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A beleza inspiradora nas obras de arte

Como tudo no mundo, a arte passou por profundas transformações ao longo dos séculos. Cada mudança cultural, cada acontecimento histórico, era responsável pelo surgimento de novos movimentos artísticos. É justamente essa uma das maiores belezas da arte: a capacidade de retratar o período em que o mundo se encontra, além do poder da imaginação do artista. Hoje vivemos num período pouco definido artisticamente, em que qualquer expressão pode ser, equivocadamente, chamada de arte. Selecionamos nesta galeria obras que são verdadeiras e naturais expressões artísticas, ou seja, que expressam a mais pura beleza.

A obra “Igualdade diante da Morte”, do francês William Adolphe Bouguereau, representa muito o início de sua carreira como pintor, mas representa ainda mais seus pensamentos e reflexões sobre a humanidade. Bouguereau dizia que após a morte, todos somos iguais, independente de cor, sexo ou poder aquisitivo. 

Neste quadro, a pergunta que o artista deseja nos fazer é: “Quando o anjo da morte espalhar seu sudário sobre você, o que você terá servido para a vida, se você não fez nada de bom na Terra?”. Devemos nos conscientizar disso, cada dia que passamos sem fazer o bem, é um dia de vida desperdiçado.

É importante destacar que os grandes mitos sempre foram uma das maiores inspirações para os grandes pintores. Suas histórias ricas e cheias de personagens e simbolismo foram uma fonte inesgotável de ideias por séculos. Um bom exemplo disso foi o pintor John William Waterhouse, que mesmo no final do século XIX e início do século XX bebeu dessa água. Seus conhecimentos sobre mitologia permitiram que ele pudesse se transportar para aquela realidade e criar diversas obras, como essa pintura: “Uma criança doente levada ao templo de Esculápio”. Também conhecido por Asclépio em Roma, ou Seraphis no Egito, Esculápio é o deus da medicina para os gregos. Em seus templos, os médicos sacerdotes eram responsáveis por preservar a saúde do corpo visível, mas também dos “corpos” emocional e mental. Esculápio era visto como um deus que guardava os dois mundos. Em alguns casos, o papel dos sacerdotes era o de ajudar o paciente a fazer a passagem deste para o outro mundo.

É interessante notarmos que o pintor decide representar essa cena como algo corriqueiro, do cotidiano, quase como se nos dissesse que a visão de que a saúde, à maneira como essas tradições enxergavam, ou seja, buscando ver o ser humano numa forma mais integral, era parte do cotidianos das cidades daquele tempo.

Vemos toda a família reunida e participando desse momento de vislumbre da saúde da criança, num local de claras influências da arquitetura greco-romana. A composição – ou seja, os diversos elementos que compõem o quadro – é cuidadosamente elaborada, formando uma espécie de dualidade: de um lado, os doentes, e do outro, o saudável; os ignorantes e o sábio; os que precisam de ajuda e o que pode ajudar. As expressões faciais e a paleta de cores suaves contribuem para a narrativa emocional da obra de buscar por saúde, por serenidade, por voltar a harmonia e a ordem.

Você já deixou que a arte conversasse com sua alma? As verdadeiras inspirações vêm sempre dos sentimentos mais elevados do artista, por isso elas são capazes de passar uma mensagem que toca nossa alma. É o caso da belíssima obra de Herbert James Draper, “Ulisses e as Sereias”. Utilizando como referência “O Canto da Sereia” do livro de Homero, “Odisseia”, Draper mostra a importância de nos fixarmos no “mastro vertical”, que neste caso representa nossos princípios, como justiça, bem e honra, por exemplo. Só assim poderemos atravessar os mares e resistir às tentações das sereias, que seriam nossos vícios e procrastinações, que muitas vezes nos afastam de nossos objetivos. Veja mais sobre esta obra aqui!

Mais uma vez, Waterhouse utiliza a mitologia grega para nos passar um grande ensinamento em seu quadro. Na obra “Penélope e os Pretendentes”, ele retratou outro trecho da “Odisseia”, onde a esposa de Ulisses evita aqueles que queriam casar com ela por interesse. Mesmo quando todos acreditavam que o herói jamais voltaria para o seu lar, pois achavam que ele já estivesse morto, Penélope se manteve fiel por vinte anos, sem nunca duvidar que um dia sua família estaria completa novamente – o que de fato aconteceu no final.⠀Isso nos traz a reflexão sobre como o papel de todos é importante, pois tanto o lado masculino, Ulisses, como o seu complemento feminino, Penélope, enfrentaram seus desafios, cada um à sua maneira. E se não fosse pela coragem, resistência e nobreza de ambos, o final feliz não teria acontecido. Seja num relacionamento, num grupo ou na sociedade como um todo, isso também é válido, cada um tem o seu papel, e se todos o cumprem com dedicação e virtude, com certeza tudo fica bem.⠀Veja mais sobre esta obra aqui!

