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Filme “Poder Além da Vida”: Supere suas Limitações!

Qual o tamanho da vontade humana? Será possível superar sempre os nossos limites, mesmo nos momentos em que estamos passando por problemas quase sem solução? Quando pensamos nessas questões, geralmente nos vêm à mente filmes de superação, que nos mostram que a capacidade humana é ilimitada e que, de certo modo, basta encontrarmos o caminho que nos leva ao nosso próprio “final feliz”. Entretanto, tais histórias muitas vezes se passam no campo da ficção, tornando-as belas e com excelentes mensagens, porém pouco críveis para o nosso mundo real, correto?

Mas nem todos os filmes que refletem sobre o poder de superação humana estão calcados na fantasia. Por isso, hoje viemos indicar o filme “Poder além da vida”. Este filme é baseado numa história real com personagens marcantes. Dan Millmer, um atleta de ginástica que, além de passar por um acidente que praticamente o deixaria incapacitado pra os esportes, ainda apresenta comportamentos de indisciplina e arrogância. Dan levava uma vida de rigidez nos treinamentos para conseguir a classificação para disputar as Olimpíadas, mas ao mesmo tempo uma vida social e pessoal não muito comprometida com o esporte. Frequentava festas com bebidas alcoólicas, muitas garotas, sexo e noites mal dormidas. Também se mostrava desleal com seus companheiros de equipe.

Após o acidente, sua vida toma um rumo diferente. Ele, que sempre achou que tinha tudo, descobre que não tem nada. É aí que ele conhece Sócrates, um homem misterioso, que passa a tentar discipliná-lo, sempre o provocando e tentando despertar nele um guerreiro de verdade. Assim, consegue fazer com que Dan tenha experiências que fogem do comum, como ter contato com seu próprio Eu e seus poderes latentes, além de perceber o mundo e as pessoas de maneira mais profunda e sensível.

Após essa breve sinopse, podemos adentrar mais profundamente nas questões que tornam “Poder além da vida” um filme inspirador. Para começar, a história de Dan segue uma clássica “jornada do herói”, em que o protagonista precisa passar por provas e superar a si mesmo para chegar ao seu objetivo. Mais uma vez, porém, devemos deixar claro que esse é um filme baseado em fatos reais e isso nos revela que a famosa “jornada do herói” retrata muito mais do que apenas uma fórmula narrativa de sucesso. Mais que isso, essa trilha que os grandes personagens da literatura passam – Ulisses, Jasão, Eneias, Gilgamesh, Hércules etc – retratam a saga humana em sua própria busca por superação. 

Sendo assim, devemos explicar um pouco sobre o que é, de fato, essa jornada e como ela, mesmo após milênios de sua formulação, ainda continua presente não só como um modo de construir histórias, mas também como metáfora de nossa vida cotidiana. Tudo começou com o mitólogo Joseph Campbell que, ao se debruçar sobre dezenas de mitos das mais distintas civilizações, percebeu um padrão extremamente interessante em suas narrativas.

Esse padrão ele denominou de “jornada do herói”. Porém, como essa fórmula narrativa se encaixa na nossa vida, uma vez que fora escrita há tanto tempo? O que ocorre é que os mitos nas antigas civilizações não eram somente lendas e crenças usadas pela religião dessas culturas para explicar o mundo. Mais que isso, a mitologia era a base da educação desses povos, pois tais histórias revelavam aspectos morais e uma clara percepção psicológica do Ser Humano. Desse modo, os heróis da Antiga Grécia e Suméria, por mais que tenham aventuras totalmente “estranhas” para os nossos olhos modernos, refletem em sua essência o mesmo dilema que cada um de nós vive em algum grau.

Hércules e a busca pela redenção; Eneias e o valor do dever; Ulisses e a humildade; Gilgamesh e a busca pela eterna juventude. Todos nós já meditamos, seja por alguns segundos ou, de fato, por vários dias, sobre essas temáticas; e essa é, sem dúvida, a grande chave para o sucesso da mitologia até hoje: a capacidade de preservar ideias que perpassam as barreiras culturais. Assim, mesmo escrito há mais de 4 mil anos, nos identificamos com Gilgamesh e sua tentativa de se tornar imortal, pois quem de nós não teme a morte? Mesmo inconscientemente, procuramos nos preservar para que, de algum modo, possamos superar o tempo, mesmo sabendo que essa é uma verdadeira ilusão.

