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Como podemos mudar o mundo?

Este mundo está cheio de problemas, isso ninguém pode negar. Apesar de haver muita discussão sobre como resolver essa situação, parece que existe um ponto que é consensual: todo mundo acredita que a educação pode mudar o mundo. Quem de nós nunca ouviu um político, seja de qual partido for, apostar suas fichas nesse discurso? Ou mesmo na rua, em conversas banais, falarmos que somos um país com problemas porque nossa população não tem educação? Entretanto, precisamos nos perguntar sobre qual educação é necessária para mudar o mundo. Será que se colocarmos todos em escolas, faculdades e universidades o mundo estará salvo? Bastaria construir escolas e garantir que ninguém perdesse as lições de matemática, história, biologia e todas as outras matérias? Ou será que devemos aprofundar essa discussão e entendermos que a educação está para além dos aspectos comuns que conhecemos?

Quando falamos que a “educação resolve os problemas do mundo” é provável que não estejamos vendo o problema por todos os seus ângulos e que nossa opinião seja relativamente superficial. Vamos explicar um pouco mais essa ideia, porém, antes de mais nada, é necessário entender o que chamamos de educação e como a vivemos em nossos dias atuais. De modo geral, todos nós passamos por um processo educacional, seja em qual nível for. Há quem não tenha tido acesso ao que chamamos de “educação formal”, que nada mais é do que a formação escolar comum. Mesmo estes, porém, geralmente receberam um mínimo de educação em suas casas, talvez com algum familiar, de maneira limitada e informal. Mas vamos nos concentrar na educação tida como formal, pois esta é a realidade de quase todas as pessoas. 

Quando pensamos nesse processo de formação escolar, é notável que o seu propósito consiste em formar pessoas capacitadas a exercer os mais distintos tipos de profissão. Não por acaso, a “escolaridade” é um pré-requisito em qualquer emprego, desde os mais simples até as posições técnicas e que exigem uma boa capacitação. Assim, desde o ensino “fundamental” até a pós-graduação, pensamos na educação enquanto um modelo de formação de mão-de-obra, prontos para exercer suas funções e ser um indivíduo produtivo.

Não precisamos apontar que esse tipo de formação não garante um futuro melhor, basta observarmos ao nosso redor o que acontece. Cada vez mais percebemos pessoas extremamente capacitadas, cheias de conhecimento técnico, mas que, ao mesmo tempo, demonstram pouco conhecimento sobre si mesmo, que são dominadas constantemente por seus defeitos e que, via de regra, apresentam comportamentos egoístas. Não é raro encontrarmos pessoas que pensam apenas no seu prazer e conforto, mesmo que para isso existir seja necessário prejudicar outras pessoas. Assim, não é uma realidade que uma pessoa mais instruída – não necessariamente educada – faça do mundo um lugar melhor. Logo, não é essa a verdadeira educação que é capaz de salvar o mundo, a humanidade, e combater seus problemas.

Esse tipo de educação podemos denominar de “informal”, pois seu objetivo é fornecer informações e técnicas para as pessoas, mas não garante sua formação humana. É visível o investimento na capacitação de profissionais que, atuando em prol da necessidade comercial, acabam por se sobrecarregar e viver o trabalho como se fosse a única tarefa em vida. Não por acaso, acabamos nos confundindo com nossas profissões, criando apegos e rótulos desnecessários e nos obrigando a assumir posturas que, a bem da verdade, muitas vezes em nada condizem com nossa essência. 

Desse modo, quando perguntam para nós “quem é você?”, respondemos, quase que instantaneamente, sobre nossos ofícios. Dizemos que somos médicos, empresários, professores e qualquer outra profissão, como se tais atividades nos definissem por si só. É preciso, portanto, sabermos que a educação pode ir além da construção de uma profissão e revelar a nós mesmos quem somos e o que podemos ser. Para tal, precisamos redescobrir o verdadeiro significado de educação.

