade, de maneira geral, vai estar relacionado a uma composição de membros que compartilham um princípio fundamental onde todos têm a mesma finalidade. Diante disso, podemos compreender que as sociedades são formadas por Indivíduos que têm características próprias e que juntos criam e dão forma a um novo ente social. Os termos em questão são por essência complementares, uma vez que é na coletividade que o Indivíduo, elabora, experimenta e trabalha junto com os demais não só construindo a si mesmo, mas participando na construção de todos que o cercam.

Contudo, vale lembrar que definir um ponto justo entre a nossa individualidade e a nossa capacidade de sociabilidade, apesar de vital, nem sempre foi tarefa fácil. Pois, numa sociedade de excessos como a nossa, tudo passa a ganhar um valor extremo para mais ou para menos e, facilmente, tendemos a nos restringir a uma individualidade exacerbada, passando a viver exclusivamente voltados às nossas necessidades sem nenhuma solidariedade com as pessoas. 

É importante lembrar que nem o Indivíduo e nem a sociedade nascem prontos, mas são construídos no decorrer do tempo. Há uma máxima que diz que Indivíduo e sociedade são como faces de uma mesma moeda e não podem ser analisados separadamente. Sem dúvida, os grandes Sábios da Humanidade conseguiram compreender essa máxima de forma muito profunda e por isso a busca por uma Unidade interna e externa foi uma tônica tão proeminente em suas vidas.

No cenário recente da pandemia, nunca se foi tão necessário reforçar os nossos laços e Valores coletivos. Sofremos diversos tipos de perdas, entes queridos, desempregos, convívio social e bens materiais, no entanto, também tivemos muitos e muitos outros momentos de conquistas e superações. Por exemplo, desenvolvemos habilidades novas e crescemos enquanto Seres Humanos. Todos nós fomos inspirados pelo outro ou inspiramos alguém… Quantos exemplos de Solidariedade, de Amor ao próximo e de Coragem não recebemos? Quantas pessoas não nos acalentaram e nos encheram de Esperança por dias melhores? Sozinhos, seria impossível atravessar o medo, a angústia e as incertezas de um futuro tão distante.

Foi inspirador ver pessoas se reunirem para distribuir cestas básicas, grupos de amigos se tornarem voluntários e desenvolverem ações de compras de remédios ou de comidas para idosos que moravam sós. No cenário social sombrio que se remonta, cada um encontrou a sua forma de expressar a sua individualidade para se relacionar e participar das novas configurações sociais.

Diante de tudo o que foi exposto, chegamos à conclusão de que não há limites entre o Indivíduo e a sociedade. Uma vez que a Vida como um todo se expressa através da Harmonia entre elementos diferentes e, como parte da Vida, precisamos imitá-la na busca dessa Unidade. Essa lógica parece ser uma das chaves para se entender a evolução do Universo e a composição do Todo a partir de partes diferentes que se unem e formam uma Harmonia, garantindo o Sagrado ritmo da Vida. É assim no macrocosmo, é assim no microcosmo. Quem compreende essa Lei, naturalmente, buscará viver essa Unidade em todos os planos internos e com todos os seres a sua volta. Desenvolverá o Discernimento necessário para saber que a medida em que vence e supera as suas dificuldades e cresce com as suas experiências, não vence só por si, mas por toda a Humanidade que ele representa nesse Mistério da Vida. Viver nos demanda intencões e ações para além da sobrevivência, nos pede um Sentido de Vida que não esteja restrito a mera existência, mas que perpassa por Valores Altruístas porque na gramática da vida, o pronome “nós” é o sujeito mais importante.  

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