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O lado escuro do Universo: a matéria escura (ela tem muito a ver conosco!)

O Universo é um mistério para qualquer ser humano. Mesmo hoje, com nossa atual tecnologia e capacidade de análise e observação de dados, ainda conhecemos uma parte tão ínfima do Universo que é notório o caminho que ainda precisamos percorrer. Ainda assim, somos capazes de observar galáxias que estão há bilhões de anos-luz de nós, conhecemos planetas fora do nosso sistema solar e até podemos dimensionar o tamanho de um buraco negro que está no centro da Via Láctea. Mesmo com essas descobertas fantásticas e tantas outras, estima-se que o conhecimento que se tem sobre o Universo e tudo que conseguimos ver não chega há 5% do que, de fato, existe no cosmos. Desse modo, 95% do que compõe o Universo e o mantém em equilíbrio ainda é um verdadeiro mistério para a humanidade. E é sobre isso que falaremos hoje.

De acordo com a física teórica – o ramo da física responsável por resolver e deduzir como o Universo funciona – a quantidade de matéria que o Universo possui não é suficiente para explicar como estrelas, planetas, asteroides e todos os corpos estelares se mantêm em funcionamento, pois os cálculos gravitacionais, quando submetidos à prova, não condizem com o que os nossos satélites e aparelhos nos mostram. Qual seria o mistério por trás disso? Os cientistas atualmente deduzem que há uma grande parte da matéria que não conseguimos ver, que não pode ser detectada por nenhum aparelho que possuímos e que não emite radiação, ou mesmo interage com as partículas de matéria visível. A única forma de interação dessa matéria misteriosa seria através da gravitação. Assim, não podemos vê-la, ou percebê-la através de quaisquer de nossos sentidos ou tecnologias atuais; no entanto, sabemos que ela existe, e temos uma ligeira ideia de como se comporta. Essa é a matéria escura.

A matéria escura é um mistério que intriga a astrofísica. Ela serve para explicar porque a lei da gravidade de Newton não se comporta como deveria em ambientes cósmicos supostamente menos densos que o centro de uma galáxia, por exemplo. Mas não se preocupe, é fácil darmos um nó nas ideias quando falamos de algo que não sabemos o que é, mas tudo isso é muito mais simples do que pode parecer à princípio.

A Lei da Gravitação Universal de Newton fala da atração que todos os corpos exercem sobre outros em relação à sua massa e à distância entre si. A História conta que o astrônomo britânico estava sentado à sombra de uma árvore na Universidade de Cambridge, quando uma maçã caiu em sua cabeça e lhe fez entender a gravidade. A maçã não apenas caiu de três ou quatro metros de altura, mas, na verdade, foi atraída pela Terra, encontrando a cabeça de Newton no caminho. Segundo os cálculos desenvolvidos a partir dali, se a maçã se desprendesse de uma árvore na Lua, não seria atraída da mesma forma para a Terra, pois a enorme distância reduziria sensivelmente esse efeito. Assim, funcionava com uma fruta, da mesma forma que funcionaria com uma galáxia. Era o que Newton pensava até então.

Como mostrado no vídeo, pesquisadores das primeiras décadas do século vinte perceberam que estrelas mais distantes do centro das galáxias, que deveriam realizar uma órbita mais lenta do que as que estavam mais próximas, na verdade se movimentavam de maneira muito mais rápida do que o previsto. As lentes dos telescópios mais potentes, porém, não enxergavam nada de anormal. É aí que o que parece complicado, começa a se tornar bem mais simples.

Se olhamos para uma foto em que as pessoas nela usam casacos e luvas, não é realmente necessário ter estado lá, ou mesmo saber onde foi tirada, para supor que o lugar estava frio no momento. Se pudermos ver os galhos de uma árvore inclinados numa mesma direção, somos capazes ainda de deduzir que havia bastante vento, por exemplo.

É possível, então, através do comportamento das estrelas e dos planetas, perceber que algo, até então ausente na equação gravitacional, influenciava sua movimentação, e a isso se deu o nome de matéria escura, já que não era visível por não interagir com a luz. Como o Universo é gigantesco, e ainda não temos tecnologia suficiente para alcançar de fato todos os seus limites, muitas descobertas astronômicas são realizadas dessa forma, ou seja, não através da observação direta do fenômeno em si, mas através da percepção dos distúrbios sofridos por tudo que o cerca.

