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A Janela do Hospital: um acontecimento, uma oportunidade de fazer o bem 

“A vida é feita de escolhas”, essa é uma frase que já cansamos de escutar. Todos os minutos de nossas vidas são baseados em ações – estamos sempre agindo –, e essas ações são sempre baseadas em escolhas. Se eu estou dormindo, foi porque escolhi dormir naquele momento; se estou totalmente parado no meu sofá sem fazer nada, escolhi ficar sem fazer nada; se estou trabalhando; se estou conversando num barzinho com um amigo… Tudo é uma escolha.

Por estarmos mergulhados em escolhas 24h por dia, acabamos automatizando nossas ações, pois a nossa tendência é buscar otimizar tempo e energia. Quando agimos desse modo, porém, perdemos uma série de oportunidades de torná-las especiais, únicas, válidas. Um bom exemplo disso está ao nosso lado. Pensemos nas pessoas de nossa convivência: nossos amigos e familiares. Quantas vezes ficamos ao lado dessas pessoas, em uma refeição, em um momento de lazer (assistindo uma série ou filme) ou mesmo em uma conversa despretensiosa e acabamos entrando nesse “modo automático”. Por vezes, acabamos discutindo ou perdendo a paciência com essas pessoas de maneira tão inconsciente que ao pensarmos sobre os motivos que nos levaram a sair do sério, eles se tornam irrelevantes. Então, por que não conseguimos estar atentos e evitar tais eventos tão constrangedores?

De maneira geral, a resposta está nos nossos hábitos. Infelizmente, nos acostumamos a reagir da mesma maneira frente a situações similares. Esse também é um esforço que nosso cérebro faz para não precisar pensar detalhadamente em cada uma das situações que nos ocorre. Sendo assim, emitimos inconscientemente um comando ao cérebro que sempre que determinado cenário ocorrer, vamos reagir da mesma forma. Com o tempo, as pessoas que convivem conosco percebem esse padrão e nos tornamos extremamente previsíveis. Além disso, o automatismo acaba nos levando para uma zona perigosa em que não distinguimos os contextos em que cada cenário ocorre, fazendo com que repetidamente sejamos injustos conosco e com os demais, tendo reações desproporcionais e causando mais mal do que bem. Logo, o que deveria ser uma forma de otimizar nossa energia nos desgasta ao ponto de nos irritar e sentir, em alguns casos, que o dia foi “perdido”, ou seja, que daquele evento em diante ficaremos tomados por essas emoções e quem estiver por perto que nos ature.

Frente a essa questão, é importante entendermos que a todo momento podemos decidir como agir. Podemos conscientemente escolher deixar a pessoa ao nosso lado feliz, com um elogio, um sorriso, um “bom dia” carinhoso. No entanto, todas essas ações não devem ser desprezadas ou vistas como uma “cortesia falseada”. Além disso, não devemos fazer tais ações apenas por ser educado, mas sim por sentirmos verdadeiramente a necessidade de desejarmos uma boa manhã para outra pessoa, ou abrir um sorriso gentil para as pessoas que amamos. 

Porém, infelizmente, acabamos escolhendo dar um olhar torto e contaminá-la com nosso mau humor. Imagina quão diferente seria nossa convivência se fizéssemos como o senhor do vídeo abaixo? Podendo escolher entre não fazer absolutamente nada ou alegrar o dia do colega, ele escolhe o mais difícil, o que exige mais criatividade, mais esforço, mais bom humor. E em troca? Cria laços de amizade que não se quebram, e se eterniza na memória do colega de quarto.

vídeo: https://youtu.be/4jBPxEi8IqA 

Talvez não estejamos na mesma condição dos dois homens do vídeo, mas é fato que diariamente lidamos com situações que exigem uma postura ativa. Por postura ativa, queremos dizer que é preciso tomar ações conscientes, ou seja, que devemos estar aptos a agir de maneira a ajudar os demais, observando o benefício para com o todo nessas ações. Muitas vezes, nossas ações visam apenas o benefício próprio e, assim, deixamos passar as oportunidades de fazer o bem, mesmo que isso não nos dê um retorno imediato. Podemos dar um bom dia sincero para alguém e essa pessoa não nos devolver essa mesma energia, assim como é possível ajudarmos outras pessoas e não recebermos nenhuma ajuda em troca. Porém, agir de maneira desapaixonada, ou seja, sem desejo, é uma das grandes metas da humanidade.

De acordo com a doutrina hindu, por exemplo, exercitar esse tipo de ação sem pensar em recompensas é um dos graus mais elevados de sabedoria. Devemos fazer o bem, portanto, sem olhar a quem, como diz o ditado cristão. Nesse ponto, percebemos que as duas religiões, por mais que tenham formas distintas, nos falam da mesma verdade simbólica. Isso seria, em síntese, uma verdadeira ação humana, pois nos aproxima uns dos outros e faz com que reconheçamos o melhor de nós mesmos.

No entanto, no mundo atual, tais ideias parecem distantes de se tornarem uma realidade. Cada vez mais observamos o crescimento do egoísmo, da competitividade e do descaso com o ser humano. Já não pensamos no próximo, e sim apenas em nós mesmos. Assim, o outro tem sido cada vez mais visto como um inimigo a ser combatido, e não um outro ser humano dotado dos mesmos direitos e respeito com o qual merece ser tratado.

Consequentemente, o vazio existencial causado pelo egoísmo rapidamente vem dando espaço a uma vida indiferente aos problemas do mundo e do indivíduo. Talvez essa seja uma triste análise sobre a sociedade em que vivemos, porém urge reagirmos a esse impulso que nos arrasta para o buraco negro do egoísmo.

Apesar disso, devemos lembrar que sempre podemos ser bons, independentemente da situação. Sempre existe a oportunidade de ser bom, e escolher ser bom é uma atitude que nos ajuda a lidar com a vida. Geralmente, costumamos nos inspirar em pessoas bondosas, mas não tentamos ser bondosos, porque achamos que isso é natural da pessoa, alguns são e outros não. Mas se fôssemos perguntar a alguém bondoso, ele diria com certeza que trabalha conscientemente para ser bom. Nós temos que escolher ser bons independentemente dos fatores externos, ou seja, ser bons pelo simples fato de se sentir bem ao fazer o bem.

Podemos observar isso no vídeo que sugerimos. O senhor do hospital tinha que tomar uma atitude, e, dentre as possíveis opções, ele escolheu ser bom. Logo, não podemos esperar o momento “especial” para viver a Bondade, mas temos que escolher ser bons o tempo todo – e, naturalmente, os momentos especiais virão.

Por exemplo, eu posso viver um momento difícil e assumir uma postura passiva, ficando à mercê das circunstâncias, mas posso viver esse mesmo momento difícil e sair dele com um aprendizado, ressignificando a experiência. Tudo depende de como escolhemos olhar para a vida! Eu posso encarar a parede de tijolos como uma parede de tijolos, mas posso encará-la também como uma oportunidade de melhorar o dia da pessoa ao meu lado. Afinal, a vida é feita de escolhas, não é mesmo?

Visto isso, que possamos cada vez mais fazermos escolhas humanas em nosso caminhar diário. Desde o momento em que acordamos até deitarmos para descansar, não desperdicemos os momentos que a vida nos dá para exercitarmos a bondade, a generosidade e todas as virtudes humanas. Assim, ao fim de uma longa existência, poderemos olhar para trás e ver que semeamos as mais belas sementes humanas em nossa jornada.

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