Quando nos voltamos para a etimologia dessa palavra, chegamos até o latim por meio da palavra educere, que, em síntese, significa “tirar de dentro” ou “extrair de dentro, eduzir”. Assim, entende-se que os antigos pedagogos, aqueles que educavam seus discípulos desde a mais tenra idade, tinham como propósito básico revelar ao estudante sua verdadeira face humana. Para tanto, o foco da educação não era somente aprender aspectos teóricos, mas principalmente construir uma base sólida de valores morais, afinal, de nada adiantaria preparar um indivíduo com grandes capacidades e conhecimento para viver em sociedade se ele não servisse ao bem.

Para os gregos, um indivíduo que não tivesse boa índole, ou seja, que não cultivasse valores favoráveis à harmonia do Estado, jamais poderia receber uma educação avançada, pois seria perigoso que tais conhecimentos fossem usados em prol dos seus próprios desejos, e não para o bem comum. Assim, a educação ofertada aos indivíduos não deveria servir somente para eles, mas colocar-se como uma verdadeira oferenda para toda a população à sua volta. 

Imaginemos essa mesma ideia nos dias atuais. Imaginemos, por um instante, que uma pessoa educada em qualquer ofício pensasse que a finalidade de sua profissão é ajudar os demais, não importando o seu status, seu salário ou qualquer outro benefício. Será que não viveríamos em um mundo de pessoas mais realizadas e preocupadas com o bem-estar comum? Essa perspectiva avança sobre o egoísmo de maneira voraz, não deixando espaço para pensar exclusivamente em si, pois toda sua formação educacional lhe impulsionaria para a generosidade e o serviço aos outros, e não apenas a si.

Desse modo, somente uma educação formativa, virtuosa e com base em valores humanos como a fraternidade, a bondade, tem chance de construir, de fato, um mundo melhor. Basta pensarmos que a tecnologia e as técnicas que desenvolvemos ao longo dos séculos podem ser – e foram – deturpadas por pessoas que não cultivam, ou cultivavam, as virtudes que mencionamos. Não precisamos ir tão longe para acharmos exemplos disso. Santos Dumont, um dos principais inventores do século XX e um dos pais da aviação, encerrou seus dias de forma desgostosa por sua invenção servir como arma de guerra. Seu propósito inicial era, em verdade, construir uma máquina que pudesse aproximar as pessoas, que conseguisse vencer a distância entre as regiões do nosso planeta e que facilitasse, desse modo, o contato entre povos. Sabemos que o avião de fato faz esse papel, mas essa mesma tecnologia foi usada inúmeras vezes para levar dor e sofrimento a pessoas inocentes, principalmente em momentos de guerra.

Vejamos outro exemplo. A energia atômica, que possui um potencial impressionante para a humanidade, também foi utilizada para fins terríveis. A mesma energia capaz de alimentar cidades inteiras também foi usada para construção de bombas de destruição em massa. Não podemos negar que as pessoas que realizaram tais atos eram extremamente instruídas, conhecedoras das mais distintas ciências. O que lhes faltava então? Sem dúvida, uma real educação formativa!

O mundo, portanto, não será melhor com discursos belos nem com uma tecnologia avançada, mas sim quando entendermos que é preciso construir uma versão melhor, mais humana e virtuosa de nós mesmos. A humanidade anseia por isso, pois acreditar que a instrução e a tecnologia serão a barca de salvação de nossa espécie é pensar que uma criança sem discernimento algum e sob posse de uma poderosa arma fará boas escolhas com ela. 

Para construir esse futuro, é preciso que comecemos, de forma individual, a tirar de nós mesmos todo o potencial humano que está latente em nosso coração. Precisamos cultivar a bondade, o amor e todas as virtudes para que possamos construir um futuro seguro e mais humano. Não se trata, enfim, de uma receita de sucesso, mas sim do exercício diário de tentar fazer existir no mundo aquilo que sentimos falta. A responsabilidade é, antes de tudo, nossa. Sendo assim, que sejamos nós a mudança que queremos enxergar no mundo.

Para finalizar, nós da Equipe Feedobem produzimos um excelente vídeo que vai fazer você refletir e descobrir que, para realmente ajudar a humanidade, essa mudança que tanto queremos não vai funcionar se continuarmos tentando da mesma forma. Confira abaixo!

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