Vamos agora falar de outro grande artista: Sandro Botticelli. Ele fez algumas das obras mais belas da história, e boa parte delas era rica em símbolos, como é o caso do quadro “Calúnia de Apeles”. Esta pintura é uma reprodução de Botticelli de uma das diversas obras perdidas do pintor Apeles. Na ocasião, o artista havia sido vítima de uma falsa acusação de conspiração contra o rei Ptolomeu IV. Nela encontramos os diversos elementos da calúnia: da direita para a esquerda, estão a Suspeita e a Ignorância rodeando o rei; a Inveja (homem com vestes escuras) vem segurando a própria Calúnia pelo braço, e esta tem os cabelos enfeitados pela Fraude e a Traição enquanto arrasta Apeles seminu. Na outra extremidade do quadro, podemos observar o Arrependimento vestido de preto, olhando para a Verdade, nua, que aponta para o alto, mostrando que a justiça está acima de tudo.

Botticelli criou esta obra em torno de 1495, e ela é baseada na descrição feita por Lúcio Apuleio no livro “Asno de Ouro” (ou “Metamorfoses”). Era uma obra muito conhecida no mundo grego, mas que fora perdida. Botticelli fez o resgate das ideias descritas por Apuleio e pintou essa obra belíssima. A cena se desenrola em um ambiente extravagante e surreal, mostrando a falta de verdade, a ilusão de poder e a abundância que a calúnia gera. A Calúnia é retratada como uma mulher com um rosto malicioso, segurando uma tocha acesa que representa a difamação e a falsidade. Ela está sendo arrastada para a presença do rei, simbolizando o julgamento das acusações caluniosas. A representação de Calúnia como uma figura atraente, mas maliciosa, é especialmente impressionante, destacando a capacidade do artista em transmitir a dualidade humana.

Por mais que a tecnologia tenha avançado e a fotografia seja uma moderna forma artística de capturar imagens com muita qualidade, a arte da pintura não pode ser substituída, pois existe uma liberdade e poesia na maneira de expressar sentimentos que são próprias dessa modalidade. Um excelente exemplo é este quadro de Waterhouse sobre a obra “A Tempestade”, de William Shakespeare. Numa peça que trata de temas como humanidade, vingança, amizade, entre outros sentimentos, o pintor conseguiu expressar de maneira sublime o caos da sociedade, representado pela tempestade, enquanto resta à personagem Miranda assistir pacientemente sem perder a esperança pelo amanhã.

Miranda, na peça de Shakespeare, é muito marcada pelo seu envolvimento emocional com aqueles que ama: “Eu sofri. Com aqueles que eu vi sofrer!”. Ela declara isso a certa altura na peça, mostrando o quanto ela está conectada ao destino do seu pai, Próspero, enquanto ele cumpre sua saga.

No quadro, a vemos quase de costas para o contemplador da pintura, e completamente envolvida com o mar revolto e o naufrágio que vê ao longe. A mesma tempestade que vemos nas ondas do mar furioso, vemos também nos seus cabelos, nas suas vestes e em toda sua disposição por se envolver com o que estava acontecendo. As cores pesadas e as dobras profundas nas suas roupas, correspondem ao drama da cena. 

O quadro nos mostra o quanto somos interconectados emocionalmente com tudo ao nosso redor e o quanto as nossas emoções são muito semelhantes aos diversos estados das águas do mar, tanto numa tempestade como numa calmaria. Será que através da vontade conseguimos nos desvencilhar disso? Ou somos sempre escravos das tempestades ao nosso redor?

Para fechar a semana, e o texto também, escolhemos uma das pinturas mais belas e famosas já feitas, “O Nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli. Como quase todas as obras do pintor, ela traz reflexões sobre a vida. Neste quadro, Botticelli compara o nascimento de Vênus ao nascimento da alma, é por isso que ela está ao centro e em cima de uma concha. Ela é uma joia valiosa e que leva tempo para se formar, assim como uma pérola. Para representar a inocência de uma nova alma, o artista pintou a deusa da beleza nua, isso porque, na mitologia grega, a nudez significava pureza. E para você, o que mais podemos aprender com a pintura de Botticelli? Veja mais sobre esta obra aqui!

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