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Quem é Você em Alice no País das Maravilhas

Uma menina entediada de ler um livro sem figuras se depara com um coelho branco apressado que passa na sua frente. Ela o segue até descobrir o País das Maravilhas. Tudo que é mágico e encantado acontece nesse lugar, assim como todos os tipos de personagens e criaturas aparecem para conhecê-la. Dessa forma se desenrolam as aventuras de Alice na obra de Lewis Carroll (pseudônimo do escritor Charles Lutwidge Dodgson), publicada há mais de 150 anos na Inglaterra, e que se tornou mais conhecida pelo lançamento da animação da Disney em 1951.

O que chama atenção na obra são as cenas e personagens inusitados, que fogem completamente dos padrões convencionais. Os relatos contam que a história foi criada pelo autor, durante um passeio de barco, enquanto ele tentava entreter as três filhas de um amigo. Uma das três meninas era uma garotinha cheia de imaginação chamada Alice, e foi para ela que Charles deu a primeira versão impressa da obra.

Assim como deve ter sido a experiência para a garotinha Alice, o livro, ou a animação da Disney, marcou a infância de muitos. Quem nunca tentou imitar o coelho apressado ou se assustou com o sorriso do Mestre Gato?

O mais curioso é que esses personagens tão loucos do país das maravilhas representam um pouco de nós mesmos. Alguns de nós tem uma postura como a de Alice, outros como a do coelho, quiçá até como a da rainha de copas! Vamos analisar alguns dos personagens principais na história para ver com quem você mais se identifica?

Alice

Alice é a mais jovem de todos os personagens da história. No início, ela se sente entediada, por ser uma criança e não encontrar muitas opções para se divertir. Porém, após seguir aquele coelho apressado, ela acaba indo parar em um mundo completamente novo, O País das Maravilhas, onde as coisas são muito diferentes do que ela estava acostumada. Porém, com o passar do tempo, sua vida se torna tão confusa que a faz desejar voltar desesperadamente para casa. Alice representa essa nossa capacidade de transitar entre os dois mundos, o mundo da imaginação e a vida real. Às vezes, o que se passa na nossa vida não nos encanta, não nos estimula, nem nos motiva, sendo necessário correr para o mundo da imaginação para surgirem novas motivações e ideias. O perigo é perdermos o link com a vida prática e mergulharmos na fantasia, gerando confusão, falta de ação e alienação. Quando Alice percebe que, apesar de estar tendo uma experiência inédita, ela já estava passando tempo demais naquele mundo e corria o risco de não conseguir sair mais dali, ela decide voltar para casa e se contenta com a realidade da sua vida neste mundo “normal”. Quantos de nós não somos assim? Sempre em busca de movimento, aventuras, achando a vida um tédio… Talvez isso seja muito mais uma tentativa de fuga da realidade do que uma necessidade de conhecer o novo. Assim como Alice, devemos nos abrir para conhecer o País das Maravilhas, que é o mundo da imaginação, mas não podemos ficar lá para sempre. Precisamos trazer as experiências deste mundo fantástico para aplicá-las na vida real.

Coelho Branco

“Estou atrasado, estou atrasado” é o que o coelho sempre fala. Sempre de olho no relógio, não para nem para conversar com Alice ou para tomar um chá com o Chapeleiro Maluco, só tem uma única preocupação: não se atrasar para seu compromisso. Talvez a maioria de nós se identifique com este personagem. Como diz aquela frase clichê “estamos vivendo, ou simplesmente correndo de um compromisso para o outro?”. Nos ocupamos de tantas tarefas, muitas vezes tarefas não essenciais ou necessárias, que deixamos de aproveitar o dia, as companhias, uma xícara de café. Tudo isso por causa da pressa que nós mesmos geramos. Qual o propósito de uma eterna correria?

