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Astronomia: o amor pelos Mistérios do Universo

Você já se pegou olhando para as estrelas e perguntando-se, maravilhado, como é possível algo tão distante chegar até nós? Ou tentou desenhar as constelações ligando os pequenos pontos brilhantes no céu noturno? Eu aposto que sim! É inegável que o Universo nos causa um impacto existencial e das mais distintas formas: seja pela distância a que estamos das outras estrelas, o que por si só já demonstra o tamanho do espaço que há no cosmos, ou mesmo pela capacidade humana de observar esse espetáculo da natureza e estudá-lo com profundidade. O Universo é, de fato, fascinante. 

Desde os primórdios da humanidade, nos pegamos olhando para os céus. O estudo dos astros é uma das ciências mais antigas e admiradas por todas as civilizações humanas e isso não se dá por acaso: aqui da Terra observamos o céu e procuramos respostas nessas estrelas, que fazem a noite ser um pouco menos escura. Aqueles pontos brilhantes se destacando na escuridão infinita despertam algo dentro de nós. Os Sumérios, a civilização mais antiga que conhecemos, já tentavam entender o que eram as estrelas e qual o seu papel na Vida dos Homens. Foram eles, até onde sabemos, os primeiros a falar sobre a astrologia, a criar horóscopos e a tentar interpretar a influência dos astros em nossa vida cotidiana.

Mas não é exatamente sobre os Sumérios que queremos conversar hoje, e sim sobre a Astronomia, a ciência que estuda os astros do Universo. Se olharmos para a maioria das civilizações ocidentais, desde a antiguidade, essa é uma ciência que sempre fez parte da cultura dos povos. Para os egípcios, por exemplo, a Deusa Nut representava o céu estrelado, sendo ela própria, com seu corpo, a abóbada celeste. Nuth era uma divindade primordial e que, junto com Geb, a divindade terrestre, representava uma das dualidades primordiais.

Essa ideia ainda hoje é muito presente em nossas vidas, visto que, quando nos comparamos aos astros, percebemos como somos pequenos em relação à grandeza destes. Mesmo o nosso Sol, que é a fonte de toda a vida do nosso sistema solar, é uma das menores estrelas que se encontram na Via Láctea. Assim, sempre que pensamos no Universo, é inegável que também refletimos sobre nosso papel no cosmos e nossa importância no meio de todo esse espetáculo da natureza. Essa dualidade entre o pequeno e o grande é, em grande medida, a mesma que os Antigos faziam em relação ao céu e a Terra, sendo o primeiro o arquétipo que todos deveriam buscar em suas vidas terrenas.

Para os antigos povos hindus, todas as estrelas e corpos celestes do Universo passaram a existir a partir da expiração do Deus Brahma. Assim, quando Brahma, o criador do cosmos, expirava o ar do seu interior, todo o Universo era formado. Por outro lado, quando a divindade novamente inspirava o ar, toda a matéria do cosmos voltava para dentro de si e o Universo desaparecia. Não seria essa uma forma peculiar de explicar a teoria do Big Bang? A diferença é que a mitologia hindu trata a criação do Universo a partir de símbolos e com uma linguagem totalmente alegórica, porém, sua conclusão (ou lógica) segue a mesma da mais refinada teoria científica atual.

Os gregos, que tanto conhecemos, atribuíram à Astronomia uma das nove musas, Urânia, responsável a ensinar os homens os segredos das estrelas e das constelações. Assim, podemos perceber que a história da Astronomia caminha junto com a humanidade, e se hoje podemos desfrutar de uma tecnologia capaz de nos dar mais clareza sobre os processos mecânicos da natureza, ainda olhamos para o céu sem entender muito bem a causa de toda diversidade que permeia o cosmos.

Outro ponto importante de salientar é que a Astronomia, a ciência que hoje conhecemos e que se debruça sobre os astros, no passado não era diferente da Astrologia. Na verdade, o que chamamos de “astronomia” era uma pequena e superficial parte da Astrologia, que tentava encontrar justamente a causa do movimento dos astros e a relação profunda entre todos os aspectos do Universo. A astrologia era na antiguidade uma verdadeira ciência dotada de lógica e aspectos tão profundos, que, infelizmente, ficaram perdidos ao longo do tempo. O que hoje chamamos de “astrologia” nada mais é do que uma pequena parte que quase nada tem relação com o que foi feito pelos antigos povos da antiguidade. 

