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Quem foi Florence Nightingale?

Para alguns, ela foi considerada uma reformadora social; para outros, uma ótima estatística inglesa. Entretanto, todos que conhecem sua história concordam que ela foi a pioneira da enfermagem moderna. Você já ouviu falar sobre a Florence Nightingale? Já chegou a ler alguma coisa sobre a sua história, sobre a sua contribuição à profissão de enfermagem? Não?! Então, vamos te contar um pouco sobre como essa incrível mulher entregou a sua vida à causa da enfermagem e trouxe grandes contribuições à profissão.

Em tempos onde a enfermagem ganha as manchetes dos noticiários e dos jornais por sua luta salarial, nada como refletir sobre a importância dessa categoria profissional para a nossa sociedade. E, neste espaço de reflexão, cabe, principalmente, lembrar de pessoas que dedicaram suas vidas para que a enfermagem tivesse os contornos que hoje se tem.

Florence é uma dessas heroínas anônimas que poucos ou quase ninguém conhece, mas que colaborou significativamente em prol da melhoria da nossa sociedade. Ficou conhecida como  “A Dama da Lamparina”, instrumento que utilizava para realizar rondas e, assim, ajudar os seus doentes.

Florence nasceu em Florença, na Itália, em 12 de maio de 1820, mas a sua nacionalidade era inglesa. A sua família tinha muitas posses e o seu pai era nada mais nada menos que o  milionário William Shore Nightingale. A sua condição familiar lhe permitiu ter uma boa educação, e alguns comentaristas chegam a afirmar que a influência paterna no estímulo aos estudos contribuiu muito para formar o espírito investigativo e científico que Florence, o qual carregou consigo por toda a sua vida. É importante lembrar que William Shore deu apoio financeiro incondicional a Florence, o que permitiu a ela se dedicar com tranquilidade ao seu sonho, à sua missão.

Dizem que, desde muito jovem, ela gostava de ler e estudar vários temas científicos, literários, religiosos, místicos etc. Florence foi uma hábil e diversificada escritora, a maior parte de seus trabalhos foram publicados para divulgar resultados médicos. Vale ressaltar que ela teve o cuidado de escrever num inglês simples porque acreditou que seus resultados poderiam alcançar um número maior de pessoas.

É importante destacar que  a enfermagem passou a fazer parte da vida de Florence Nightingale após uma viagem ao Egito, onde precisou visitar vários hospitais e percebeu o sofrimento dos pacientes e as dificuldades que eles tinham em receber os cuidados necessários para a cura. Acredita-se que, neste momento, se deu o despertar da sua vocação e, a partir de então, ela se dedicou por inteiro à enfermagem, apesar de na época não ser uma atividade muito digna, principalmente, para a mulher.

Após a sua viagem ao Egito, voltando à Inglaterra, passou a estudar anatomia e realizar com frequência visitas ao hospital do seu distrito. Chegou a estudar enfermagem na Alemanha, lugar onde viveu, também, sua primeira experiência profissional como enfermeira ao lado das religiosas protestantes.

Mas, de volta a sua terra natal, sofreu vários tipos de preconceitos por sua atividade. Entretanto, no ano de 1854, teve a oportunidade de ir trabalhar no hospital militar inglês em Scutari, o qual recebia os feridos anglo-franceses da guerra da Crimeia (1853-1856). Alguns biógrafos chegam a afirmar que, após a chegada de Florence Nightingale ao hospital militar, o número de mortes reduziu consideravelmente.

Foi, a partir desse momento na guerra da Crimeia, que passou a ser conhecida como “A Dama da Lamparina”, porque realizava rondas durante à noite para ajudar os soldados feridos que morriam de cólera ou de frio. Dessa forma, Florence não foi só uma grande mulher, mas também um grande ser humano que dedicou a sua vida a diminuir a dor do outro.

Ela deu à enfermagem uma nova reputação positiva e permitiu que as mulheres passassem a ser vistas de forma favorável e acabou se tornando um ícone da cultura da era vitoriana neste contexto histórico. Incontestavelmente, ela foi pioneira no profissionalismo da enfermagem e, para isso, construiu em 1860, uma escola de enfermagem no Hospital St. Thomas, na cidade de Londres. Vale ressaltar, que foi a primeira escola secular do mundo, fazendo parte hoje da King’s College de Londres.

Florence também contribuiu em várias reformas sociais, seja na melhoria da assistência à saúde para toda a sociedade britânica, ou mesmo fora dela. Há registros, por exemplo, de que ela combateu a fome na Índia, ajudou a abolir as leis de prostituição – ultrajante à condição da mulher –, assim como a expandir a participação feminina na força de trabalho.

Em reconhecimento aos seus trabalhos, o Dia Internacional da Enfermagem é comemorado anualmente na data do seu aniversário, ou seja, 12 de maio. Além disso, o Juramento Nightingale, realizado por novas enfermeiras, e a Medalha Florence Nightingale, a mais alta distinção internacional que uma enfermeira pode alcançar, foram nomeados assim em sua homenagem. Ainda em vida, Florence recebeu vários prêmios, dentre eles o Real da Cruz Vermelha em 1883, a Ordem de Mérito em 1903 e a Ordem de São João em 1904.

Assim, olhar, ler ou refletir sobre a história de Florence Nightingale nos faz chegar a algumas conclusões: a primeira delas é que as suas contribuições na área da enfermagem moderna só foram possíveis porque Florence conseguiu seguir a sua vocação, seguir o seu coração, e colocou toda a sua sua energia neste propósito. Pois, quando se sabe e se tem clareza do que se quer, chegar ao lugar almejado é só uma questão de tempo.

O segundo ponto, que ressaltamos na sua história, é que Florence sabia que para superar os preconceitos do seu tempo, precisava quebrar barreiras não só por ela, mas também por milhares de pessoas, soldados, mulheres e homens que sofriam pelas precárias condições de saúde que viviam num momento de guerras em que o corpo de médicos era reduzido, auxiliado por um atendimento ineficaz, e isso causava grandes sofrimento a toda a sociedade. Como resultado de sua dedicação e luta, ganhamos muitos avanços na área da saúde.

Por fim, o terceiro e último ponto, o seu desejo de servir e ajudar aos demais lhe fez acessar e desenvolver um profundo grau de humanidade que lhe conferiu uma plenitude inestimável. Dedicou-se à enfermagem por amor, dedicou-se ao desejo de servir aos demais… Não havia espaço para ser outra coisa, não havia crise de identidade, não havia desejo de promoção pessoal e, por isso, foi quem foi. 

Além disso, Florence foi uma mulher que enfrentou não só as expectativas de sua família, mas também os preconceitos de sua tradicional sociedade. Ousou trabalhar, ousou escolher uma profissão vista como menor e desprezível por alguns e, mesmo assim, em nenhum momento duvidou de sua missão. Tudo isso porque queria servir aos demais, porque queria ajudar a sociedade.

Dessa forma, homens e mulheres que chegam a essa condição humana de generosidade são indivíduos que canalizam força da própria vida e, por isso, realizam coisas inimagináveis. Esses são os nossos verdadeiros heróis cotidianos, heróis de nossos tempos históricos que de alguma forma nos ajudam a nos orientar e nos posicionar na luta diária de batalhas cotidianas. Obrigada, Florence Nightingale, por nos ensinar que quando descobrimos a nossa missão, a única coisa que se tem a fazer é seguir em frente sem medo, sem pressa e sem pausa.

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