O Chapeleiro Maluco

Um dos personagens mais famosos da série, pelo seu jeito excêntrico, este chapeleiro só tem uma preocupação na vida: tomar chá em festas de desaniversário (dias que não são o aniversário). Nada do que ele diz ou faz tem muito sentido, e apesar de ser divertido no início, Alice logo se irrita e decide se afastar desse personagem. O chapeleiro pode representar muitas coisas, mas de forma geral, podemos entendê-lo como símbolo da importância excessiva que damos a eventos, festas e às convenções sociais. De certa forma, quando essas coisas exigem muito da nossa energia, acabamos por ficar alienados e não conseguimos nos relacionar e nem compreender as pessoas que são diferentes de nós.

Absolem, A Lagarta Azul

Pouco tempo depois de entrar no País das Maravilhas, Alice se depara com uma lagarta azul, Absolem. Personagem curioso que pouco fala e muito questiona. O grande marco do diálogo entre eles é quando ela pergunta:

– Quem és tu?

– Eu sou Alice.

– Alice é seu nome e não quem você é.

Esse simples, porém profundo comentário, nos faz refletir sobre nós mesmos. Quando alguém pede para que nos apresentemos, costumamos falar a idade, o nome, a profissão, os gostos, etc. Mas isso é nossa verdadeira identidade? O nosso verdadeiro EU? Ou existe algo além de nossos nomes, gostos e ocupações? Absolem representa essa mente filosófica dentro de nós que nos coloca em questionamentos e nos faz buscar respostas.

A Rainha de Copas

Personagem cômico e caricaturado, a rainha cabeçuda que manda em tudo e em todos, jamais está errada e manda cortar a cabeça de quem a contraria. Furiosa, agressiva, tempestuosa… Será que não reagimos assim com opiniões diferentes da nossa? Quando somos contrariados, quando as pessoas vêem que erramos, a vontade não é de mandar cortar a cabeça? Essa falta de tolerância da rainha, de se achar o centro de tudo e de achar que todos devem obedecê-la, se encaixa em muitos de nós.

Parece que temos um pouco de todos os personagens dentro da gente, e ao mesmo tempo, conhecemos pessoas que se encaixam perfeitamente com cada um deles. Para finalizar, falta falarmos do personagem mais enigmático de toda essa história, o Mestre Gato.

Mestre Gato

Conhecido do inglês como “Cheshire Cat”, o gato colorido listrado só aparece alguns momentos para Alice, sempre sorridente e falando através de enigmas. Seu papel mais importante é orientar a garota sobre qual caminho seguir. Ou em direção à Rainha, ou em direção a ela mesma. Este personagem representa aquele que nos orienta, que nos ajuda a enxergar a melhor das opções, o melhor dos caminhos na nossa vida. Sua frase mais sábia e mais marcante é quando Alice se desespera e começa a chorar sem saber qual das placas seguir. Então ele comenta que se não sabemos o destino, qualquer caminho serve. Até que ela percebe que quer ir para casa e o caminho aparece à sua frente. Por isso ele é chamado de Mestre Gato, pois o mestre é aquele que vê com mais clareza o que está à nossa frente, aquilo que não damos conta de ver por estarmos com pressa, ou com medo, ou confusos, ou com preguiça, etc. Com certeza já aconteceu com você: após uma conversa, ou uma leitura, ou um conselho, você começou a enxergar uma saída para o problema em que estava inserido. O Mestre Gato é símbolo daquilo que nos ajuda a enxergar com mais clareza. Às vezes ocupamos esse papel na vida de algumas pessoas, e às vezes algumas pessoas são como mestres para nós.

Todas essas figuras são personagens engraçados, confusos e que geram muita controvérsia. Talvez o autor não tenha pensado nisso ao escrever, talvez ele tenha pensado em pessoas conhecidas e as tenha representado dessa forma no livro, não temos como saber exatamente. O importante é extrair o aprendizado por trás da história, se ela nos serve para nos percebermos melhor, quer dizer que já cumpriu o seu papel. Afinal, com qual destes você se identificou mais? Ou sentiu que todos eles fazem parte de você e, dependendo do dia, um fala mais alto que o outro? Somos todos partícipes desse louco País das Maravilhas que é a nossa vida. Então, que saibamos escolher os caminhos corretos, que nos levarão à nossa realização.

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