Visto isso, quando observamos as culturas antigas, percebemos que  a Ciência e a Mística andavam de mãos dadas, criando relações e conexões. Hoje, talvez pela ultraespecialização ou mesmo por falta de percepção, dividimos esses dois caminhos de forma antagônica, considerando que um é a busca por uma verdade absoluta, enquanto o outro é apenas uma forma de charlatanismo.

Frente a isso, devemos ressaltar um ponto importante: diferente do que muitos pensam hoje em dia, a Astrologia não era uma prática fútil que servia somente para sabermos o nosso “horóscopo do dia”. Se pensa, inclusive, que a Astronomia é uma evolução da Astrologia, porém, em diversas grandes civilizações do passado, a Astrologia era uma ciência muito completa e eficaz, que englobava a própria Astronomia. Basta perceber que povos – como os egípcios, os sumérios e os astecas – construíram monumentos fantásticos, que mesmo hoje em dia seriam muito difíceis de serem planejados e construídos, tudo isso se baseando no conhecimento que possuíam sobre os astros. As Pirâmides de Gizé, por exemplo, são perfeitamente alinhadas com as estrelas do “cinturão” na Constelação de Órion.

Além desse conhecimento da movimentação dos astros, que seria a própria Astronomia, a Astrologia lidava também com um conhecimento das influências mais sutis, até mesmo psicológicas, desses astros no nosso planeta e nos Seres Humanos. Se baseando nisso, eles tomavam decisões ligadas à agricultura, às cerimônias religiosas e até mesmo à política. Esta ciência, a nível profundo, provavelmente está perdida hoje em dia; porém, ela já foi uma realidade, por milênios, para diversos povos muito avançados.

Como já podemos perceber, quando olhamos para cima e nos perdemos contando e imaginando esses pontos luminosos, não fazemos mais do que outrora os nossos antepassados já faziam. 

Considerando todas essas ideias, precisamos agora nos debruçar sobre o que é, de fato, a Astronomia. Por definição do dicionário, Astronomia nada mais é do que a ciência que estuda o espaço sideral e os corpos celestes, a fim de situá-los no espaço e no tempo. Essa nos parece uma definição clara, porém, os convidamos a refletir mais profundamente acerca disso. Comecemos com um exercício de imaginação, pense conosco: o que lhe levaria a estudar algo que está há, literalmente, anos-luz de distância de você? Por meios escassos e limitados, mesmo que seja a mais alta tecnologia do nosso tempo, devemos admitir que não é uma tarefa fácil debruçar-se sobre a Astronomia. Parece que essa é uma ciência que necessita de uma razão para além da curiosidade intelectual. O astrônomo é como um sincero buscador de Verdades, que enxerga o Universo através de uma percepção lógica e que, no fundo, deseja encontrar uma resposta final para tanto Mistério.

Certamente é um desafio gigantesco, tanto quanto o próprio Universo. Por isso, a segunda característica que vemos nos astrônomos é a Esperança, aliada a uma firme Constância nessa busca. É o que torna essa peculiar ciência tão apaixonante: o desafio de entender os Grandes Mistérios da Natureza. 

E para nos encher os olhos, não precisamos entender plenamente de física, matemática e química, também não necessitamos passar horas observando variáveis em um supercomputador, mas apenas contemplarmos a misteriosa Beleza por trás de um céu noturno. 

A essência da Astronomia está no verdadeiro fascínio de mergulharmos num mundo de variáveis e incertezas que, no fundo, não compreendemos bem, mas que desejamos conhecer; está no desejo de conhecer esse Mistério, que nos leva a olhar para cima e perguntar sobre o significado de toda a existência e o nosso papel individual nessa imensidão. É por isso que a essência da Astronomia é a mesma essência da Filosofia.

Dedicamos esse texto a todos esses cientistas que, através do seu trabalho, nos ajudam a conhecer a profundidade do céu sobre nossas cabeças, e também nos fazem refletir sobre a imensidão dos Mistérios dentro de nós.

 

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