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Curta “Snack Attack”

Quando eu tinha uns 8 anos, estava numa sala de cinema e uma mulher sentada na cadeira ao lado, me ofereceu um pouco da sua pipoca. Eu fiquei bastante surpresa com a cena, “como alguém divide um lanche com outro que nem conhece?” Nunca esqueci daquele momento, pois me fez refletir sobre generosidade.

Não só para uma criança de 8 anos, mas para todo ser humano algumas questões deveriam ser bem refletidas: Em que circunstâncias somos generosos? Quando somos capazes de doar? Somente quando temos de sobra, ou mesmo que nos falta somos capazes de doar a quem necessita?

Geralmente, medimos generosidade pelos bens materiais que doamos: dinheiro, roupa, comida… Mas, e o amor? O tempo? A energia mental para ajudar na solução de um conflito? Será que a generosidade também não se expressa de maneiras mais sutis do que imaginamos?

Assista esta animação abaixo:

Provavelmente, nos identificamos mais com a senhorinha do que com o jovem roqueiro. De início, todos nós pensamos “Quanta audácia do rapaz, pegar o biscoito sem nem pedir! E ainda dividir o último do pacote dela!”. E quanto desse pensamento também não nasceu do preconceito com o estereótipo de “jovem rebelde” que julgamos ao ver o personagem?

A “falsa” generosidade que a senhorinha praticava é a que normalmente vivemos… doamos algo mais por um senso de obrigação, por uma “forçação de barra” do meio que nos encontramos. E ao doarmos, muitas vezes julgamos, criticamos, avaliamos a forma como foi recebida nossa doação, nos sentindo superiores àqueles que recebem o que doamos e ao restante da humanidade que “não é tão bondosa quanto eu sou”. Já o jovem é o oposto disso, representa uma generosidade real, que doa simplesmente por doar. Não há senso de revolta, indignação, nem a espera de um agradecimento. Simplesmente dividiu os biscoitos porque tinha condições de fazer.

Quantas vezes não fizemos um gesto de doação já esperando um “obrigado”? Ou esperando um prêmio, seja no mundo dos vivos na forma de um reconhecimento social, seja no mundo dos mortos, na esperança de que alguém lá em cima esteja vendo e nos garanta uma boa vida eterna. E quantas vezes perdemos a oportunidade de apreciar gestos belos e altruístas por causa desse nosso egoísmo e da nossa vaidade, que nos impedem de ver e de exercitar uma verdadeira generosidade?

Muitas vezes, aquele que deu o seu tempo para escutar alguém que precisa, foi muito mais generoso do que aquele que doou dezenas de peças de roupa que estavam sobrando no seu guarda-roupa. Ou mesmo aquele que, mesmo sem ter nada, encontra uma forma de ajudar quem necessita. Na verdade, a própria palavra “generosidade” vem do radical “gen”, que quer dizer “gerar, engendrar, fazer nascer”.

O bonito do vídeo é que ela demora para reconhecer o gesto e não consegue agradecer. Com certeza, depois daquela experiência, ela não se portará da mesma forma quanto aos “pacotes de biscoitos” que vida lhe trouxer. Ela vai se tornar mais generosa não só por passar a repartir biscoitos, mas sim porque vai “gerar” dentro dela mais paciência, tolerância, empatia e amor ao próximo.

Que façamos isso nós também! Avaliemos as experiências mais desconfortáveis, as que mais nos exigiram, no físico, no financeiro ou no emocional… E tentemos reconhecer a beleza delas, o gesto profundo por trás. Precisamos perguntar à Vida: “O que eu preciso gerar agora?”. Dessa forma, estaremos sempre dando um passo em direção à verdadeira generosidade, por mais injustas ou absurdas que possam parecer as experiências!

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