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O ser humano: ponte entre dois universos

É impressionante perceber que tudo o que conseguimos observar, até hoje, no universo, não passava de um “pontinho” há 13,7 bilhões de anos atrás.  Segundo os cientistas, após a explosão do big bang, durante muito tempo fomos partículas de núcleos, até que esses se juntaram aos elétrons e formaram os átomos. Anterior a esse processo atômico, o que se cogita é que matéria e antimatéria se aniquilavam constantemente, enquanto as quatros forças fundamentais da natureza (o eletromagnetismo, a gravidade, a força nuclear forte e a força nuclear fraca) se separaram. E foi graças à possibilidade de haver mais matéria do que antimatéria que chegamos aonde chegamos.  

Por muito tempo tudo aparentava ser um caos, escuro, até a formação das primeiras estrelas que geraram os elementos químicos universais e fizeram surgir inúmeras galáxias, como a nossa Via Láctea. Acredita-se que ela tenha por volta de 600 milhões de anos, o Sol 9 bilhões e a Terra, aproximadamente, 4,5 bilhões de anos. Até onde se sabe, na Terra, o pulsar da vida se inicia da matéria inerte e dá origem a todos os seres, até os primeiros Homo Sapiens, que surgiram há 315 mil anos. 

O mais interessante é que, embora para a nossa concepção de tempo em milhões de anos pareça muito distante, na história do universo esses anos não passam de uma fração de segundos. Se podemos dizer que há um consenso a respeito desse tema, diríamos que, para os físicos, os astrônomos e os filósofos, o universo ainda está em expansão e o que sabemos sobre ele, infelizmente, ainda é muito pouco.

E, no meio desta infinitude cósmica, está o ser humano. Só ele é capaz de observar, compreender e narrar essa história que atravessa milhares de anos. E como consegue tal façanha?  Através do uso da razão, da cognição, da intuição e das demais faculdades mentais que nos ajudam a tomar consciência e a compreender as leis da vida, no alcance que nos cabe. Existe uma máxima que afirma que o ser humano é a medida para todas as coisas, tendo em vista que ele se encontra atravessado por dois infinitos mundos grandiosos e misteriosos por natureza, sendo um macro e outro micro.

Pois, se de um lado, encontra-se a imensidão do Universo com todas as suas galáxias, estrelas e planetas, por outro, também encontra-se um fascinante mundo microscópico constituído por partículas atômicas, microrganismos, fungos, bactérias,  vírus e etc. Dois mundos, inversamente proporcionais em escalas de medidas, mas atados por uma inteligência que sustenta, ordena, embeleza e justifica cada elemento que compõe a sua pluralidade. É o pulsar da vida que se revela de forma exuberante para todos nós, ora de forma gigantesca e esplendorosa, ora por vias tão microscópicas que por vezes passam despercebidas a olhos nus. E, entre esses dois mundos, encontra-se o ser humano, crucificado entre o espaço e o tempo, como um observador, um pontífice desses dois universos paralelos que o perpassa, mas também o une e o integra ao processo da vida.

Assim, nos cabe, enquanto humanos, compreender não só as leis da vida expressas no macro e no micro, mas entender que, acima de tudo, há uma única inteligência que rege e ordena a marcha de tudo no universo e que nós fazemos parte dessa engrenagem. Mas, quando não percebemos tal visão da natureza, o que era fascínio e grandiosidade tornam-se estados de angústias e medos que vão nos diminuindo e passamos a enxergar as nossas vidas como insignificantes, diante dos pequenos e grandes mistérios do universo. 

Você já parou para pensar sobre o mistério que é a imensidão do Universo e as suas galáxias? Ou, por exemplo, já fez algum cálculo sobre o tamanho da Via Láctea, composta por todos os seus planetas, estrelas e cometas? Nenhum estudo sabe ao certo a quantidade de estrelas que existem na Via Láctea, mas já se estima um número entre 100 e 400 bilhões. Vale lembrar que, no nosso caso, a Via Láctea, o nosso endereço planetário, é apenas uma das 140 bilhões de galáxias que existem. Assim, ao nos vermos como seres finitos diante dessa imensidão, certamente, compreendemos as nossas limitações diante da magnitude estrutural. Tamanha foi a sabedoria do grego Anaximandro ao criar a palavra “ápeiron”, que se refere à percepção de imensidão e infinitude que temos ao ver um céu estrelado. 

Em relação ao universo do micro, a pandemia da Covid-19 nos deu uma mostra do voraz poder que possuem esses seres. A letalidade que alguns deles carregam consigo pode impactar não só a vida social, mas, em últimas consequências, inviabilizar a vida humana. A verdade é que, mesmo tendo avançado cientificamente e realizado grandes descobertas, ainda não dominamos o conhecimento deste mundo, nem de nós mesmos. 

Por fim, para além das descobertas científicas, precisamos aprender a nos ver como integrantes desses misteriosos universos. E, diante de tantas coisas grandiosas, reconhecer os pontos de semelhanças, os seus movimentos de expansão e regressão, assim como o seu pulsar vital, que se expressa através de cada ser que existe. Há uma biologia celeste, que assemelha a nossa biologia humana e que também se expressa nos corpos dos microrganismos, porque nada está separado, mas integrado de forma harmônica. Se não cabe ao ser humano o lugar da pequenez diante do cosmos, muito menos lhe cabe o papel do “senhor regente” desses universos, uma vez que, no plano da vida, todos têm o seu papel e grau de importância. Só precisamos identificar qual a nossa parte no processo da vida e dar o melhor de nós para realizá-lo, sem esquecer que o Bem, a Beleza e a Justiça podem ser encontrados e expressos em TUDO.

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