A detecção de que existe a matéria escura, mesmo sem conseguirmos prová-la empiricamente, nos faz refletir sobre a necessidade de estarmos abertos a pensar em possibilidades que, a priori, parecem não fazer “sentido”. Mais do que uma questão de ceticismo, estar aberto a pensar em novas formas, mesmo que ainda não sejam provadas, mostra a capacidade da humanidade em presumir e buscar encontrar novas formas a partir do que já se sabe. Essa postura frente aos mistérios do Universo é fundamental, pois nos inclina para a humildade e nos deixa aptos a aceitar que há muito mais incógnitas ao nosso redor do que certezas. Essa sabedoria de que ainda sabemos muito pouco é a chama que permite atravessar os séculos e caminhar em direção à verdade. Por vezes, podemos até mesmo nos desapontar com esse tipo de informação, sentir que jamais saberemos alguma coisa acerca da verdade universal, mas não devemos nos entregar a esses pensamentos. Acima disso, reconhecer que caminhamos em direção a uma verdade maior, mais completa e significativa é melhor do que a ilusão do saber, que,  às vezes, nos aprisiona em opiniões.

Assim, a matéria escura é muito mais do que um modelo teórico que nos ajuda a “consertar” a física moderna. Ela é a prova de que há um universo completo a ser descoberto, que vive nas sombras e que nossos olhos, por vezes ávidos de desejo, não são capazes de enxergar. É como se existisse um “mundo” por detrás do mundo conhecido, e que aos poucos vamos tomando conhecimento, mesmo que ainda superficialmente, sobre essa nova realidade. Essa descoberta, portanto, não é apenas uma questão da astronomia, mas também implica na própria atitude humana, cada vez mais materialista e que precisa comprovar os aspectos físicos e visíveis de suas atitudes. Porém, grande parte da vida humana se dá nesse aspecto sutil, que não pode ser tocado ou provado. Esse mundo interno, que é um verdadeiro Universo dentro de cada um de nós e que rege nossas atitudes, é completamente invisível. Assim como a matéria escura determina a relação gravitacional dos astros, talvez possamos fazer uma relação de como esse mundo interno de pensamentos e sentimentos também determina o modo de me portar no mundo. 

Como podemos perceber, o Universo continuará sendo um mistério para nós enquanto buscarmos apenas compreender seus aspectos físicos. A matéria escura, que se manifesta de forma sutil nesse conglomerado de estrelas, só poderá ser compreendida quando aceitarmos que o mistério do cosmos perpassa o mundo físico e adentra em outras esferas, assim como o mistério humano não se encerra em seu corpo biológico. Pensemos como os gregos que afirmavam que o Universo deveria ser como um grande ser vivo e toda e qualquer partícula que está inserida no espaço-tempo é uma pequena parte desse grande organismo. 

Assim como uma maçã é capaz, de alguma forma, de nos conectar com os maiores segredos do cosmos, o que fazemos no dia a dia repercute em tudo e em todos que nos cercam, desde as atitudes mais insignificantes, até os desdobramentos mais desastrosos. Quando um amigo ou parente recebe uma notícia ruim, ou presencia algo que lhe provoca algum desequilíbrio emocional, estamos sujeitos a sermos atraídos por essa “massa gravitacional” de emoções. Ficamos tristes, com raiva, ou mesmo desiludidos, só por termos tido contato com alguém num desses estados. Por outro lado, quando as pessoas estão felizes, também podemos, inconscientemente ou não, alegrar-nos um pouco mais, e alegrar os que estão à nossa volta.

Assim como a gravidade, atraímos tudo aquilo que está à nossa volta, e, na mesma medida, também somos atraídos por aquilo que nos rodeia. Mas não somos simplesmente consequência dessas forças externas que nos influenciam. Assim como essa matéria escura gera uma força que ninguém sabe de onde vem, dentro de nós também existe uma grande e misteriosa força que chamamos de Vontade. Se o mundo me pressiona diariamente com forças destrutivas – de vulgaridade e desarmonia –, eu devo exercer uma força muito maior, mais significativa, em direção a tudo aquilo que é bom, belo ou justo.

Não é preciso entender todos os mistérios do Universo para ser o melhor que podemos ser. Basta ter Boa Vontade para investigar as forças que ainda são desconhecidas, mas que sabemos que existem, e usá-las para orbitar virtudes ao invés de vícios, e, acima de tudo, simplesmente para fazer o Bem. Assim, poderemos descobrir a “matéria escura” que há latente em nós, o verdadeiro segredo do cosmos, que não pode ser visto, tocado ou provado. Que sejamos nós a prova de que a verdadeira força que rege os corpos físicos vem de um outro plano, o do mundo inteligível, e que essa força sutil seja capaz de nos transformar.

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