Partindo desse ponto de vista, “Poder além da vida” conta a história de um herói real, que conseguiu superar suas próprias limitações  e, acima de tudo, superou a si mesmo. Dan Millmer, porém, jamais conseguiria esse feito sozinho. Aqui adentramos a segunda ideia inspiradora que “Poder além da vida” nos ensina: a necessidade de termos um mestre. 

No filme, esse papel é representado por Sócrates, como já apontamos, e esse nome não é escolhido à toa. O personagem com sua sabedoria é uma homenagem ao grande filósofo grego, morto por um governo tirano no século IV a.C.. Sócrates, além de ter sido um grande amante da sabedoria, foi o mestre de Platão, e grande parte de seus ensinamentos é conhecida graças ao seu pupilo. Igualmente ao personagem do filme, Sócrates era tido como uma pessoa misteriosa, humilde e capaz de fazer qualquer pessoa que estivesse disposta a trilhar o caminho da filosofia se tornar uma verdadeira pensadora.

De modo semelhante, o Sócrates “do filme” também apresenta essas qualidades quando começa a ajudar Dan em sua jornada de autoconhecimento. O mestre é, portanto, um grande aliado – senão fundamental – em nosso processo de evolução consciente, de (re)descobrir quem somos. É a nossa própria consciência externa que nos aconselha a enxergar com objetividade os dilemas que vivemos e suas soluções.

No caso de Dan, que estava preso ao acidente e as implicações que uma vida limitada fora das competições de ginástica trouxe, Sócrates foi um apaziguador de emoções, demonstrando de modo quase “mágico” que Dan poderia ainda alcançar muito mais caso conseguisse perceber seu lado humano. Então, o mestre ensina seu discípulo com amor e parcimônia, entendendo todas as fases – boas e ruins – que o jovem ginasta enfrenta.

O filme consegue ser preciso na relação de mestre e discípulo vivida por Dan e Sócrates. Talvez por isso, sintamos tanta proximidade com os personagens, pois se temos alguém que nos orienta a nos desenvolver e ser um Ser Humano melhor, então podemos chamar essa pessoa de mestre. Além disso, sabemos que uma relação tão “íntima”, que envolve o desenvolvimento pessoal, não é uma jornada fácil. Como um verdadeiro herói mitológico, Dan passa por momentos difíceis e precisa provar para si mesmo sua força e determinação, vencendo as críticas, as suas próprias crenças limitantes e o desânimo que naturalmente ocorre quando se está em uma condição incapacitante. 

Sócrates é o único elo em todo o filme que mantém Dan dentro do seu propósito. Até mesmo nos momentos em que ele tenta desistir, lá está o mestre para mais uma vez ensiná-lo que não há barreiras que não possam ser superadas. Em nossa vida cotidiana, também podemos contar com mestres, mesmo que não entendamos ainda que eles o são. Nossos pais, em geral, jamais desistem de quem somos e conseguem ver claramente o nosso potencial, até mesmo nos momentos em que não demonstramos esse lado. Porém, há quem possa dizer que não tem uma pessoa que cumpra esse papel em sua vida. O que fazer nesses casos?

É preciso, nessas situações, conseguir despertar seu mestre interior. Ser capaz de olhar objetivamente para si mesmo e seus problemas ao ponto de tentar enxergar soluções, escolhas e, principalmente, saber encontrar meios de superar a si mesmo nesse processo. Um problema não pode ser resolvido apenas pelo fato de conseguirmos lidar com as situações que ele provoca, pois se assim o fosse, poderíamos resolver milhares de situações em nossa vida e ainda assim sermos nós mesmos.

Entretanto, solucionar problemas implica, necessariamente, em crescimento. Assim, acabamos evoluindo, ganhando experiência e conhecendo um lado nosso – ou vários – que não sabíamos que existia. Além disso, superamos nossos limites e chegamos em um novo estágio. Esse é o verdadeiro poder da vontade, que cada Ser Humano carrega em si.

Por fim, “Poder além da vida” nos ensina a nunca desistir, mostrando lições de humildade, resiliência e confiança na vida. Portanto, não deixemos que esses valores se percam na vastidão dos nossos dias e na mecanicidade em que vivemos os nossos problemas diários. Lembre-se que podemos fazer de cada situação vivida uma experiência útil que pavimentará o caminho que nos levará ao mais profundo dos conhecimentos: o de conhecer a si mesmo.

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